um paradoxo

A esmagadora maioria dos 'casos' que afligem a nossa justiça não se resumem 'incompetência' deste ou daquele 'operador', mas sim à tentação de fazer fretes, abrindo ou desviando conjunturalmente o olhar, ao poder político. Explicitando, uma boa parte das perplexidades que vamos tendo na justiça derivam de favores, não há outro termo, feitos a políticos, ponto. Face a este facto, público e notório, que é que se faz ? Aumenta-se a independência, encontrando-se mecanismos de a garantir funcionalmente? Aprofunda-se o escrutínio ? 'Abre-se' a justiça ao povo, de modo a que este possa aferir da racionalidade de certo tipo de procedimentos internos (como as promoções) ? Não, simplesmente, e a reboque do mesmo descontentamento, funcionaliza-se esta mesma justiça, tornando-a ainda mais dependente do poder político.

A este propósito António Cluny, que - abone-se - nunca deixou de ser político, ainda é presidente do sindicato do Ministério Público. Quando o deixar de ser, talvez a opinião pública perceba que aquele sindicato, e os seus membros, não só se levam a sério, como de facto discutem coisas sérias. Até lá, não se queixem.

Publicado por Manuel 16:17:00  

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