o regresso da política e o primado das ideias



é o que se espera e o que se deseja
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N.A. Este post reflecte a opinião pessoal do autor e não necessariamente a desta Venerável Loja, que muito pluralmente não tem candidato oficial...

Publicado por Manuel 20:00:00  

17 Comments:

  1. Anónimo said...
    Subscrevo
    Anónimo said...
    Subscrevo tambem.
    formiga bargante said...
    Depois de escutar respeitosamente a "Múmia", só tenho uma reacção, meu caro Manuel:

    Debate de Ideias ?

    Ah! Ah! Ah!

    As quatro razões para a candidatura ?

    Ah! Ah! Ah!

    Sempre está atempo de mudar de opinião, não é ?
    Anónimo said...
    Quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira ministra de um governo da iniciativa de Ramalho Eanes, antes de sair do seu posto resolveu aumentar as pensões sociais de certas camadas de pensionistas. Foi um aumento considerável.

    Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.

    Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio.

    A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo do bloco central.

    Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.

    Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.

    Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem infomado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.

    Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.

    Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!

    Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado.

    Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heroica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.

    É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR? Desculpem, se quiserem propor Hernani Lopes para PR, podem contar com o meu voto. Mas como ele não aparece a candidatar-se a PR, vou votar em quem o ajudou a salvar Portugal da bancarrota provocada pela AD de Cavaco Silva. E esse alguém é Mário Soares.

    Estes os factos. E eu voto em factos, não em mitos e miragens. Mário Soares tem um brilhante CV em controlo da despesa pública (governos de 1977/78 e 1983-85). Cavaco Silva tem um brilhante CV no descalabro das contas públicas.

    Qualquer economista, se intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, rejeita liminarmente este embuste chamado Cavaco Silva. Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda o pai do MONSTRO? Monstro que agora Sócrates se esforça por abater com as reformas profundas que está a fazer.

    Para os mais novos aqui fica a radiografia do embuste chamado Cavaco Silva.
    Anónimo said...
    "Cavaco: retrato de um português muito conhecido"

    "... o dr. Cavaco entrou em cena, afirmando classicamente a imoralidade da política (...) Em 1978, expusera com inteira franqueza, as suas opiniões sobre o assunto na revista Economia: nomeadamente a de que «o político como criatura dedicada à prossecução dos interesses da sociedade como um todo» era um mito. Os políticos, segundo o dr. Cavaco, só se movem por duas ordens de 'objectivos': «o seu próprio bem-estar» e a sua «permanência do poder». Donde resulta, como ele a seguir minuciosamente argumenta, que a política constitui o principal impedimento a que uma sociedade seja bem governada. Num mundo ideal, não existiria política, isto é, não existiria partidos: existiria apenas a vontade de competência (...)

    Esse 'homem de Boliqueime', que chegava do 'nada', magro e esfomeado, cumpridor e virtuoso, endurecido pelas humilhações e pelos começos difíceis, reflectia a multidão que rilhava o seu ódio aos políticos nas universidades e nos ministérios, nos jornais e nas empresas públicas. Cavaco era a própria essência do arrivismo. Sendo um autêntico reacionário, detestava a burguesia tradicional e proclamava a sua dedicação ao povo: queria o prestígio da autoridade, o amor do trabalho e o fortalecimento da família; vivia obcecado com a sua própria competência, a sua importância e os sinais exteriores da sua dignidade. E não conseguia impedir que transparecesse, sob este já desagradável exterior, uma vaidade ingénua e vertiginosa, que apregoava as suas proezas atléticas, a sua perene juventude, os seus graus académicos, o seu saber, a sua clarividência e até, constantemente, os elogios que recebia do estrangeiro, como se a sua fama, partindo de Boliqueime e parando em Lisboa, fosse o caminho do mundo (...)

    Ele sente-se como o proverbial menino holandês com o dedo no dique. Se alguém o mover um só milímetro segue-se o desastre. Ceder uma vez significa animar as fúrias e frustrações portuguesas, que já de si andam agitadas. Ele não cede. Dá audiência real à oposição e chama à conversa 'diálogo'. Não se corrige, mesmo quando erra, e, se se corrige, nega que se corrigiu (...)

    Cavaco supõe que a sua impassividade inspira confiança. Inspira, pelo menos, uma certa apatia e tende a desencorajar as partes queixosas, que se cansam de bater com a cabeça num muro. Ele acha isso óptimo, sem perceber que perde no processo. O principio fundamental do cavaquismo não lhe permite perceber (...)

