E agora...?
sexta-feira, dezembro 09, 2005
A estrutura do crescimento homólogo da economia nacional inverteu-se totalmente, com a procura interna a dar um contributo negativo para o crescimento do PIB (-0,1%) e a procura externa a dar um contributo positivo (0,2%).
Por outras palavras...estamos em recessão. Quando é a procura externa a motivar o crescimento, isto significa que a procura interna deixou de necessitar de importar porque o consumo interno diminuí, logo as necessidades de importação também.
No entanto há agora uma questão que importa levantar e que variadíssimas vezes foi aqui, colocada. O benefício do aumento da taxa de Iva ?
Na altura escreveu-se
No actual quadro da economia, a subida do IVA de 19 % para 21 %, será sempre mais prejudicial do que benéfica. Prejudicial porque inibe o consumo privado, reproduz diminuição de receitas nas empresas, leva o Estado a cobrar menos IVA e menos IRC, reduz o nível de importações porque a pressão da procura sobre a oferta diminui, menos lucros nas empresas significam corte de custos, e aqui quase sempre os mesmos implicam despedimentos, que por sua vez levam a aumentos de desempregados inscritos no fundo de desemprego.
Ou seja, para além de o aumento ter funcionado como motor para a fuga fiscal, agora é tempo do governo fazer contas e chegar á conclusão que a arrecadação de receita fiscal depende primariamente do nível de crescimento da economia portuguesa. Quanto maior for o crescimento real da economia, maior será o nível de receita apurada. Ao subir a taxa o governo deu um tiro nos pés e dos grandes.
Publicado por António Duarte 15:51:00
1 Comment:
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A retoma económica está a surgir de forma lenta mas, pela primeira vez desde há muitos anos, de forma sustentada. Porque este crescimento não veio do dinheiro do contribuinte. O número do INE do 2º trim deveria ter sido 0.2, o deste próximo dos 0.5 e o do 4º trimestre nos 0.4, 0.5. Pela primeira vez, com asneira de IVA, com petróleo alto, sem o contribuinte a sustentar a coisa, estamos a crescer.
Claro que com abaixamento de impostos a coisa seria outra, mas para isso há que pôr os funcionários públicos todos a recibos verdas, que parece estar a tardar.