Estava na cara...

Menos de um ano depois de ter sido contratado, Wanderley Luxemburgo será demitido, ao final desta tarde, do cargo de treinador do Real Madrid.

Os merengues têm sido, nos últimos anos, uma autêntica máquina trituradora de treinadores. Aos que, por ignorância ou simples má fé, condenaram sumariamente Carlos Queirós quando este saiu do Santiago Bernabéu, convém relembrar que, desde o despedimento do treinador português, nenhum treinador do Real conseguiu voltar a liderar a Liga Espanhola.

Queirós teve pouquíssimo tempo para desenvolver o seu trabalho, herdou um plantel desequilibrado (com super-estrelas do meio-campo para a frente, mas sem alternativas defensivas equivalentes) e Florentino Perez preferiu deixar cair o treinador, a solução mais fácil, a aceder a contratar jogadores para zonas necessitadas, tal como Queirós lhe tinha pedido.
O que aconteceu depois é conhecido: o Real continuou a gastar balúrdios, mas não só em grandes estrelas ofensivas (Robinho e Júlio Baptista), mas também em jogadores sólidos para tarefas laborais (Gravesen, Sergio Ramos, Woodgate).

É caso para perguntar: será que agora já admitem que o problema não estava em Carlos Queirós? O português foi o último técnico do Real Madrid a conseguir liderar o campeonato espanhol e, antes dos últimos jogos, em que aconteceu a derrocada, o Real jogava bem e esteve a um passo de chegar às meias-finais da Champions (falhou esse objectivo por um único golo, ao perder no Monaco por 3-1, depois de ter vencido em Madrid por 4-2).

Luxemburgo teve mais tempo, mais meios e, mesmo assim, piores resultados. Mas não interessa: continua a haver gente, neste país, para quem o espírito miserabilista impede que se pense de forma clara e se prefira dizer mal do que é nosso...

Publicado por André 16:16:00  

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