A verdade estraga uma boa história?
sexta-feira, setembro 16, 2005
Um anónimo que se recusa a sê-lo, mas continua a sê-lo (e por mim, não faz mal) , comentou o seguinte, com interesse para manter o contraditório nesta história do António Vitorino...
- a) A sociedade de avogados GPCB, de Lisboa, foi contratada para assessorar a PARPÚBLICA no tempo do governo de Durão Barroso.
- b) A Galp já afirmou em comunicado que pediu à GPCB, e não a António Vitorino, para a representar nas negociações com o Estado.
- c) O gabinete do ministro da economia já fez saber que não designou ninguém, muito menos António Vitorino, para o representar nas negociações da Galp. Aliás se assim fosse, desmentiria o comunicado da Galp.
- d) António Vitorino só se fez sócio da GPCB em 2005, portanto não tem tido nenhuma participação em negócios com o Estado, em nome da GPCB, que já vem desde antes, do tempo do governo anterior.
- e) Até agora, nem a GPCB, nem o Governo, nomeou Vitorino para qualquer trabalho relacionado com a negociação com o Estado.
As notícias que têm vindo a público deviam simplesmente noticiar que Vitorino se fez sócio da GPCB. Foi isso que fez levantar todo o alarido na imprensa. Ora, à face da lei, não é interdito um deputado ser sócio de uma sociedade de advogados. E é frequente haver deputados que são sócios de sociedades comerciais. Se alguma coisa está mal é a lei. O outro anónimo que escreveu antes tocou na ferida, ou se adopta um modelo, ou outro. Mas em geral os que defendem um modelo são depois os primeiros a criticarem algum acto cuja aplicação se insere no modelo antes defendido. O que quer dizer que se criticam a eles próprios.
Desculpe não usar um user name, mas o vosso sistema de inscrição não aceita nenhum dos user names que sugeri, e foram muitos. Nem apresenta alternativas, o que é pena. Assim tive que escrever e assinar isto como anónimo.
Os postais e comentários colocados sobre este assunto, merecem alguma discussão. Esta, anónima, parece serena. Quem começa?
Publicado por josé 16:47:00
7 Comments:
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more later.
O que é relevante aqui é toda a mistura de administradores ex-ministros que convidam um ex-colega de governo que é sócio de uma sociedade que representa um seu accionista minoritário, com interesse directo na decisão a ser tomada pelo accionista maioritário quanto à configuração futura da empresa, que pode ter um impacto determinante na própria forma de actuação desse accionista no seu mercado relevante. Accionista esse que é igualmente ex-ministro sob o mesmo PM. Até pode ser coincidência, mas que tresanda, lá isso tresanda.
Será que pagou alguma coisa?
Se António Vitorino não fosse "Sócio da GPBC, esta teria sido a empresa contratada?