    [Vasco Pulido Valente, "Cavaco: retrato de um português muito conhecido", in O Independente, 15 de Maio de 1998]
    Anónimo said...
    São evidentes as vantagens para Portugal do candidato Mário Soares sobre um candidato apoiado pelo PSD e CDS. Senão vejamos:

    a) Muito maior experiência de Mario Soares, em especial na cena internacional. Se for preciso abrir uma porta em qualquer lado em favor de Portugal, o peso de Soares é muito maior do que o de Cavaco Silva. Mesmo na direita europeia, pesa mais Soares do que Cavaco.

    b) Soares tem experiência interna em matéria de crises e de como as ultrapassar. Foi em dois govermos presididos por ele, em 1977/78 e em 1983/85, que o FMI ajudou Portugal a ultrapassar duas graves crises financeiras do país. Cavaco, ao contrário, foi o perdulário nos anos dos seus governos que conduziu o país para o buraco em que estamos. Soares equilibrou as finanças públicas (com a ajuda de Vítor Constâncio, primeiro, e Hernani Lopes, depois), Cavaco desequilibrou-as, por não conseguir conter o apetite dos seus companheiros de partido. Os défices reais (sem receitas extraordinárias) dos anos da governação de Cavaco Silva são pavorosos e foram tão grandes ou superiores aos de hoje, da governação de Durão Barroso e de Santana Lopes.

    c) Muitos apoiantes de Cavaco Silva julgam que se ele for eleito poderá encetar reformas do nosso sistema político e administrativo. Nada mais ilusório, pois quem tem poderes para tal, nos termos Constitucionais, é a Assembleia da República e o Governo e partido(s) que o apoia. Ora, o governo actual é do PS, que tem apoio maioritário na AR. Portanto, se o governo quiser encetar reformas profundas, terá em Mário Soares um interlocutor mais compreensivo do que em Cavaco Silva, pois este pertence a uma família política diferente da do executivo e que nunca esteve para aí virada.

    d) O actual governo está a levar a cabo um conjunto de reformas de fundo importantes. Se Cavaco Silva for eleito, por pressão de lobies ligados aos partidos que o apoiam, poderá tender a ceder a essas pressões, acabando por boicotar a acção do governo e da maioria da Assemblea da República. Cavaco Silva, em vez de ser a solução, seria parte do problema. E não se diga que Cavaco Silva não é pessoa para se deixar pressionar porque o seu passado deixa antever isso mesmo. Não se deixará pressionar pela oposição nem por comentaristas agressivos, mas é-o pelos seus apaniguados mais espertos, como demonstra o lixo todo de corrupção que se desenvolveu ao longo dos seus mandatos como primeiro ministro, precisamente envolvendo altas figuras do seu partido. Alguém se esquece do que foi o Fundo Social Europeu, entregue a figuras gradas do PSD estrategicamente colocadas em certas empresas e organismos do Estado? Fez na altura Cavaco Silva alguma coisa para evitar essa corrupção? Soares sim, deu provas de combater a corrupção, tendo criado um Alto Comissariado para o efeito quando foi primeiro ministro pela primeira vez, chefiado por Costa Brás, o qual teve uma acção importante no combate à corrupção.

    e) Cavaco Silva é um candidato que divide os portugueses, ao contrário do que querem fazer crer alguns dos seus apoiantes. Cavaco nunca terá boa imagem dentro do mundo do trabalho. Carvalho da Silva e Proença, os dois líderes mais representaivos das duas confederações sindicais estiveram presentes na apresentação da candidatura de Soares. Isto diz muito da simpatia que Soares goza no mundo do trabalho. E Cavaco Silva? Ora, estando o governo a proceder a reformas profundas, algumas manifestamente impopulares para certos sectores da população, na presidência da república quere-se alguém que tenha uma base social de apoio forte no mundo do trabalho. Neste contexto, é evidente que Soares e Sócrates congregam em ambos essa maior base social de apoio, o que tornará muito mais fácil fazer as refomas de que o país precisa. Por estas razões principais, as classes médias e uma certa tecnocracia do país, se forem inteligentes, votam em Mário Soares. Não que Cavaco Silva não seja de per si um homem inteligente e íntegro, mas está rodeado de sanguessugas corporativas que se degladiam entre elas para ver quem apanha o melhor bocado. Soares pode ter atrás de si poetas, pintores, artistas, escritores, gente de letras e de ciência que mal conhece a tabuada das finanças e da economia. Embora também tenha com ele ilustres economistas e gestores. Cavaco Silva tem à sua volta duas classes de gente: os revanchistas de antigamente e as sanguessugas insaciáveis. Na sua corte, pouco sobra para gente de bem. O resto, ou são eleitores indiferenciados ou gente que sonha com outro país que nunca existiu nem jamais existirá. Soares é o realismo político. Já deu provas disso como presidente da república e como combatente contra o descalabro das finanças públicas. Cavaco é um mito, que falhou mais rotundamente exactamente onde alguns julgam que ele é mais fiável - nas finanças públicas. E não sou eu que o digo, foi o ex-ministro de Cavaco Silva, Miguel Cadilhe.
    Anónimo said...
    Grande discurso e grande bofetada nos seus críticos mais jovens, o de Mário Soares na apresentação da sua candidatura, um espírito jovem com 81 anos.

    Aquela que ele lembrou que esteve numa manifestação na rua contra a guerra do Iraque vai levá-lo à vitória.

    O povo tem memória e na campanha Soares vai perguntar muitas vezes a Cavaco onde estava nessa altura. Estaria com Durão Barroso, o delfim de Cavaco Silva? Estaria na cimeira dos Açores, com o seu delfim Durão Barroso? Fez Cavaco Silva alguma coisa para evitar o desastre de Bush e de Durão Barroso nos tempos que antecederam a guerra do Iraque?

