Ayaan Ali, a negra que a esquerda enjeita


Vítima de mutilaçăo genital, aos seis anos, Ayaan deixou a Somália, vivendo sucessivamente na Arábia Saudita, Etiópia e Quénia, mas sem nunca se libertar das amarras sociais, que marcam o espaço fechado das sociedades muçulmanas que se estende ao reduto familiar, onde, afinal começa a opressăo e a discriminaçăo. Colocada perante mais um desafio, ditado pela decisăo do pai, que a pretendia utilizar como moeda de troca e lucro fácil num casamento negociado com um primo afastado, Ayaan Ali toma a sua primeira grande decisăo (...) e meteu-se num comboio só desembarcando na Holanda.

Decorria o ano de 1992 e tinha entăo 23 anos e uma vontade férrea de vencer e sobretudo de cortar com um passado carregado de tantas marcas nefastas. Neste país de tradiçăo liberal, a jovem somali apostou tudo na sua formaçăo. Trabalhou arduamente. Sem direito a opçőes laborais compatíveis com a sua formaçăo e a exemplo dos demais imigrantes africanos fez o que lhe era permitido: trabalho de limpezas. Nada disto impediu a sua afirmaçăo e inserçăo na sociedade holandesa. Aprendeu a língua com perfeiçăo, obteve um diploma de estudos superiores em Cięncias Políticas, acabando por enveredar pela carreira política, sendo eleita deputada pelo Partido Liberal (VVD).

Mas a verdade porém é que Ayaan, năo só queria libertar-se, como pretendia desmascarar. Optou por um protagonismo consequente na luta contra os sectores mais conservadores do mundo muçulmano, denunciando casos e situaçőes incompatíveis com os direitos humanos. Acompanhou e ajudou a documentar milhares de casos de mulheres maltratadas e abusadas no seio da comunidade islâmica. Na sequęncia de um percurso coerente, em que nem sempre conta com os apoios necessários, decide participar no filme “Submissăo” do realizador Theo Van Gogh. Dez minutos foi quanto bastou para despertar a ira dos movimentos islâmicos radicais que consideraram o documentário, uma afronta aos valores do Islăo.

A reacçăo năo tardou e foi brutal. O realizador foi assassinado e no seu peito ficou cravado uma faca com uma mensagem em árabe dizendo que a próxima vítima seria Ayaan Hirsi Ali.

[África lusófona]

Publicado por Nino 09:50:00  

3 Comments:

  1. Anónimo said...
    Preta com "tomates"...
    Anónimo said...
    qual enjeita!a indignaçao contra quem desrespeita direitos humanos até parece que é bandeira da direita .. ou da esquerda
    Anónimo said...
    Mas onde é que vem a parte do enjeita??? Parece um título do Sun.

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