Promessas de um governo falhado...

A primeira maioria absoluta do partido socialista, foi conseguida á custa de um conjunto de promessas, que mesmo antes das eleições, já se sabiam ser impossíveis de concretizar. Nada que anteriormente não tivesse acontecido, mas este governo fez questão de mostrar que era diferente, antes, durante e depois das eleições.

Prometeu que não aumentaria os impostos. Reconhecendo que Portugal possui o quadro fiscal mais oneroso para os contribuintes singulares da União Europeia, que as empresas pagam impostos sobre uma burocracia, a quem apenas ao Estado podem ser pedidas responsabilidades, associado á demora da justiça na análise de processos de concursos públicos, tudo somado apenas reflecte o elevado índice de desinvestimento que se verifica na economia. O governo aumentou o IVA de 19 % para 21 %, recuperando apenas 0,2 % do défice e colocando em causa a única variável que alimentava a economia o consumo privado. Ao mesmo tempo subiu a ponderação do ISP, aumentando ainda mais o preço dos combustíveis, tudo para que a obra-prima das scuts possa continuar a ser financiada, agora também por que não usa.

Prometeu que seriam precisos mais estudos na segurança social. Desmentiu em pleno debate Pedro Santana Lopes. Não só não apresentou qualquer estudo, como mexeu e mal na questão das pensões. Continua a ser possível acumular pensões e vencimentos em cargos públicos, quando a falência da segurança social aconselharia sacrifícios também para os detentores de cargos públicos que acumulam. E no fundo as medidas que tomou apenas agravaram o número de contribuintes que preferiram estar reformados do que estar a trabalhar mais 10 anos. Faltou-lhe coragem e inteligência, mas ao mesmo tempo vê o valor pago a título de rendimentos de inserção e fundo de desemprego subir acima dos 10,00 %. É o estado social em pleno, só que assente num sistema de protecção social completamente falido.

Prometeu um choque tecnológico. Prometeu uma solução para á Galp. Prometeu 150.000 empregos. A única coisa que cumpriu foi a tradição socialista em lançar obras públicas sem estar provada a rentabilidade económica das mesmas. Não abriu mão da OTA e do TGV, porque serão estes que garantirão os 150.000 empregos em construção civil e afins, e o choque tecnológico não passou ainda do papel. Da Galp, o problema que na verdade foram os socialistas que criaram através da pena de Pina Moura, apenas é assente que serão os espanhóis a ditar o negócio.

Prometeu que não realizaria receitas extraordinárias, porque as mesmas revelam uma má gestão orçamental e não resolvem o problema de fundo. Ao decidir privatizar mais 5,00 % da EDP, e realizar um encaixe de 430 Milhões de euros até ao final do ano, o governo deixou cair a última promessa que lhe era devida, pois isto não é mais do que uma receita extraordinária, e que apenas revela que afinal a solução é uma artificial consolidação á custa daquilo que tanto criticou...as receitas extraordinárias.

Publicado por António Duarte 12:59:00  

38 Comments:

  1. Anónimo said...
    1. Diga-me quais foram os produtos que subiram de 19% para 21%.

    2. Taxa do ISP, so que lhe quero dizer, que a caminho do Algarve é vê-los, os proprios empresarios do sector hoteleiro confirmam.

    3. Quanto á OTA e TGV, estamos s falar de investimentos durante 15 anos, para estar pronto (?), daqui a 20, mas como andamos atrasados 50 anos da Europa, há um deficit de 30, isso é verdade.
    Anónimo said...
    1. estudos da segurança social. Mas eles estão a ser feitos, quer a nível da função pública quer a do sector privado.

    Sector Público, é que se vê, greves atraz de greves.

    Sabe fazer esticar o dinheiro?

    2.Choque tecnologico, diga-me como se faz e quantos anos leva a atingir um patamar aceitável face aos restantes Países.

    É com um bocejo?

    Aqui sim, há que pagar e bem, aos melhores, ás cabeças, aos que produzem.

    sabe que mais, não disse nada de diferente, que o Marques tenha dito.

    Seja original.

    Há problemas, mas não são os que focou, e um deles, é a falta de comunicação e explicação.

    Isso sim
    Anónimo said...
    Eu não sou o Nónó. Mas estou no interior e quero falar sobre as scuts! Aqui NÃO EXISTE rede de transportes públicos, NEM estradas. O IP2 foi construído SOBRE troços da antiga EN, que eliminou. Hoje, não é possível ir da Guarda a Castelo Branco sem ser pela SCUT, porque não existe estrada. Tb não há transportes, nem sequer ferrovia. A ligação Guarda-Covilhã (40 km), por comboio, demora mais de 1 hora. A ligação Guarda-Porto, por combóio, demora 7,5 horas! Acreditem - porque eu já a fiz. Não existem transportes públicos subsidiados, só camionetas privadas a operar, com rotas e horários e preços «privados». Aqui, no interior, é impossível deslocar-mo-nos sem transporte próprio - porque não há alternativas. Mas eu entendo o argumento da justiça social. Por isso QUANDO deixarmos de pagar as transferências do OE para a CP, a Carris, os STCP, o Metro de Lx e Porto, os subsídios às empresas privadas de camionagem e aos barcos de Lx, e já agora, o Teatro Nacional e a Casa da Música - tudo bens que pago com os MEUS IMPOSTOS e de que não usufruo minimamente - então eu não me importo mesmo nada de pagar a portagem nas SCUT's. Até lá pedia ao resto do País que tivesse um pouco de decoro, ou então, por favor, que nos deixassem sermos anexados pela Espanha.
    Anónimo said...
    Continua a não acertar uma, caro A. Duarte.
    Ora vejamos:

