Pessoalidades

Este post, cuja defesa já foi assumida aqui pela pena do V. Manuel (agradeço o esforço mas não posso deixar de assumir a defesa dos meus próprios textos) valeu-me o epíteto de mesquinho.

Agradeço o policiamento do Paulo Gorjão, a quem conheço na blogosfera há uns anos. Não é a primeira vez. Nem será a última. Só não lhe aceito a autorictas, mas isso é outra conversa.

O PG sabe bem a que àrea política eu pertenço. Sabe bem que votei PS sempre na minha vida. Deveria saber, também tendo em conta todos estes anos, que sou mais exigente com os "meus" do que com os outros. Isso é particularmente verdade na àrea da justiça, em que acompanho de longe uma série de pessoas que por lá têm passado. Pessoas que estimo, que respeito intelectualmente, e que defendo sempre que há razões para isso, mas a quem não poupo quando se justifica. Será um double standart mas é o meu.

Cometeu, no caso, o PG um erro de palmatória. Mediu os outros, no caso eu, pelos seus próprios padrões. Citei aquela nomeação, que recebi por e-mail, sem pensar sequer no que na Loja e na imprensa se tem escrito sobre Alberto Costa. Não sou assim tão retorcido, meu caro. Este tipo de spinning e unspinning deixo-o para os profissionais.

Estranho seria que, tendo recebido o despacho, tendo achado o mesmo despropositado, e tendo visto uma oportunidade de fazer (mau) humor, relacionando o despacho com a recente notícia (ela própria exagerada) da "fuga de cérebros", tivesse cerceado o instinto de postar tendo em conta o que quer que fosse que nesta Loja, por essa blogosfera fora e na imprensa se escreveu recentemente sobre este mesmo Ministro.

Lealdade orgânica comigo não. Eu devia ter omitido a informação, sobre a qual, note-se, e retirando aquela tentativa de humor falhada, não escrevi uma única palavra, porque Alberto Costa já foi visado esta semana? Mas isto aqui é o quê, um qualquer jornal ou direcção editorial? Um polo de propaganda partidária? Eles é que fazem isso. Eu não. A minha liberdade é ambém essa.

Mas ainda que eu tivesse deliberadamente publicado alguma coisa no contexto de outras notícias? Podem-se criticar uns Ministros e não outros pelas nomeações que fazem? Por critérios de que tipo? E estará ou não aqui em causa uma situação em que seria interessante perceber os motivos da escolha do método e da pessoa?

Sendo que saúdo o surgimento de uma nova metodologia que consiste em desvalorizar o conteúdo da notícia atacando as putativas motivações por detrás da publicação da mesma, a sua incompletude face a um qualquer critério tirado da cartola no preciso instante, destacando outras situações que não constam da mesma, e que deviam, à luz do mesmo critério tirado da mesma cartola, etc. É uma excelente técnica. Excelente.

Ocupe-se de algo mais prazenteiro, meu caro. Insultar outros é deprimente. É a única resposta que lhe posso e vou dar.

P.S. - Não sou familiar de nenhuma pessoa com interesses na política, tirando a minha filha que me parece ser anarco-comunista, e bem capaz de se filiar no Bloco de Esquerda, embora aos três anos seja dificil de dizer.

Publicado por irreflexoes 10:29:00  

1 Comment:

  1. josé said...
    Quando alguém dá um tiro no pé, deve, por uma questão profilática, retirar-se um pouco da vista e curar a ferida...
    No caso do bloguítico, já são vários, os tiros.
    Então...
    De resto, dar tiros no próprio pé, não tem nada de mal desde que as pessoas não se levem muito a sério. Mas nessa altura, também o ápodo sobre a mesquinhez, se torna irrelevante.
    Irrelevâncias, então, é o que temos.
    A soma delas, porém torna-se perigosa para a credibilidade seja de quem for que se leve muito a sério naquilo que escreve.
    A análise política é o campo por excelência da especulação irrelevante e que de vez em quando levanta uma ideia, um conceito, um alerta.
    E por isso, o blog bloguítica deverá ser encarado como um local de irrelevâncias em que de vez em quando surge algo interessante.
    É assim que vejo esse lugar.

    COmo aliás, vejo a generalidade dos blogs, incluindo este em que escrevo.

    Há porém, alguns que se levam numa seriedade ridícula, ou dizendo mesmo mais, patética...
    Não se miram ao espelho, só pode.

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