As confinações dos poderes

Como exemplo de leituras a ponderar pelos novos poderes fácticos, elencados no Inimigo Público, deixa-se por aqui, um postal, bem ilustrado, publicado por Joel Timóteo Ramos Pereira, no blog Verbo Jurídico:

"Poderes totais
Excerto da intervenção de Jorge Coelho, in "Quadratura do Círculo":
«(...) O processo Casa Pia, que teve fugas permanentes ao segredo de justiça, alimentou a comunicação social com transcrições de escutas que violam os direitos dos cidadãos.
(...) Não sigo os que defendem o fim das escutas telefónicas, considero-as fundamentais para o avanço da investigação criminal. Mas têm de ser feitas com profissionalismo, rigor e controlo de quem de direito. Deveria ser criada uma comissão, eleita pela AR, com cidadãos insuspeitos, para fiscalizar, com poderes totais, todas estas situações e criminalizar a sério todos os que violem a lei».
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N.R.
I. Onde se lê «cidadãos insuspeitos», leia-se "políticos, lobbies e seus prosélitos boys & girls".
II. Onde se lê «com poderes totais», não é lapso de escrita.
III. Onde se lê «criminalizar», não é equívoco. Foi efectivamente dito pelo "circulante", que sugere que uma comissão política tenha funções não simplesmente acusatórias, mas condenatórias (quando é que na história da humanidade ocorreu algo semelhante ? Pretende porventura o comentador o regresso à Diabólica Inquisição ?)"

Publicado por josé 14:14:00  

3 Comments:

  1. Cosmo said...
    Estranhei a ausência de comentários num dos melhores “postais” que tenho lido.
    Mas só consigo dizer: “sem comentários”!
    Tonibler said...
    Pois, mas isto de ditadores de balcão também tem que acabar. Que não sejam dependentes da AR, mas tenham legitimidade democrática.
    Carlos Medina Ribeiro said...
    HÁ CERCA de um mês, n' «A Quadratura do Círculo», Jorge Coelho disse, com o seu ar pachola, que não se preocupava nada que lhe escutassem os telefonemas... porque não tinha nada a esconder!
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    Com razão, Pacheco Pereira "saltou-lhe em cima", dizendo que, a ele, isso o preocupava - e muito!
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    Ora, no dia 11, no mesmo programa, Jorge Coelho estava furioso com as listagens do famigerado "Envelope 9".
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    Ficam então as seguintes dúvidas:
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    Como é que não se preocupa com a escuta de conversas ("ao vivo e em detalhe") e se aflige com a mera indicação de que recebeu chamadas dos números tais nos dias tantos?
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    Não seria mais proveitoso falar com os seus amigos do Governo (gente que é paga, precisamente, para tratar dessas coisas) do que vir queixar-se para a SIC-N?

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