Mais Cavaco na K

Da série o que hoje é verdade amanhã é mentira e assim sucessivamente, em sede da tese de "eu não sou político como os outros"

K: Considera ainda a política «a pirueta, o floreado, a retórica»? Palavras suas.
Da campanha eleitoral, com certeza?

K: Da pré-campanha.
De um período de luta, portanto. Repare, quando fui eleito presidente do PSD, em 1985, os portugueses estavam cansados de um excessivo verbalismo, de promessas vãs, de políticos muito hábeis em jogadas palacianas. Procurei, de facto, tirar benefícios desse estado de espírito, do desejo de outro estilo e de outros métodos. Hoje é diferente.

Publicado por irreflexoes 11:52:00  

1 Comment:

  1. Arrebenta said...
    Metadiálogos da Lareira (I)

    -- Ó, avô, o que é um corrupto?
    .
    -- Meu querido, um corrupto é um homem mau, que arranja mil e uma maneiras de roubar só para si o que era dos outros todos.
    .
    -- E o vovô é corrupto?
    .
    -- (Pausa. A Modesta Modista vem a correr, lá do fundo)
    .
    -- Ó, filho, por amor de deus, deixa o avô com essas perguntas!... Já comeste o teu meio queque?...
    .
    -- Ó, vó... O avô é corrupto?...
    .
    -- Claro que o avô não é corrupto. O avô nunca roubou nada!
    .
    (Começa a passar na TV a transmissão, em directo, das Ambições de Aníbal, uma espécie de Morangos com Açúcar para oligofrénicos e mulheres a dias)
    .
    -- O avó... Aquelas pessoas que estão ali são todas corruptas?...
    .
    -- Querido, deixa dessas coisas, sim?... Aquelas pessoas são amigos do vovô e da vovó e amigas do meu lindo!...
    .
    -- E quem é aquela senhora?
    .
    -- Aquela senhora... Vá..., vai dar um b'jinho na TV que a avó deixa...
    (o nininho vai dar um b'jinho no ecrã empoeirado, onde passa a imagem de Leonor Beleza)
    ... aquela senhora é a Doutora Leonor Beleza, uma senhora muito boazinha, que ajudou muito o avô quando o avô era a pessoa mais importante de Portugal.
    .
    -- E ela ajudou como?...
    .
    -- Ajudou, porque toda a gente gostava dela, e os senhores doutores do doi-dói, aqueles que têm a bata branca, onde tu vais, quando estás doi-dói, esses senhores, e todas as pessoas que estavam doi-dói gostavam todos muito dela, e também gostavam muito do teu vovô!...
    .
    -- Ó, vó, mas ela tem ar de má!... Ó, vô, aquela mulher é boa ou má?...
    .
    -- Filho, não se diz mulher, diz-se "senhora doutora", e era muito boazinha, curava os doentes, e ia a casa das pessoas pobres ajudar, e toda a gente lhe dava beijinhos quando ela passava.
    .
    -- E ela era corrupta, avô?...
    .
    -- Querido, o avô não conhece ninguém corrupto.
    .
    -- E quem é aquele senhor?
    .
    -- Aquele senhor é o irmão da Doutora Leonor Beleza. É o tio Zezé, que tu ainda não conheces, porque ele viaja muito.
    .
    -- Ó, vó, e o tio Zezé é corrupto?...
    .
    -- Ó, filho, por amor de deus, não andes sempre a perguntar as mesmas coisas ao teu avô!...
    .
    -- Mas ele parece aquele do 5º andar, que tem a crista na cabeça!...
    .
    -- Qual 5º andar?...
    .
    -- Ó, vó, o do 5º andar, o Peidolas!...
    .
    (Silêncio)
    .
    -- Quem é que te ensinou a dizer essas coisas?...
    .
    (Silêncio)
    .
    -- Vá, diz lá à avó quem é que te ensinou a dizer essas coisas feias!...
    .
    -- (Choro) Ó, vó, foi lá no colégio!... (choro)
    Eles lá no colégio dizem coisas muito feias do avô e do avó, e dizem que a avó parece a empregada de casa deles, e que o avô lhe enfiaram um pau pelo...
    (choro)
    e que foi por causa disso que ele está sempre muito direito
    (choro)
    e que depois lhe caiu a parte de baixo da boca e ele solta aqueles perdigotos quando está a falar
    (choro)
    Ó, vô, eu não quero mais andar naquele colégio!!!...
    .
    (Cai o pano)

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