Cartoons e o relativismo moral
- 1. O relativismo moral irrita-me. É um caso de demência, inconsciência e irresponsabilidade. Por isso, aviso: não me venham com teses como "não podemos criticá-los, porque eles são uma cultura diferente". Podemos criticá-los porque sim. E, em casos particulares, podemos mesmo dizer que são atrasados – porque não há outra palavra para dizer a mesma coisa.
- 2. Há uma referência dos direitos humanos que é subscrita, imaginem, por alguns países islâmicos – para além de todo o Ocidente. Essa carta inclui o direito à vida e até o direito à propriedade. No segundo caso, foi flagrantemente violado por manifestantes pelo Médio Oriente, com nítida complacência dos Estados.
- 3. Uma coisa é dizer-se que os cartoons com a figura de Maomé ofendem os crentes no Islão. Outra é comparar isso a cartoons sobre o holocausto. No primeiro caso, a representação pode ofender; no segundo caso, presta memória à morte de milhões de pessoas, por um critério racial. No primeiro caso é mau gosto, até ofensa (em casos limite, não em todos); no segundo devia dar pena de prisão - ou extradição para países árabes.
P.S. Eu não queria mesmo falar disto, mas a discussão em Portugal já começa a chatear. Já agora, o ministro Freitas do Amaral devia convencer-se que já não anda em manifs. É, sim, representante de um Estado. Como tal, senhor ministro, não há coisas implícitas. O condenamento da violência é, tem que ser, explícito e bem vincado.
David Dinis
Publicado por Manuel 13:26:00
1 Comment:
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- Sergio Figueiredo said...
2:24 da tarde, fevereiro 09, 2006Mais uma visão parcial. Ninguém gosta de estar na mó de baixo, nem de assumir culpas.
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