sobre o outsourcing da responsabilidade individual...

A (des)propósito das presidenciais anda por aí uma curiosa polémica. Ao discutir o passado, discute-se não tanto o que A ou B fez, ou deixou de fazer, mas aquilo que C ou D deixaram, ou não impediram, que viesse a ocorrer/acontecer, aqui, ali ou acolá. Este tipo de discurso não é novo e é muitas vezes eminentemente perverso. A estadia no poder de E ou F serve neste contexto tão só e apenas para justificar omissões... individuais. Parece aliás que há quem acredite que quem está no poder, faz não só a diferença, como ascende - automaticamente - ao papel de divindade, com a capacidade mágica de tudo ter de saber, e tudo remediar. A quem está no poder exige-se que dê o exemplo, não que faça milagres. Ora, vivendo nós em sociedade, todos temos responsabilidades. Assacar, tudo o que correu menos bem, assim como tudo o que correu bem, a uma e uma só pessoa é injusto e imoral. Por acção, e por omissão, todos temos responsabilidades, no bom e no mau. Todos, a não ser que nos consideremos como mais uns do rebanho que nos limitamos a assinar de cruz. Ser democrata é também perceber isto.

Publicado por Manuel 19:38:00  

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