As co(n)tas do TGV...
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Foram divulgados hoje na edição do Jornal de Negócios, os pressupostos inerentes ao projecto TGV. O custo das duas ligações Lisboa - Madrid e Lisboa – Porto será de 7,1 mil milhões de euros. Assim, sendo e face ao exposto, importa referir o seguinte :
1. O governo assume que não consegue cativar privados, dado que não existe rentabilidade económica capaz de cativar investidores privados nem muito menos taxas de retorno de investimento suficientemente atractivas. Por outras palavras, vamos investir 7,1 mil milhões de euros num projecto que nunca será rentável.
1. O governo assume que não consegue cativar privados, dado que não existe rentabilidade económica capaz de cativar investidores privados nem muito menos taxas de retorno de investimento suficientemente atractivas. Por outras palavras, vamos investir 7,1 mil milhões de euros num projecto que nunca será rentável.
2. O financiamento do projecto será garantido pelo BEI em cerca de 70 % do projecto. Assim 2,1 mil milhões de euros serão dados como investimento e 5 mil milhões em forma de financiamento. Segundo contas que elaborei e considerando um prazo de amortização de 10 anos, uma taxa de 4,00 % imutável no período do empréstimo – algo que não acontecerá - , o impacto anual será de 630 Milhões de Euros no período entre 2013 e 2023, dado que o governo irá pedir carência de capital e juros até o TGV estar operacional.
3. A Ligação Lisboa – Porto e Lisboa – Madrid, assume o governo não são rentáveis do ponto de vista operacional e colocam um problema que na economia se chama custo de oportunidade. Com a estratégia espanhola de alterar as suas ferrovias transpondo-as para bitola europeia em velocidade elevada – note-se que a velocidade elevada atinge os 220 kms/h com custo bastante inferior por km de construção - , e sem qualquer estratégia portuguesa nesse sentido, coloca-se um problema grave uma vez a permanência da bitola ibérica em Portugal nas principais vias irá induzir clara perda de competitividade no transporte ferroviário de carga, bem como o desvio de investimento e de emprego para Espanha.
4. Parece óbvio que se somarmos os custos das scuts ao custo do TGV, temos de encargos futuros por ano mais de 1,2 mil milhões de euros. Insustentável.
Publicado por António Duarte 16:06:00
1 Comment:
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- Tino said...
5:50 da tarde, dezembro 07, 2005Raramente vejo exposto quais os custos da não existência do TGV. Ou Acham que a existência ou não do TGV, em termos de competitividade do país, é irelevante?!
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