    «Promover a convergência gradual dos regimes de início do direito à aposentação dos funcionários públicos com o de início do direito à pensão de reforma dos trabalhadores por conta de outrem;»

    Isto é o que consta do programa eleitoral e de governo. Durante a campanha eleitoral Sócrates, em debates na TV, disse claramente que iria alterar a idade de reforma dos FP e que iria atacar os regimes especiais que protegem certos grupos corporativos. Só que os professores julgavam que ele se estava a referir aos médicos e farmacêuticos; estes julgavam que ele se referia aos juizes; estes últimos julgavam que se referia aos políticos; estes julgavam que ele se referia apenas a polícias e militares; estes últimos julgavam que ele se referia apenas a gestores públicos; e estes julgavam que ele se referia aos que tinham direito a reformar-se com apenas 50 ou 55 anos de idade...
    Cada um destes grupos esqueceu-se de olhar ao espelho e de olhar para o espelho da maioria dos portugueses...

    Ora bem, Sócrates está a distribuir a factura por eles todos, os que têm regimes especiais, como bem disse na sua campanha eleitoral. E os do sector privado e os da FP que não têm regimes especiais batem palmas e apoiam a cem por cento estas reformas que pretendem acabar com a bandalheira dos regimes especiais e má distribuição dos rendimentos que existiu até agora. E não se julgue que é só no sector privado que Sócrates tem o seu maior apoio, porque dentro da FP há muita gente que o apoia também, pois não pertence a nenhum hipócrita ou falacioso regime especial.

    Até agora, Sócrates só não cumpriu uma promessa eleitoral: o aumento do IVA. Falha que ele já assumiu publicamente e que apenas foi devida a que o orçamento de Bagão Felix estava desorçamentado do lado das receitas em cerca de 5,5 mil milhões de euros. Isto é, o OE de 2005 assumiu compromissos para os quais faltavam 5,5 mil milhões de euros para que se pudessem cumprir esses compromissos, sobretudo em matéria de Saúde e de prestações sociais (pensões de reforma, fundo de desemprego, etc.). Daí o défice subir para 6,8% do PIB neste ano de 2005 se algumas correcções não tivessem sido tomadas no Orçamento rectificativo aprovado na AR e no PEC, aprovado em Bruxelas. Facto ainda não desmentido por Bagão Felix, já que se soube depois das eleições que o próprio Bagão Felix teria dito a Santana Lopes que o défice real de 2005 ultrapassaria os 6% do PIB.

    Quanto às privatizações de activos financeiros (na EDP, etc.) as receitas vão para amortizações da dívida pública, e não para camuflar o OE com receitas extraordinárias.

    Até agora Sócrates está a fazer uma excelente governação, com reformas de fundo que já deviam ter sido feitas antes, mas que ninguém teve a coragem de fazer.

    Finalmente temos Primeiro Ministro e temos um Governo para endireitar Portugal. O que lhe poderá custar votos, mas que salva Portugal da bancarrota.

    Os eleitores não são parvos, e verão dentro de dois ou três anos os benefícios destas reformas de fundo.

    Eu, que não sou socialista, já vi que este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses.
    António Duarte said...
    Ao 1º Anónimo...

    1. A subida do IVA, é apenas o reflexo de uma política fiscal desordenada que para reduzir o défice em 0,2 %, coloca em causa o consumo privado.

    2.O aumento do turismo no Algarve é motivado pela crise interna. O aumento do ISP traz ineficiência por exemplo nas empresas transportadoras.

    3. Se a OTa e o TGV conforme o governo pretende fossem as melhores opções, eu estaria a apoia-las. Infelizmente são a melhor opção mas para Espanha, e pior ha alternativas crediveis desde que as queiremos discutir. Gastar 5 mil milhoes de euros assim é de uma irresponsabilidade enorme.
    António Duarte said...
    Ao 2º Anónimo...

    1. Estudos da Segurança Social? Esta-me a dizer que em 2020 o défice entre contribuições e pagamentos será de 10 % do PIB ?

    No que á segurança social diz respeito, até lhe explico como se resolve o problema...esticando o dinheiro.

    2. Choque Tecnologico. Os PII´s e os PIN´s ?
    António Duarte said...
    A último anónimo :

    O comentário é igual ao que efectou na semana passada.