    Suponhamos que nessa altura Cavaco Silva era presidente da República. O que teria ele feito, iria receber Bush nos Açores e dar o aval de Portugal ao disparate que foi a guerra do Iraque? O que teríamos em troca desse apoio a Bush? Provavelmente o que tiveram Aznar e Blair, terrorismo em casa.

    Perceberam, cavaquistas e portugueses em geral, o que está em jogo na próxima eleição? Querem terrorismo em casa por uma causa idiota que não nos diz respeito?

    Cavaco Silva é autor moral da idiotice de Durão Barroso ao apoiar Bush na guerra do Iraque, porque Durão Barroso era o seu delfim. Não venha agora fingir que se distancia da posição de Durão Barroso quanto à guerra do Iraque, porque os portugueses nada viram dele nessa altura e depois.

    Os portugueses não gostam de múmias oportunistas e videirinhas. Gostam de Mário Soares, poque ele enfrenta os toiros quando muitos fogem ou ficam calados.

    Quem quer paz e não se quer candidatar a levar com uma bomba islãmica na cabeça vota Mário Soares. Quem se quiser arriscar a outro destino, vota num oportunista qualquer que fica calado quando um filho deita gasolina na casa que ameaça arder.
    Anónimo said...
    Está tudo louco ?
    Querem pôr lá um velhinho gágá para quê ?
    Para se aproveitarem do idoso ?
    Cambada de maraus, deixem o velhote em paz !
    Anónimo said...
    É incrivel ler tanta asneira em tão pouco espaço.
    Aproveitem bem a hora do recreio.
    André Carvalho said...
    Nasceu, no passado dia 16 de Outubro às 17 horas e 16 minutos, é do signo Balaça, respira saúde e tem um ar bem rosadinho.

    Com 4 dias de vida, o recém-nascido tem tido muitas visitas e os seus pais babosos têm todos os motivos para estar orgulhosos.

    Foi baptizado com o nome de «O Cajado do Marocas» e é o primeiro blogue não oficial anti-candidatura de Mário Soares à presidência da república.

    Como tenho trocado algumas opiniões com o pai do recém-nascido, gostaria de aproveitar para lhe mandar daqui um grande abraço rasca, e desejar as maiores felicidades para o seu filho e que todos os seus sonhos se concretizem.

    Muitos parabéns! :)

    http://geracao-rasca.blogspot.com
    Anónimo said...
    Cavaco irá perder outra vez e arruma as botas!
    Mas porque raio de ideia é que o homem meteu na cabeça que os portugueses precisam dele?
    Anónimo said...
    Deixemo-nos de tretas limianas cavaquistas destinadas a atrasadinhos mentais e vamos ao que interessa aos portugueses:

    O Conselho de Ministros aprovou hoje o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego 2005-2008 (PNACE)!!! O PNACE enumera de forma objectiva uma estratégia e um conjunto de 125 medidas concretas que visam dar corpo à agenda de modernização do País no horizonte de 2008 e promover o crescimento e o emprego, dando resposta aos objectivos definidos nos domínios de crescimento e sustentabilidade das contas públicas, governação e administração pública, competitividade e empreendedorismo, investigação, desenvolvimento e inovação, coesão territorial e ambiental, eficiência dos mercados e qualificação, emprego e coesão social. E é assim, com a prata da casa e sem fanfarronices e sem consultorias milionárias que se governa e relança o país para sairmos desta maldita crise.
    Anónimo said...
    Primado das ideias?????
    Mas o ACS tem alguma ideia?
    Se tem, desconheço.
    Anónimo said...
    Recentemente Cavaco Silva disse para as TV's que estava estupefacto pelo que aconteceu com o regresso de Fátima Felgueiras. Que a justiça não estaria bem nesta fotografia...
    ESTOU ESTUPEFACTO!, disse ele, ao estilo de sacristão ofendido.

    Também recentemente o economista Miguel Beleza, do PSD e natural apoiante de Cavaco Siva, glosou o mesmo tema no programa "Prós e Contras" da RTP, com brejeirices de mau gosto sobre Fátima Felgueiras, a fugitiva da justiça portuguesa. Tão mau gosto que uma participante nesse debate, politóloga conhecida, lhe deu uma ripeirada bem dada.

    Mas esta gente tem fraca memória e vergonha nenhuma na cara.

    Leonor Beleza, a ex-ministra da saúde de Cavaco Silva, foi acusada pelo sistema judicial de homicídio (não voluntário) por negligência de 23 hemofílicos - formalmente ACUSADA, não suspeita - no famoso processo dos hemofílicos. Pois bem, esta senhora continuou a candidatar-se em eleições e a exercer funções políticas como deputada e até como Vice-Presidente da AR, enquanto o processo judicial corria o seu curso, com sucessivos recursos, alguns para o tribunal Constitucional, até que o processo prescreveu. Muitas vítimas hemofílicas ficaram sem direito a que se apurasse a verdade e se fizesse justiça.

    Manifestou Cavaco Silva publicamente alguma estupefacção com este escândalo da Justiça? É evidente e todos sabemos que não, bem antes pelo contrário, sempre deu apoio político e pessoal a Leonor Beleza.

