"Nada de Mais"

Kasimir Malevitch
White on white
1918
Museum of Modern Art, New York

Porque hoje vamos votar, deixo um post imparcial, a branco - também podia ser a preto - sem cor partidária.

Kasimir Malevitch pintou este "White on White" em 1918, no fim da Primeira Guerra Mundial, integrado no Suprematismo. A mim, os movimentos artísticos pós-românticos sabem-me a pouco, são fogo fátuo. Não lhes subestimo no entanto o papel que tiveram enquanto correntes artísticas que não se baseavam no figurativismo, mas que tinham na sua base um conceito. Talvez as mais interessantes sejam o cubismo e o conceptualismo (pela complexidade).

Malevitch tomou o denominador comum a toda a pintura - tela e cor - e reduziu estes dois elementos ao mínimo. "Nada de mais", pensamos hoje que em termos de arte já tudo vimos (performances com auto-mutilação, exploração dos limites emocionais do público, interação com o mesmo, etc...). Mas para a época este foi um passo importante, numa altura em que a pintura vivia entre a segurança das propostas cubistas, bem pensadas, programadas; e a identificação com a eleição/exaltação da máquina (na Primeira Guerra Mundial o conceito bélico mudou) do Futurismo.

Depois disso, a pintura não foi a mesma, mas o Mundo também já não era.

Beluga (in Formiga Bargante)

Tal como o quadro do Malevitch um texto com o essencial sobre a Arte Contemporânea. Absolutamente brilhante.

Publicado por contra-baixo 11:29:00  

3 Comments:

  1. AM said...
    discordo, não existe "nada (de menos)" "imparcial" do que a arte
    Isabel Magalhães said...
    Eu tb acho o texto muito bom.

    E a ARTE é uma coisa muito simples; gosta-se ou não!
    zazie said...
    e um branco ainda mais ":O))))

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