Dormir com o inimigo
terça-feira, dezembro 27, 2005
Cavaco Silva "ousou" sugerir a criação de uma secretaria de Estado para acompanhar o investimento estrangeiro em Portugal. Esclareceu que isso não era da competência do PR, mas ninguém ouviu ou leu. A pudicícia constitucional das vestais esquerdinas do regime determinou imediatamente que o homem tinha "alma" de primeiro-ministro, que se "meteu" na "orgânica do governo" e o vate candidato chegou mesmo a derramar que o dito Cavaco "pensa que ainda é o homem do leme". Cavaco, erradamente, deu-lhes "troco" e forçou-se a explicações escusadas sobre uma coisa perfeitamente irrelevante. Que lhe sirva de exemplo. Por "dá cá aquela palha", há sempre alguém disposto a "fazer-lhe a cama". E não compensa nada "dormir com o inimigo".
Publicado por João Gonçalves 18:41:00
2 Comments:
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Claro! Para a direita, apoiante de Cavaco Silva (ex-líder do PSD e ex-PM), a Constituição da República Portuguesa (1976... para os esquecidos que comem queijo) não é coisa para levar a sério e querem um aliado em Belém para alterá-la de vez, quiçá substituí-la por uma que preveja um regime presidencialista, para agradar à visão cesarista duma certa direita (PP), o que não agradará a muitos que na direita (entre eles alguns PSD) querem em Belém um "corta-fitas", eleito por um órgão colegial, pela AR e não por voto directo de todos os portugueses.
Salazar teve que adormecer a questão "República/Monarquia" para não perder apoios. Cavaco terá de falar o menos possível sobre a questão do sistema político para não perder apoios.
Não teriam (também) funções daquela ordem? Zelar pelo investimento estrangeiro (instalado e por atrair)?