    E Miguel Beleza, irmão de Leonor Beleza, gozou com o assunto na TV e mandou dichotes brejeiros sobre a sua irmã? Evidentemente que não, caladinho que nem um rato.

    E Zezé Beleza, irmão destes dois, lembram-se? Lembram-se de ele ter fugido da Justiça, lá pela Ásia, no âmbito do processo Costa Freire?

    Mostrou Cavaco Silva alguma estupefacção por Zezé Beleza, irmão da sua ex-ministra Leonor, andar fugido da Justiça? Evidentemente que não, pois a sua estupefacção é só para alturas politicamente oportunas, desde que atinjam os adversários políticos.

    E o irmão Miguel beleza, também gozou com a situação como gozou com o caso Fátima Felgueiras na TV? Claro que não, não convinha nada.

    E o filho de Leonor Beleza, apanhado pela PSP num grupo de traficantes de droga? Causou alguma hilariedade na TV ao tio Miguel Beleza?

    Alguma vez Cavaco Silva retirou a sua confiança política a Leonor Beleza, uma ACUSADA judicialmente que chegou a ser eleita deputada e Vice-Presidente da AR, estando ela acusada de 23 homicídios?
    Marques Mendes alguma vez propôs para que o PSD retirasse a confiança política a esta ex-ministra de Cavaco Silva?

    É caso para todos nós ficarmos estupefactos com este descaramento de Cavaco Silva e de Miguel Beleza.

    Não que Leonor Beleza não fosse presumida inocente por toda a gente sensata, assim como o seu irmão Zézé, mas porque há gente política como Cavaco Silva, Miguel Beleza e Marques Mendes que tem uma lata do caraças! É mesmo de se ficar estupefacto com tal lata e descaramento!
    ...............................

    Para os curiosos deixo aqui uma página do website da APH, Associação Portuguesa de Hemofílicos.

    Os Ecos da Verdade II
    Data: 23 - 9 - 2003


    Comentários elaborados pela Associação Portuguesa dos Hemofílicos, em 23 de Setembro de 2003, face aos novos desenvolvimentos ocorridos no processo dos hemofílicos:

    Os arguidos são os únicos culpados da morte de 23 hemofílicos, dos 35 identificados na acusação e associados ao lote 81 05 36.

    Os outros 12 têm morte anunciada! Que triste verdade!

    Leonor Beleza enganou a opinião pública. Chegou a hora de se repor a verdade dos factos e do processo:

    Em 1998 a Relação de Lisboa proferiu um acórdão enviando estes arguidos para o Tribunal de Julgamento, com severas críticas sobre o teor do recurso e comportamento de Leonor Beleza.

    Diz o douto acórdão da RL, de 18/11/98, aquele que nunca foi cumprido:

    “A guerra é sem quartel. (...) A arguida (...) culmina as suas alegações com um bota a baixo, um salve-se quem puder descomposto, impensável e de muito baixo nível.

    Esta era uma boa oportunidade para os arguidos se livrarem deste processo “de vez”. Mas a realidade foi outra. Fizeram “marcha a trás”, arranjando à pressa e acompanhados do devido compadrio, um lote de inconstitucionalidades para entrarem no Tribunal Constitucional, ansiosamente esperando empatar o bom andamento do processo. Os Juízes Desembargadores da RL chegaram mesmo a afirmar que consideravam este caminho “impróprio e fora de tempo”. Impróprio porque o que estes arguidos quereriam e mereciam só o poderiam ter no Tribunal de Julgamento e fora de tempo porque só agora, ao fim de 4 anos após a acusação e em desespero de causa, é que se lembraram que, afinal, o processo até tinha algumas inconstitucionalidades...

    A mesma cena repetiu-se em 2001. A RL volta a manter a pronúncia do seu anterior acórdão de 19/11/98, sendo que os arguidos voltam a ignorar a RL, recorrendo, mais uma vez para o Tribunal Constitucional.

    Depois vem o cansaço e a saturação da RL que acolhe a ordem do TC e contrariamente ao que tinha afirmado em 1998 e em 2001, declara, sem convicção, que o processo prescreveu... (mas não de vez! Dizem as vítimas)

    O Supremo Tribunal de Justiça é agora chamado a intervir. O Ministério Público e as assistentes fazem andar o processo. Mas há quem não queira!

    Se os vários magistrados nestes autos têm louvado o trabalho de investigação do Ministério Público (MP), com que direito uma Senhora Magistrada do MP no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) vem derrubar o trabalho do MP, desacompanhando as vítimas como se estas se reduzissem a um qualquer preceito do Código do Processo Penal (CPP) comentado com duas ou três notas de trazer por casa.

    É este tipo de actuação da magistratura, felizmente isolada, que provoca a crítica destrutiva da comunidade à Justiça, certo sendo que esta Senhora Magistrada não pugnou por uma resposta à altura da posição que ocupa.

    E tanto assim é que o próprio acórdão do STJ nem sequer considerou a resposta daquela no relatório da sua decisão.

