Odi profanum vulgus

Apareceu agora um novo blog. Chama-se "Sine die", repescando reminiscências daquilo que é mais temido em quem espera justiça- os adiamentos sine die!

Na ficha técnica de animadores aparecem alguns nomes próprios com apelido.

Mas...a que pessoas correspondem aqueles nomes?! É que no "profile" nada mais há do que o nome singelo.
E um nome bastará, quando é conhecido. Quando assim não acontece, como é o caso da maioria, pelo menos para a opinião pública, um nome é apenas um registo de identidade. Menos esclarecedor do que um pseudónimo , quando sabemos a quem pertence. Advogados, magistrados e juristas, há muitos.
Neste aspecto, deve realçar-se a preocupação em se evitar o anonimato, aqui entendido, como algures, algo de negativo e criticável, objectivamente: "Não haverá anonimato de opiniões, não haverá «má língua», insinuações e outras torpezas. Defenderemos e combateremos ideias, projectos e actos. Os seus autores serão apenas visados enquanto tais, nunca nas suas pessoas."
Torna-se, por isso, imediatamente perceptível a urticária virtual contra " o anonimato das opiniões", como se isso fosse algo de sarnento e vil.
Porém, criticar anonimatos alheios e relativizar identidades, parece pouco coerente.
Esperamos correcções.
A nota de abertura, assinada por Eduardo Maia Costa, é abertamente um manifesto. Começa por declarar que a comunicação social disponível se encontra num "espaço público português está cada vez mais reduzido, mais condicionado, logo, mais pobre e menos democrático.É um fenómeno mais ou menos universal, devido fundamentalmente à intervenção asfixiante do poder económico na comunicação social, condicionando de forma significativa o pluralismo de opiniões e a independência dos jornalistas."


Opinião pura, portanto, logo a abrir para justificar a intervenção. Que será inevitavelmente política. Segundo o articulista, a intervenção em blogs, servirá para "vislumbrar uma democratização profunda da discussão pública e consequentemente uma intensificação do controlo democrático do poder político." Para que não haja dúvidas - "É esse o sentido e o propósito deste blogue."
"A iniciativa parte de um grupo de juristas, magistrados judiciais e do ministério público e advogados" em "convergências ideológicas: o apreço pela defesa dos direitos humanos, pelo ideal da justiça social e política, tanto no plano interno, como no âmbito internacional."
São eles:
Alberto Esteves Remédio. António Henriques Gaspar. António João Latas. Artur Rodrigues da Costa. Carlos Rodrigues de Almeida. Cristina Ribeiro. Eduardo Maia Costa. Guilherme da Fonseca. João Paulo Rodrigues. José Gonçalves da Costa. Mª do Carmo S. Dias. Paulo Dá Mesquita.
Nota-se a preocupação de sedimentar um "livro de estilo":
"Seremos implacáveis com todas as formas de demagogia e populismo, de mistificação e de mentira, que tendem a tornar-se, sobretudo no plano internacional, mas também no interno, o modo normal e corrente de fazer política. Não procuraremos a polémica, mas também não a evitaremos, quando útil para o debate franco de ideias. O nosso «livro de estilo» é o fundamento ético das nossas posições."
Parabéns, então! E bem vindos sejam à blogosfera! Sendo alguns dos nomes apontados, de magistrados de instâncias bem superiores, é de louvar a iniciativa e a notória abertura ao mundo da comunicação ao "público".
Sob o nome próprio que serve de pseudónimo que alguns conhecem e sem o nome inteiro do bi, porque não quero carregar a profissão para aqui, estarei atento à escrita, auspiciando desde já as maiores venturas nesta comunicação nos blogs.

Publicado por josé 14:05:00  

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