prioridades
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Eu não acho mal que os miudinhos do ensino básico tenham aulas de inglês e, agora, de 'expressão artística'. Acho muito bem. Só que também acho que há anéis, e há dedos, pelo que o que eu gostava de saber é que esforços estão a ser feitos para o ensino do português e da matemática, absolutamente fundamental, voltar a níveis minimamente aceitáveis...
Publicado por Manuel 15:43:00
10 Comments:
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A concentração e separação entre os graus era possível mediante segredos que esqueci, porque nunca se me deparou a questão. Sempre foi natural e perfeitamente aceitável pelo sistema de ensino dos anos sessenta.
Na classe, havia quem escrevesse avia e outras inormidades.
Estes erros, eram sistemáticos em certos indivíduos, por mais cacetada a régua que levassem ( e levavam).
As mães, passavam na estrada, junto ao "recreio" e diziam à professora: "o rapaz porta-se bem, minha senhora? Você ( era assim) , se ele se portar mal, arreie-lhe, minha senhora!"
E o rapaz ouvia e calava, sabendo que essa era a receita invevitável para o fracasso. Mesmo que fosse derivado da incapacidade natural em aprender e memorizar,o "arreio", era de rigor. À reguada ou à canada. Livremente e sem constrangimentos que não a sensibilidade de quem ensinava.
Quero com isto dizer que o ensino actual, não privilegia a disciplina ou o castigo corporal, mas também parece falhar um aspecto essencial: a transmissão de conhecimentos e saberes. Porque se reduziu a exigência ao mínimo denomidador comum: a indigência mental.
Estou sempre a dizer: Tens TPC? Queres que te ajude? - Não é preciso!
Tens dúvidas? - Não
E milhares de vezes, "Larga o Gameboy", ou "Larga os jogos do miniclip" "Vai estudar!!!"
Mais de 90% das vezes aparece-me com "Muito Bom".....
Já começo a desconfiar da bitola do ensino, a fasquia se calhar é tão baixa que ...
Só que a vida do século XXI não vai ser fácil.
1-"tina diz, 9:55 PM, Fevereiro 03, 2006
A minha experiência é diferente. O meus filhos sabem a tabuada de cor e salteado, escrevem sem erros, são bons a matemática. Talvez porque estejam em casa comigo durante a tarde e eu os ajude quando é preciso. O papel dos pais na educação também é importante. A indigência mental que José fala também se deve muito aos pais. E os ATL não conseguem dar o apoio pedagógico necessário. "
Na Muche. Este é o GRANDE problema aliado a uma fraca qualidade de muitos professores (conhecimento de causa)
2-Pelos vistos o José é muito Jovem.
Qual régua qual carapuça, era a menina dos cinco olhos, redondinha com uns buraquinhos pequeninos! Nunca fez mal a ninguém. Ainda tenho as minhas mãos bem finas!
3-zezepovinho é a demonstração objectiva, subjectiva, merdosa de que nunca teve educação nem acompanhamento psicológico lá por casa.
Permitam-me contar uma passagem da minha meninice:
Na 1ª classe da minha escola primária com cerca de 40 alunos,tínhamos um professor que para além de seguir rigorosamente o pretendido na época,resolveu um dia utilisar excepcionalmente um modelo por ele criado, para aprendizagem acelerada da tabuada.
Colocava dois alunos frente a frente que se questionavam alternadamente durante ums minutos,tentando perguntar o que parecia ser mais difícil, do que progressivamente tínhamos estudado,( até na pausa se davam os últimos retoques), e sempre que um deles não acertava a resposta ,levava uma reguada do outro, sob a vigilância do mestre.
Imaginem só a rapidez e capacidade de aprendizagem que todos nós desenvolvemos!
Nem um mês foi preciso para saber aquilo de cor e salteado.
Obviamente que este método horrorisaria os paisinhos de hoje.
Mas naqueles anos 40, concluida a escolaridade primária, continuàmos pelos anos fora a cumprimentar respeitosamente o professor ,como se dum segundo pai se tratasse.
PS. que eu saiba,ninguém da minha classe,necessitou no futuro de fazer contas pelos dedos e não só!
Não, não estão a fazer nada para melhorar o ensino da matemática e do português. E, sim, o ensino está diferente, a sociedade está diferente, a tecnologia e o desenvolvimento modificou-se, o cérebro modificou-se (sabiam?) ou não pensaram que estes factores provocam, necessariamente, mudanças nos alunos?
Quais dos que estão aqui que tiveram o belo ensino antigo conseguem se adaptar com facilidade às novas tecnologias? (não venham falar em utilizar o word, s.f.f. Os meus filhos com 2 anos já o faziam).
Na minha opinião, opinião sustentada por onze anos de trabalho no ME de onde já saí, não directamente ligada ao estudo deste fenómeno mas assistindo a seminários e lendo estudos, é preciso ter em atenção que:
- Lembram-se que tivemos o 25 Abril de 1974? Quantos anos são precisos para a poeira assentar?
Alguns, de facto
- Década de 84/94 - Reformas e contra-reformas em todo o ensino
- Década de 94/99 - Reforma do ensino secundário
- 2000 até agora - Marasmo.....
Entretanto, economicamente, os pais cada vez mais não estão em casa, as mães vão trabalhar, os filhos têm de passar mais tempo fora de casa.
De 2000 para cá - Uma sociedade em depressão autentica
Curiosamente, o último estudo do Pizza dá-nos uma descida de bons resultados à medida em que a nossa economia vai ficando pior.
Hum... porque será? Será que é necessário tirar um curso para entender isto?
Curiosamente, em Portugal todos falam em educação mas nenhum governo investe (não só dinheiro mas energia).
E a cultura? Cultura é educação....