    As assistentes clamam:

    “Não compreendemos como é que os nossos maridos, filhos e pais são ignorados pelo TC e agora outra vez ignorados pelo STJ, uma vez que este também se recusa a conhecer do recurso, ou seja mataram-os duas vezes: a primeira vez 1986 e agora...”

    O TC só considerou relevante a 1ª morte ignorando as restantes (22). Assim, é como se os outros que morreram depois não fossem cidadãos com hemofilia.Para o TC estes 22 nunca existiram, era como se fosse só 1 doente com hemofilia tratado com este lote e não os 35 identificados na Acusação.

    Porque só a 1ª morte é que conta? Será porque era um ex-presidente da Direcção da APH??

    Mais recentemente, o STJ ao não querer conhecer o recurso das vítimas é como se os restantes doentes com hemofilia contaminados com o vírus da SIDA através do lote 81 05 36 nunca tivessem existido.

    Presentemente, este processo só anda ao emporrão das assistentes porque não será o TC ou o STJ que lhes vai calar a boca.

    E não nos venham dizer e escrever que são “dezoito anos de calvário” (Jornal Expresso de 26 de Julho de 2003)! Calvário só para alguns: as vítimas, que são obrigadas a esperar que seja feita Justiça, sem nada poder fazer. Os outros, os arguidos, já em 1998, podiam ter acabado o processo, acatando o acórdão da RL que os enviava para o Tribunal de Julgamento. Porque não foram? Afinal, quem tem medo deste Julgamento?

    Veja-se a resposta (abaixo) que este artigo mereceu por parte da APH e enviada por mail (fmadrinha@mail.expresso.pt) em 23 de Setembro de 2003.

    Num país onde todos falam de justiça, onde todos apontam o dedo à justiça, onde todos falam de processos mediáticos, da legislação, não haverá ninguém que queira falar do (bendito/maldito) processo dos hemofílicos que é vítima de uma das senhoras que tem poiso numa casa onde fazem leis? Será que ninguém vê isso?

    APH
    ................................

    Exmo. Senhor

    Fernando Madrinha

    V. Exa. assinou o artigo “Calvário” no jornal “Expresso” de 24/07/03, onde comenta sobre a actuação da Justiça no processo dos hemofílicos, em que Leonor Beleza, actual Vice-Presidente da Assembleia da República e Cabeça de Lista pelo Distrito de Portalegre, é arguida. A falta de informação de V. Exa. na matéria é óbvia e incompreensível, ressaltando a sua solidariedade num tema, que certamente não seria exposta se a informação, a existir, fosse fidedigna e correctamente analisada.

    O seu artigo parte do erro e comummente ataca o alvo mais fácil, o que não tem rosto, qual seja o sistema judicial português, esquecendo, como muitos esquecem, que nem sempre os magistrados são os reais responsáveis pelo tramitado moroso de um processo, culpas cabendo a outros operadores da Justiça que encharcam aquele de recursos, quantas vezes sem base que os sustente.

    Assim, o “Calvário” que V. Exa. menciona refere-se ao quê e a quem? À Sra. Arguida Leonor Beleza ou as vítimas desta?

    Os “dezoitos anos de espera” e “vida em suspenso” que V. Exa. menciona, referem-se a que processo, a quem e ao quê? É que a acusação no processo dos hemofílicos remonta a Dezembro de 1994, há ainda hemofílicos que têm a vida em suspenso e quase todos os que foram identificados na acusação já morreram (23 de 35).

    O Sr. jornalista desconhece a acusação e as várias pronúncias que a Justiça fez recair sobre Leonor Beleza, certo sendo ainda, que o tratamento jornalístico de uma decisão judicial não é jurídico. Como pode, assim, o Sr. jornalista propor-se lembrar o que não sabe ou não entende e, não obstante isso, pretender informar o público?

    O Sr. jornalista parte de premissas erradas e ignora o conceito de dolo eventual, sendo certo que se o conhecesse nunca afirmaria que Leonor Beleza foi acusada de agir com consciência e intenção deliberada e muito menos afirmaria que aquela foi acusada por uma questão formal. O tipo de culpa que é imputado a Leonor Beleza – dolo eventual – está longe de ser a consciência e intenção que o Sr. jornalista invoca, não lhe ficando nada bem escrever sobre o que não sabe, criticando a Justiça talqualmente o comum português que se compraz no escárnio e maldizer..

    Contrariamente ao que o Sr. jornalista escreveu no seu artigo, as delongas processuais no processo dos hemofílicos, ocorreram por exclusiva culpa da arguida Leonor Beleza, mãe e outros arguidos, que invadiram o processo com recursos – alguns duvidosos -, aos quais a Acusação teve obrigatoriamente que responder.
    Efectivamente não foi o Ministério Público nem as assistentes que recorreram inicialmente para a Relação de Lisboa ou que pediram aclarações de acórdãos ou que, em virtude do decidido por aquela instância superior, obrigaram o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) a ouvir cerca de oitenta testemunhas abonatórias em fase de Instrução e a juntar aos autos o processo crime austríaco. O TIC prescindiria da audição daquelas e da junção deste porque considerando a informação que já possuía era irrelevante perder tempo com semelhantes diligências. Verificou-se que o TIC tinha razão porque não só as testemunhas referiram que nada sabiam do caso, algumas como o Presidente do Futebol Clube do Porto afirmaram mesmo não conhecer Leonor Beleza, como o processo austríaco acabou por não ser sequer trabalhado por Leonor Beleza dado conter análises positivas ao vírus da Sida, relativas ao produto que matou os hemofílicos, as quais tinham sido feitas antes da exportação do mesmo para o nosso País, mais se encontrando ali um certificado de exportação com data anterior às mesmas análises.

