A primeira rigorosa, objectiva, exacta entrevista de Rui Rio
terça-feira, novembro 01, 2005
Numa atitude sem precedentes, reveladora de um vasto e magnânime espírito, cultura, vivência, mundi-evidência, ciência, democráticas, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, revelou hoje aos jornalistas as restrições nas suas relações com a autarquia e proibiu qualquer vereador de falar à comunicação social sem prévia autorização do seu gabinete. Numa intervenção sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, Rui Rio anunciou ainda que a partir de agora só dará entrevistas por escrito, depois de recebidas previamente as perguntas também por escrito...
Apesar dos habituais, e ressabiados, apupos, a medida é de uma inteira justeza. Convenhamos... é preciso ordem, rigor, exactidão, colocar um fim nas especulações, algo que, aliás, levar àvante no Boletim Municipal. Por isso, impõe-se estas medidas aos jornalistas. Num rigoroso exclusivo, a Grande Loja fez a primeira entrevista por escrito, com conhecimento prévio por escrito das perguntas a serem feitas por escrito e para serem respondidas por escrito pelo presidente.
Grande Loja do Queijo Limiano (GLQL) - Como está?
Rui Rio (RR) - Aqui me encontro meus concidadãos. Foi por vós que aceitei este desafio. Para mim e para a cidade, que precisa de respirar, precisa de um novo rumo mobilizador de vontades para traçar um novo conceito de cidade, capaz de responder aos desafios da modernidade, não esquecendo todo um passado, do qual apenas nos temos que orgulhar. A minha tarefa depende de vós. Só com a vossa força e determinação posso levantar a grande obra que projectei. Vamos fazer juntos este caminho.
GLQL - Foi uma vitória dura, não foi?
RR - Foi a vitória do tolerância, do Porto de quem atravessa o rio, junto à serra do Pilar. Daqueles que encontram nesta cidade um velho casario que se estende até ao mar. Dos que entre ruas e calçadas descem da Ribeira até à Foz. Foi a vitória de um Porto sentido que quer olhar em frente.
GLQL - A pergunta, tal como as ideias que tem para o relacionamento com os media, impõe-se: e agora Porto?
RR - Agora é preciso derrubar fronteiras, ver claramente visto que uma cidade não é apenas um espaço geográfico: é um mole de atómos culturais partilhados por uma determinada região, que transfere para os seus cidadãos uma forma de estar...
GLQL - Acredita mesmo nisso?
RR - Esta entrevista é concedida por escrito com conhecimento prévio das perguntas e sem direito a interrupções
GLQL - Não estávamos a interromper, apenas queríamos clarificar esse seu pensamento.
RR - Eu sabia. Quando li as perguntas por escrito previamente enviadas, disse logo que não haveria lugar a interrupções.
GLQL - O tempo começou a arrefecer, não foi?
RR - É preciso dar tempo ao engenheiro (escrever engenheiro e não utilizar a abreviatura eng.), como estava a dizer, ao engenheiro Sócrates tempo para implementar as medidas. Como sabem, o programa do governo prevê um reforço substancial de verbas para as autarquias para fazer face aos problemas climatéricos. A verba está cabimentada, faltam apenas algumas questões de pormenor.
GLQL - É a vida, não é?
RR - É e sempre será a vida, essa eterna incerteza que nos amadurece, mas que ao mesmo tempo faz de nós eternos jovens, com vontade de mudar, de transformar com rigor, com disciplina, sem especulações.
GLQL - E é assim...prontos...
RR - Então, tive muito gosto. É preciso que haja debate, sem inexactidões, deturpações, especulações. A informação quer-se rigorosa, isenta, objectiva. O emissor deve ter a capacidade de dizer o que relamente quer dizer, sem ser alvo de interrupções. Bem hajam!
Publicado por Carlos 02:10:00
André