sobre a mesquinhês

O Paulo Gorjão, num purismo inusitado, acha que 'vale tudo contra Alberto Costa' dando como exemplo um post nosso, que qualificou de 'mesquinho', onde, a seco, se reproduzia simplesmente uma nomeação em DR. Eu nem vou perder tempo a recordar que ainda há pouco tempo havia por aí quem defendesse uma caça aos 'boys' sem quartel , mas convinha aqui notar duas ou três coisas. E a primeira é que a manutenção de conteúdos na internet (no caso os do sítio do Ministério da Justiça) não me parece um cargo de confiança política, nem algo de tão específico que tenha impreterivelmente de ser feito por alguém exógeno ao staff permanente do Ministério da Justiça. Em segundo lugar, é legítimo esperar que dum Governo que impõe sacríficios a outros, que seja o primeiro a dar o exemplo, logo porquê aquele salário e não outro ? Ou só os salários dos assessores de imprensa é que são para discutir ? Em suma, temos aqui dois problemas (exemplares) de fundo - um é a definição, e a extenção, do que é a 'confiança política', e do que é espectável um titular de um cargo político de topo, no caso um ministro, 'esperar' que seja feito pelos serviços do seu próprio ministério (imagine-se o que era alguém chegar , e requisitar em DR um motorista porque não gostava dos que estavam à disposição, não é 'assim' tão diferente), e o outro é a velha questão dos salários. É legítimo alguém cuja única tarefa será assessorar a manutenção de conteúdos de uma página internet ter um salário equiparável em grandeza a um secretário de estado ?

Se calhar é
tudo legítimo e a questão é mesmo mesquinha. Um dia talvez o Paulo Gorjão tenha tempo para explicar porquê...

Publicado por Manuel 23:58:00  

5 Comments:

  1. josé said...
    O problema com o senhor Gorjão ainda é outro, também aflorado no postal:

    Não foi ele quem promoveu uma campanha tipo MaCarthysta, na blogosfera ( com o apoio de outros...) para caçar fantasmas de nomeações?!!

    Isso chama-se o quê?! Grandiosidade de propósitos?! Vistas largas?!

    Enfim. Pela minha parte, repito o que escrevi: até que a mocinha é simpática e bem parecida e desejo-lhe bom trabalho.

    Mas não havia necessidade nenhuma de mais uma vez se fazer algo sorrateiramente e em contradição com um discurso público contra privilégios. O mal foi o maldito Diário da República, escrutinado por quem está escaldado.


    Haja pudor! E haja senso, neste caso do autor do blog bloguítica.
    É que a moralidade, para se dispensar, obriga a que todos comam.
    António Torres said...
    Muito bem!!!
    zazie said...
    pelos vistos há quem goste de micro causas tão micro que só devem ser vistas a microscópio e com autorização do pesquisador
    av said...
    Era altura de rever os vencimentos da administraçao pública, principalmente do governo. Assessores e etc.

    Para nao acontecerem essas coisas.
    josé said...
    Já foram revistos, meu caro ampv.
    Foram agorinha mesmo com a lei 52-A/2005 de 10 de Outubro que muitos entenderam que entrava em vigor em 1 de Novembro, mas que o nosso bravo Vital esclareceu que era em 15 de Outubro, ou não fosse ele um bravíssimo jurista.

    No entanto, quero crer que se ler a lei, vai ter surpresas e que não vai pensar nada bem do nosso primeiro que disse publicamente que "primeiro tinham acabado com os privilégios dos políticos e agora iriam acabar com os dos funcionários"

    O candidato senescente a PR, disse hoje na TSF, ao mencionar o que aconteceu nestes dias em França que as pessoas não gostam que lhes sejam retirados direitos. Isso para contrapor ao candidato cuja simples presença o afronta e a quem apodou de simples economista.
    Foi-lhe então observado maliciosamente pela interpelante locutora que afinal era isso mesmo que os socialistas andavam a gora a fazer: retirar direitos às pessoas!Resposta do candidato senescente: não senhora! "Isso não
    é retirar direitos! è retirar benesses!"
    Ora toma!

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