    O que está, portanto, em causa é a intervenção processual dos arguidos encabeçados por Leonor Beleza.

    Por outro lado, o Sr. jornalista desconhece que a defesa só invocou a prescrição três anos após a data em que segundo aquela esta ocorrera. Igualmente desconhece que, segundo o que foi publicado, foi Leonor Beleza quem inflamou os seus co-arguidos com a prescrição, pedindo-lhes que fossem eles a invocar a prescrição, considerando que ela – Leonor Beleza – não podia fazê-lo por ser uma figura pública.

    Todavia, não precisava o Sr. jornalista de se maçar com tanta análise sobre o que a prescrição causa sobre os arguidos, pois é ou não verdade que quem se diz inocente e alegadamente não teme o julgamento, se apresenta ao tribunal para ser julgado, depois de ser acusado e pronunciado? Mas não foi isso que Leonor Beleza fez, pois escondeu-se no Tribunal Constitucional, tribunal político, cujas decisões segundo os juízes que votaram vencidos, provocaram brechas no edifício jurídico-penal.

    Por conseguinte,

    Se a arguida em causa não quisesse a prescrição pura e simplesmente não se escondia nela, não recorria para o Tribunal Constitucional e submetia-se a julgamento. Ou seja, após a decisão de pronúncia apresentava-se a julgamento, o que não teve a coragem de fazer.

    O Sr. jornalista desconhece que esses recursos que atrasaram o processo são justamente aqueles que Leonor Beleza fez para o Tribunal Constitucional, a este requerendo interpretações normativas que, depois de aplicadas pelos tribunais judiciais, conduzissem à prescrição.

    Finalmente o Sr. jornalista desconhece que o processo ainda não transitou em julgado e nessa medida, pelo menos, formalmente, não pode falar de um processo como se este estivesse arquivado. Manda a ética que o Sr. jornalista se informe fidedignamente, o que neste caso implicava também ter consultado a Associação Portuguesa dos Hemofílicos. Isso não fez o Sr. jornalista, o que é de lamentar, pois como convirá, aquela Associação tem em sua posse documentação e saber tão vasto que fazem tremer de indignação qualquer jornalista, depois de investigar a verdade dos factos.

    Por conseguinte, decida o Sr. jornalista o que quer fazer: pretende manter o artigo que escreveu, que é errado e injusto ou investigar imparcialmente a verdade material da situação para posteriormente se render ao meã culpa, com que indubitavelmente se confrontará?

    Verá, para além disso, quão falsa, hipócrita e manipuladora é Leonor Beleza, perfil, de resto, que não será desconhecido de certos notáveis que preferem manter-se no silêncio e pactuar com o seu actual cargo de Vice-Presidente da Assembleia da República e até a aceitam a fazer apelos –pasme-se – à Justiça, por causa de prisões preventivas e escutas telefónicas, deixando de lado o comportamento processual e moral de pessoas como ela, fugitiva da Justiça de forma não escandalosamente óbvia.

    Será que a Justiça é ainda culpada de tudo ou será que há outros bem mais culpados que aquela, pelo silêncio com que se pronunciam sobre a situação ou pelo discurso viciado na versão da culpada?

    Para já uma coisa é certa: tivesse Leonor Beleza sido posta em prisão preventiva e a mesma não teria brincado aos recursos no Tribunal Constitucional.

    Assim, queira o Sr. jornalista esclarecer-se e esclarecer quem o lê, que a Associação Portuguesa dos Hemofílicos o apoiará com toda a documentação e saber que infelizmente o público está longe de conhecer. Caso persista na sua solidariedade sui generis, saiba o Sr. jornalista que os hemofílicos não foram infectados com sangue contaminado mas com derivados plasmáticos que dão pelo nome de Concentrados de Factor VIII. Apenas um pormenor. Mais um em que o Sr. jornalista falhou.

    APH
    Arrebenta said...
    Que saudades daquele dia em que o dentinho Cavaco foi ao dentista, para ser desvitalizado no garrafão da Ponte

    O Mário Soares,
    rata velha,
    em vez de o pôr na rua, deixou-o cair de podre.
    Um Governo Osteoporótico.

