"Quando há bruma"
domingo, setembro 04, 2005
Francisco Louçã, a mais talentosa "lebre" do projecto "unitário" de esquerda do dr. Mário Soares, já apareceu. A sua candidatura "presidencial", que, segundo ele, "primeiro estranha-se, depois entranha-se", tem uma dupla função. Em primeira linha, permite ao dr. Soares "aliviar-se", por interposto BE, dos ataques mais caninos que serão dirigidos ao candidato da "direita". De caminho, junta-lhe um módico de "economia" e de "finanças", uma vez que quase toda a gente caiu no logro de achar que o eventual candidato Cavaco Silva virá "em nome" das "finanças públicas" e não em nome da "política", como efectivamente virá. Por outro lado, e por causa da "identidade" de que Louçã é exímio polícia, Soares tratará de aproveitar a ferocidade anti-governo, anti-PS e anti- Sócrates do líder do BE, para se apresentar ao "povo do centro" como o "moderado" de serviço. Esta contabilidade oportunista não só não engana ninguém, como pode virar-se rapidamente contra os seus mentores, "arrumando" o assunto numa única "volta" eleitoral. E justamente à conta da "identidade". Ao BE, a última coisa que lhe interessa é ter um "aliado" em Belém. A sua "lógica" de crescimento faz-se contra o PS e não "com " o PS. Soares, presidente, "encarnaria" a resistência institucional a qualquer "desvio social-democrata" de Sócrates, anulando politicamente o "combate" ideológico de Louçã e dos "bloquistas". Para continuar o "combate", o BE precisa de um "inimigo" permanente que Soares não lhe garante que seja. Em suma, eu acho que Louçã "suspira" intimamente por uma vitória do candidato da "direita" para poder manter o fôlego. Sempre o mesmo querer e não querer o mesmo, é o lema roubado a Séneca pelos "bloquistas". O decurso do tempo até às presidenciais vai permitir-nos assistir aos mais extravagantes "jogos de cintura" dos três candidatos "partidários" da "esquerda", com Soares a "fingir" repetir o irrepetível da primeira volta de 1986. O candidato, como o Poeta, é um "fingidor". E citando-o no mesmo poema a que Soares recorreu outro dia, "quanto é melhor quando há bruma/esperar por D.Sebastião/quer venha ou não!"
Publicado por João Gonçalves 12:33:00
6 Comments:
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G. Bernard Shaw, Teatrólogo Irlandês
E assim vai a esquerda.
"...uma vez que quase toda a gente caiu no logro de achar que o eventual candidato Cavaco Silva virá "em nome" das "finanças públicas" e não em nome da "política", como efectivamente virá".
Caro jg
Os comentadores políticos andam cheios de graça.
A "múmia" ainda não disse se era candidato, quanto mais das razões que o levam a uma eventual candidatura.
E no entanto os nossos queridos comentadores politicos já sabem que vem pela política, ou pela economia, ou seja lá qual for a razão.
Mas da "múmia", ela própria, nem uma palavra. !
Não vai sendo tempo de perguntar, a sério, a Mário Soares e a Cavaco Silva, das VERDADEIRAS RAZÕES que os levam à "maçada" de uma campanha eleitora, e acabar com o jogo "pacóvio" de "eu sou mais esperto que tú porque SEI que é pela política e não pela economia que eles estão aí".
Vamos sêr realistas e "forçar" os próprios a serem mais claros, não acham?
Quanto a brumas, quem melhor cabe na "imagem" do que a "múmia" ?
Há uns que não fingem:
eu,
decididamente,
vou votar na Maria Cavaca,
a mulher do Manequim da Rua dos Fanqueiros
(o primeiro, que o segundo é a Manuela Maria Carrilha)
esperando que leve atrás o seu maravilhoso sogro,
o homem da bomba de gasolina de Poço de Boliqueime
(perdão, só Boliqueime).
O filho,
o Grande Timoneiro,
que durante 10 anos ensinou aos Portugueses como se desviavam os Fundos Comunitários.
Na Presidência,
suponho que se poderá tornar na Própria Fonte,
por antonomásia,
desses fundos que secaram.
Eu,
obviamente,
elejo-o.
José Manuel