o segredo está nos números
segunda-feira, outubro 10, 2005
Depois de sucessivos 'equivocos', cujas explicações científicas roçam o sobrenatural, eis que no dia seguinte às autárquicas o Governo decidiu remodelar o INE, anunciando uma nova direcção...
Publicado por Manuel 19:43:00
10 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Tem mais piada o teu post, afinal não podemos deixar que a verdade estrague uma boa estória.
Eu registei apenas. queres que diga o quê, como acepípe ? Que são bons porque foi o Sarmento que os nomeou (como recorda o governo na hora do chuto no pé) ? Que são os maiores porque reformularam e modernizaram as metodologias do INE ? É ?
Eu não trabalho no INE, consumo como qualquer cidadão os dados que o INE exara, ponto. E como cidadão recordo apenas, no passado recente, alguns números, de (muito) díficil sustentabilidade.
Se tem culpa, se não tem, não sei. Sei, que foram todos extraordináriamente corporativos na defesa do INE e na inadmissão de qualquer autocrítica (com UMA honrosa excepção - TU, que te esforçaste por contextualizar a coisa e apresentaste as únicas explicações minimamente verosímeis).
Abraço
Quando o espanhol da comissão disse aquilo, eu fiquei à espera de ver as mesmas reações virginais por parte dos blogueiros do INE. Enganei-me...
Se compreender isto e me fizer o favor de tentar perceber de outro modo alguns silêncios talvez tudo fique mais claro e a minha... posição mais defensável, bem longe de algum tipo de corporativismo.
Há algumas críticas que têm de partir de fora (e para isso é preciso haver um pouco mais de atenção além da espuma) e há algumas defesas que têm/podem (num eventual contexto futuro 'devem') partir de dentro. Mas só algumas, por isso não queiram (englobo agora o Manuel) ter-me como advogado de plenos direitos e poderes do INE. Há obviamente auto-censura em muitos aspectos como de resto acho exigível (SE não forem postos em causa princípios de honestidade, independência técnica e imparcialidade de análise).
Quando sairam os números do segundo trimestre, neste e noutros blogs, esses números foram muito criticados. E muito defendidos por si. Esperava a mesma reacção quando um espanhol fizesse a mesma coisa. Não como advogado de pleno direito, mas da mesma forma que o fez.
No resto, o trabalho do INE é dar indicadores com um grau de rigor mínimo. Se esse grau de rigor não existe (e estou certo que não lhe preciso de explicar o que significa um mau número, mesmo que venha a ser corrigido no período seguinte, aí ficamos com dois maus de histórico ) é irrelevante se foi tirado com toda a honestidade, independência e imparcialidade. Aliás, acho muito mais preocupante que o INE não consiga obter um número mesmo empenhando toda a honestidade, independência e imparcialidade. Não sei se não preferia que me dissesse que foram martelados de facto.
PS: Espero que não leve isto de forma pessoal. Não faço ideia do seu papel em tudo isto.
Quanto ao rigor nos dados a única coisa que posso garantir é que foi usado do máximo possível e nenhuma das críticas aqui formuladas ou em qualquer outro sítio deixaram de ser rebatidas (por mim e por outros) com base nos dados que estiveram na base do PIB do 2º trimestre à data da divulgação do mesmo.
Naturalmente a qualidade da síntese que é o pib poderá melhorar e muito se os dados de base evoluirem nesse sentido, mas também é verdade que a análise da 2º trimestre de 2005 se baseou em informação tão boa quanto a apurada no 1º trimestre de 2005, no 4º trimestre de 2004 e por aí adiente.
COmo é óbvio, ainda que subscrevendo as necessidades enunciadas pelo tal espanhol, se os dados foram divulgados é porque lhes atribuimos um tal rigor mínimo de que fala. Um mínimo que, garanto-lhe, fica necessariamente (pelos métodos utilizados) uns furos acima do que pode e é produzido por diversos departamentos de reasearch da nossa praça.
Mas não vamos reeditar a discussão do mês passado. E para não me atribuir demasiada presunção, continuo à espera de ouvir o coro de economistas conceituados que tenham criticado veementemente os dados divulgados pelos INE e que parece implícito ter existido se lermos as suas palavras.
É um pouco como a campanha para as autárquicas... falou-se mais no acessório, nos crimino-políticos do que nas coisas essenciais. Deve ter mais piada.
É como a questão do défice e as críticas do Eurostat. Os números relativos a anos mais recentes, sobre os quais recaem as dúvidas, são da exclusiva responsabilidade do Ministério das Finanças. Urge perguntar por que é que ainda é assim e por que é que ainda não se mudou essa situação.
Quanto à mudança da Direcção do INE, só espero que por uma vez não se verifique o dizer popular "atrás de mim virá quem bom de mim fará".
E que seja possível de uma vez por todas garantir (para dentro, mas sobretudo para fora), a isenção e rigor que se exigem a uma instituição como o INE.
Sim, não vamos reeditar a discussão. De qualquer forma, comparar o INE com o research de onde quer que seja parece-me algo ofensivo ao próprio INE.
Cumprimentos