    Na altura,
    o Peidas Lourido ainda só era Ministro
    (pai, já sou ministro!...)
    mandava dar porrada em toda a gente,
    uma espécie de miguelista da Lusitânia retardada.
    Portugal fazia maratonas de cadeiras de rodas com a Grécia,
    para ver qual ficava com a cauda da Europa,
    o Grande Timoneiro ia sempre pendurado no estribo,
    ao lado do ex-maoísta e neo-oportunista Durão Barroso,
    aquela m*erda,
    um dia,
    descarrilou nas contra-curvas do IP-5,
    a ESTRADA ASSASSINA,
    -- até a Maria ia para lá andar de trenó,
    nos dias de grande humidade
    "nunca senti nenhum perigo, havia só aquela emoção da montanha russa da Feira Popular, também só lá andei uma vez, ficava muito longe da Vivenda Mariani" --,
    já estamos na linha da frente,
    direita
    esquerda
    volver
    o PELOTÃO DA FRENTE,
    a patinar no Pulo do Lobo,
    o Soares raposão dava gargalhadas na Praia dos Tomates,
    o rei vai nu,
    "filho, os ossos do teu governo já só parecem uma filigrana...",
    as câmaras não largavam aquelas mandíbulas de retro-escavadora,
    ao cair dos noticiários,
    já só enfardava fatias de bolo-rei,
    era Natal o ano inteiro,
    -- mas só para alguns --
    NATAL, MAS SÓ PARA ALGUNS,
    "atão,
    professor,
    isto vai,
    ou não vai?..."
    Não sei,
    não leio jornais
    aliás,
    não leio mesmo nada.
    O desemprego galgava durão-socraticamente por ali acima,
    as gajas dos têxteis todas em casas de alterna,
    Setúbal na soleira da porta,
    a Agricultura vendida por tuta-e-meia por um labrego com ar de merceeiro
    -- varreu-se-me o nome --
    O Migâ Amâgàl a fantasmear empresas e a sacar fundos para a amigalhada,
    com a mulher fechada num gabinete do Ministério para fingir que não estava louca
    -- se for dada como louca, não me posso divorcair,
    isola, isola, isola!... -
    um outro,
    com ar de anémico,
    falava de reciclar os hemodializados,
    para aproveitar o alumínio,
    aliás,
    tudo o que metia sangue,
    neste Great Portuguese Disaster,
    acabava mal,
    ai dos hemo deste mundo,
    que morerrão contaminados,
    reciclados,
    porque a palavra de ordem era a de SACAR,
    mas saudavelmente:
    Santana tratava da Cultura
    e a Ferreira Leite da Educação,
    o Coelhinho dentolas era Secretário de Estado da Ignorância
    -- licenciaturas prâ quê???... ---
    THE GREAT PORTUGUESE DISASTER
    parecia o Grande Funil dos Analfabetos,
    a galope para o fundo do cóccix europeu,
    e o outra mascava bolo-rei;
    a Maria
    -- burra com'às casas --
    fazia tricot,
    uma mantinha para os dias de Inverno,
    que deus no-lo traga brando,
    -- roubada no avião, como rezava o Portas --
    (Grande voz nessa altura,
    VENHA ELE!...)
    Querida,
    para si,
    o Mundo é uma manta e um côdea,
    e o Taveira,
    por detrás,
    a enrabar,
    "--Srª Dª. Maria Cavaco Silva,
    que pensa das enrabadelas do arquitecto do Regime?...
    -- Eu não acredito nessas coisas;
    sexo,
    só para procriar,
    e a semente deixada em vaso próprio,
    e mesmo assim, com cautelinha,
    cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém...,
    mas deixe-me estar sossegada,
    que estou a ver um programinha do Carlos Cruz..."
    Era tudo tão bom nesta altura,



