Maximiano

Este post do Eduardo Pitta fez-me pensar na entrevista de Rodrigues Maximiano à Pública de domingo (sem link). Maximiano foi, durante nove anos, o único inspector-geral da Administração Interna. Jubilou-se como magistrado do Ministério Público e, a convite de Alberto Costa, de quem é amigo, integra o Conselho Superior daquele organismo. Saiu imediatamente antes de o PS regressar ao poder, apesar de ter sido pela sua mão que ocupou aquele cargo. Agora deu esta entrevista a Adelino Gomes. Fala de si - nem podia deixar de ser-, fala da justiça e fala de António Costa. Eu, aliás, suspeito que foi sobretudo para criticar o actual MAI que Maximiano falou. As tiradas retóricas sobre a "justiça" e sobre as relações entre a magistratura e a política, dada a proximidade de Maximiano a Alberto Costa, podiam perfeitamente ser ditas em privado. Não é por aí. Com o outro Costa, Maximiano nunca teve grandes relações. E, aparentemente, vice-versa. Este MAI decidiu desvalorizar politicamente o papel da IGAI e isso, mesmo na sombra, incomoda Maximiano. E bem. Só que, ao criticar António Costa, Maximiano acaba por criticar implicitamente a manutenção em funções da pessoa que lhe sucedeu e que foi seu colaborador ao longo dos nove anos em que esteve à frente da Inspecção. Não sei se a IGAI ganhou alguma coisa com esta "reaparição" de Maximiano, pelos vistos, como sublinhou, "jubilado mas não reformado". Eu li assim a entrevista. Como é que António Costa a terá lido?

Publicado por João Gonçalves 13:22:00  

1 Comment:

  1. josé said...
    Sobre o postal de Eduardo Pitta, acho que o mesmo tem razão nas críticas.

    Que sabe Maximiano de concreto, do sistema penal norte americano e principalmente das instituições que investigam crimes ( não é só a polícia de LA, uma espécie de PSP local...)para dizer o que disse?

    Os casos Enron e WorldCom deveriam ser bem mais estudados. E comparar como que por cá se (não)faz- no DCIAP, exactamente.

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