A verdade estraga uma boa história?

Um anónimo que se recusa a sê-lo, mas continua a sê-lo (e por mim, não faz mal) , comentou o seguinte, com interesse para manter o contraditório nesta história do António Vitorino...

  • a) A sociedade de avogados GPCB, de Lisboa, foi contratada para assessorar a PARPÚBLICA no tempo do governo de Durão Barroso.
  • b) A Galp já afirmou em comunicado que pediu à GPCB, e não a António Vitorino, para a representar nas negociações com o Estado.
  • c) O gabinete do ministro da economia já fez saber que não designou ninguém, muito menos António Vitorino, para o representar nas negociações da Galp. Aliás se assim fosse, desmentiria o comunicado da Galp.
  • d) António Vitorino só se fez sócio da GPCB em 2005, portanto não tem tido nenhuma participação em negócios com o Estado, em nome da GPCB, que já vem desde antes, do tempo do governo anterior.
  • e) Até agora, nem a GPCB, nem o Governo, nomeou Vitorino para qualquer trabalho relacionado com a negociação com o Estado.

As notícias que têm vindo a público deviam simplesmente noticiar que Vitorino se fez sócio da GPCB. Foi isso que fez levantar todo o alarido na imprensa. Ora, à face da lei, não é interdito um deputado ser sócio de uma sociedade de advogados. E é frequente haver deputados que são sócios de sociedades comerciais. Se alguma coisa está mal é a lei. O outro anónimo que escreveu antes tocou na ferida, ou se adopta um modelo, ou outro. Mas em geral os que defendem um modelo são depois os primeiros a criticarem algum acto cuja aplicação se insere no modelo antes defendido. O que quer dizer que se criticam a eles próprios.

Desculpe não usar um user name, mas o vosso sistema de inscrição não aceita nenhum dos user names que sugeri, e foram muitos. Nem apresenta alternativas, o que é pena. Assim tive que escrever e assinar isto como anónimo.

Os postais e comentários colocados sobre este assunto, merecem alguma discussão. Esta, anónima, parece serena. Quem começa?

Publicado por josé 16:47:00  

7 Comments:

  1. Anónimo said...
    Ou seja ainda não aconteceu nada porque se soube ou não aconteceu mesmo?
    Manuel said...
    nice try, mas as coisas são o que são, e para isso basta ler as declarações do Vitorino à imprensa espanhola.

    more later.
    Anónimo said...
    Concluo que afinal o AV não existe é uma mera invenção jornalistica. Boa
    Anónimo said...
    O problema não se coloca tanto no facto de António Vitorino ser deputado ou não. Não me faz especial confusão que ele seja deputado e represente o Estado numa negociação. O problema reside em que temos a mesma sociedade de advogados a representar dois clientes com enteresses poencialmente conflituantes entre si. Interesses que têm uma importância fundamental para a definição do modelo energético do país, que será derterminante para a correlação de forças no MIBEL.

    O que é relevante aqui é toda a mistura de administradores ex-ministros que convidam um ex-colega de governo que é sócio de uma sociedade que representa um seu accionista minoritário, com interesse directo na decisão a ser tomada pelo accionista maioritário quanto à configuração futura da empresa, que pode ter um impacto determinante na própria forma de actuação desse accionista no seu mercado relevante. Accionista esse que é igualmente ex-ministro sob o mesmo PM. Até pode ser coincidência, mas que tresanda, lá isso tresanda.
    Luís Bonifácio said...
    Quanto pagou António Vitorino pela quota na GPBC?
    Será que pagou alguma coisa?
    Se António Vitorino não fosse "Sócio da GPBC, esta teria sido a empresa contratada?
    Anónimo said...
    sr luis bonifácio, a empresa GPCB já foi contratada há anos para trabalhar e representar a PARPÚBLICA. Podia ser outra, mas foi essa. António Vitorino só se fez sócio, ou foi convidado para tal, este ano de 2005. Isso consta no próprio site da GPCB e associados.
    Anónimo said...
    quem representa(va) a Parpública era a PLMJ... enfim, contra-informação. p

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