    Arrebenta 00:59 21 Outubro 2005



    .
    o dia começava pela manhã e acabava à noite,
    a hora era a mesma de Espanha,
    para se poder começar a especular e a dar golpadas na Bolsa mais cedo,
    ano terrível, de seca,
    mas com o sol a pôr-se grandiosamente nas dez horas do seu Verão prolongado,
    as vacas ainda não andavam loucas,
    e a própria sida levava seis meses a chegar ao sangue,
    tempo suficiente para escoar os lotes já comprados,
    o BCP surgia do nada e ainda não branqueava capitais,
    a Amália era viva,
    e viva aquela santa Lúcia que ainda tinha visto a Senhora;
    as gripes só constipavam as saloias, e NUNCA as galinhas,
    e as Amoreiras eram as Twin-Towers portuguesas,
    um pouco mais modestas,
    é certo,
    mas nós só governamos com o pilim de 3 orçamentos,
    o da Europa, o de Portugal, e o das Privatizações,
    construímos o Centro Cultural de Belém,
    um caixote,
    que custou dez anos antes,
    o dobro do que iria custar a obra-prima do Guggeheim de Bilbao,
    e íamos para a Guerra do Golfo na carcaça Gil Eanes,
    um velho porão,
    à Solnado,
    de transportar sacos de batatas;
    os Americanos,
    quando viram aquilo,
    puseram-no logo num porto de retaguarda,
    não fosse afundar-se e bloquear o Golfo,
    coisa boa,
    o Ministro da Defesa,
    sucessor do pedófilo Eurico de Melo,
    a reserva moral do P.S.D..,
    vice-rei do Norte,
    com primeira dama de honor o "Major" Valentim Loureiro,
    que distribuía,
    já não me lembro bem,
    se fogareiros se micro-ondas
    (pelo nível, suponho que fossem fogareiros),
    o Ministro da Defesa,
    sucessor do Vice-Rei dos Putos
    -- um borra-botas cujo nome se me varreu --,
    quando descobriu que aquilo era mesmo sucata,
    foi para o largo dos Açores,
    tentar enfiar-lhe o cavername no fundo do Mar,
    com munições do tempo do Gungunhana,
    aquela me*rda estoirou fora do previsto,
    era Sua Excelência aos berros,
    PREGO A FUNDO!...
    que ainda apanhamos com algum estilhaço nos cor*nos!...,
    e apanharam,
    e não foram poucos,
    a raiva popular todos os dias lhes dava com estilhaços nos co*rnos,
    eram ministros das finanças atrás de ministros das finanças,
    com as contas públicas no mais vergonhoso descalabro,
    E o Cadilhe,
    e a pirosa casa do Cadilhe, nas Amoreiras,
    e o Borges de Macedo,
    parecia um pelicano,
    com a queixada a arrastar,
    e a Ferreira Leite posta na rua,
    porque já nessa altura trocava os zeros todos,
    era o PAÍS DOS ZEROS,
    dos zeros do Catroga,
    dos zeros do Lá Féria,
    dos zeros da Beleza e dos irmanastros,
    da Beleza velha, que dava golpadas na secretaria do Ministério da Saúde,
    dos zeros da Dona Branca,
    dos zeros do Pedro Caldeira,
    dos zeros dos poemas de um labrego que era deputado, e fazia rimas à Manel Alegre,
    mas ainda mais pobre,
    dos zeros dos putos sacados pela noite à Casa Pia, para visitarem Ministros e Embaixadores,
    "-- Srª. Dª Maria Cavaco Silva, que pensa da Pedofilia?..."
    "-- Credo, que horror, graças a deus que essas coisas não "há-dem" haver nunca em Portugal!... Olhe, desculpe não lhe poder dar mais atenção, mas estou a ver este programa cultural do Sr. Nicolau Breyner..."
    Dos zeros e da pobreza,
    apesar dos 3 orçamentos,
    mas como poderia haver orçamentos que resistissem, com tanta mão a ROUBAR!...
    ERA SEMPRE NATAL, MAS SÓ PARA ALGUNS,
    Foi-se à urnas e levaram duas carimbadelas
    de seguida
    "NÃO!...",
    nas Legislativas,
    e "NÃO!..." no Cavaco para Presidente,
    coitado, pensava que se branqueava em dez semanas de DEZ ANOS de imundície, pilhagem e regresso à barbárie.
    Nem dez anos,
    nem cem anos, filho!...
    THE GREAT PORTUGUESES DISASTER!...
    Foram todos votar na fraca figura do Sampaio,
    eram os comunas todos,
    defronte do Altis,
    com carrancas do Cavacão a fazer ão-ão,
    "TIREM-ME DAQUI ESSES GIGANTONES!...",
    vociferou o cavaleiro da fraca figura,
    e lá foram,
    não fosse algum esclorosado de 2005 se lembrar de os ir buscar para restituir à vida,
    ou à paródia da vida.
    ó Peidas,
    telefona ao teu pai a dizer que já és ministro!...
    Pai,
    já sou ministro,
    deixe a bomba de gasolina,
    e arranque essa placa infame:
    em Boliqueime já não há fossa,
    nem poço,
    nem rasto de poço:
    agora há fonte...
    e que fonte:
    Uma vera fonte de detritos sólidos...
    Anónimo said...
    "é precisamente este género de mentalidade, que não se define, que não se compromete, que não se assume, que não quer ser nada, que é preocupante."
    Penso que este excerto de um post que vi em um blogue desta tão extensa blogosfera, traduz fielmente o que senti ontem ao ouvir tão "badalado" discurso de 8 minutos, que nada mais foi do que um desfiar de palavras vazias e sem conteúdo.
    Não sou social-democrata, nunca votei nem votaria Cavaco Silva seja para que cargo fosse, muito menos para Presidente da República.
    Lamento sinceramente que a memória do povo português possa ser tão curta ao ponto de sequer "pensar" eleger para tão alto cargo pessoa tão dúbia, insípida até...
    Mas eu acredito em Portugal, acredito que tal não virá a acontecer... afinal, todo este burburinho à volta de tão mediática figura justificava-se, creio eu, exactamente pelo "estudado" silêncio do visado. Agora que o quebrou, as suas palavras ofuscar-lhe-ão o brilho... é apenas uma questão de tempo...
    Cumprimentos.
    Anónimo said...
    No ponto em que estamos, sentido de Estado, seriedade e genuína busca do "bem comum", em democracia livre de poderes ocultos, são fundamentais. São a base, a "basezinha" de tudo o que falta. São também bens cada vez mais escassos.
    Talvez por isso, um velho esquerdista, com décadas de luta "anti-fascista" e em tempos anti-cavaquista convicto, me dizia recentemente: "se for preciso, vou colar cartazes para o Cavaco!".
    Cavaco é o homem do momento. É a única "desesperada esperança" que se apresenta nesta eleição e vai ganhar logo na primeira volta.

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