    "Quanto às privatizações de activos financeiros (na EDP, etc.) as receitas vão para amortizações da dívida pública, e não para camuflar o OE com receitas extraordinárias"

    Agradeço que consulte o manual SEC de contas públicas para ver a enorme asneira que acabou de dizer.
    Rui MCB said...
    Xiii. O que para aqui vai.
    Deixa cá ver se percebo onde isto pretende levar: julgar em definitivo uma legislatura ao fim de seis meses?
    Mas o que é que queres António, legislativas em Julho de 2006? É isso?
    Nestas coisas a proporcionalidade da crítica faz alguma diferença, digo eu que não me canso de criticar o que me parece mal feito como bem sabes.

    Pode ser da minha vista mas já pareces um certo Frasquilho nos seus piores momentos. Aquela da privatização da EDP então é um bocadinho demais. Faz as contas ao défice ignorando a receita da EDP se quiseres mas deixa lá o governo cumprir com o plano de privatizações assumido no programa do governo.
    E que tal avaliares se, objectivamente, a privatização é boa ou má? O que farias? O que deveriamos fazer?

    "Continua a ser possível acumular pensões e vencimentos em cargos públicos" - mais uma análise desonesta face ao enquadramento histórico do problema e face à alteração que (finalmente) ocorreu. Peca por defeito? Seguramente. Tal com oestá por encarar uma alternativa global de remuneração dos políticos, já agora. Não me tenho cansado de o sublinhar mas não é propriamente um ponto muito forte para concluires pelo "falhanço" do governo. As hostes socialistas, com sorriso mais ou menos amarelo, podem-se orgulhar de ter mitigado a injustiça onde tantos outros (o teu prezado Cavaco por exemplo) só conseguiram agravar ou ignorar a disparidade.

    O reforço do subsídio social de reintegração também é uma promessa falhada do governo?

    A avaliação da bondade das reformas na segurança social implementadas até ao momento (outras virão se mantiverem a palavra) faz-se considerando exclusivamente o que se vai passar até 31 DEZ de 2005? O impacto actuarial da coisa é irrelevante? O que defendias: ignorar totalmente as expectativas criadas de todos os FPublicos independentemente da carreira contributiva? Despedi-los suspendendo de caminho o pagamento do subsídio de desemprego para este não aumentar?
    Empregar mais funcionário públicos para reduzir o desemprego?
    Ou será que agora tomas as dores dos grupos de insatisfeitos que vêem os seus direitos aproximar-se dos do regime geral?

    Os 150.000 mil postos de trabalho foram prometidos a seis meses? Mesmo que venhas a ter razão este não é o momento para lançares essa crítica se queres ter o mínimo de credibilidade e, já agora, para que seja possível tentar governar este país.

    Que frenesim é este, António? Desejas uma aceleração temporal (à boleia de uma vitório de Cavaco Silva)? Custa-me a ver o que é que poderiamos em conjunto ganhar com isso.
    Que tal contribuires para a construção de uma alternativa sólida enquanto o governo vai cumprindo ou não o mandato que tem pela frente antes de nos ofereceres sentenças definitivas (sublinho o definitivas) a 26 de Setembro de 2005? Que raio de democracia queres?
    Vale tudo para apoiares a campanha eleitoral do momento?

    Enfim, juntas-te ao grupo de uns versos os outros que vai campeando pela blogoesfera, tal como lá fora.

    Adivinha quem se lixa se continuarmos a ir sempre por este caminho?
    Anónimo said...
    Aqui o anonymous, como muitos dos anonymous deste país estao FARTOS desta campanha anti-governo , tudo por causa das autarquicas.

    Pensam que fazem dos portugueses burros. Arre!
    António Duarte said...
    Caro Rui MCB...

    Aconselhava-te seguramente a leitura daquele livro do Milan Kundera " A Identidade", recordando-te o que pela tua pena foi dito acerca do anterior primeiro-ministro Santana Lopes.

    É engraçado como tu próprio julgaste uma legislatura ao fim de 3 meses.

    Depois, ate porque ja por aqui escreveste sabes bem que nao escrevo para me colar a qualquer campanha política. Tal como tu não me coibo de criticar quando as coisas nao estão bem. Não estavam bem com Barroso, nao estavam bem com Lopes e nao estão bem com Sócrates.

    Ou será que se o arbitro se chamasse Santana Lopes também só assobiavas no fim do jogo ?
    Anónimo said...
    sr RuiMCB, concordo com as críticas que fez às patetices do sr. António Duarte. E a resposta dele não tem ponta por onde se lhe pegue.
    Anónimo said...
    sr. antónio duarte, leia um artigo que vem no último Expresso, do ex-director do NAER (Novo Aeroporto de Lisboa), que diz que não há nenhumas alternativas credíveis à OTA.
    Anónimo said...
    E os tais 160 mil, que afinal eram 260 mil novos empregos?

    Estão a ver o desemprego a diminuir apesar da descida dos salários?

    Estão a ver Despesa Pública a diminuir?

    Estão a ver o crescimento económico?

    Estão a ver alguma coisa que não seja mais miséria e mais expectativa de miséria?
    floreseabelhas said...
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    floreseabelhas said...
    Peço desculpa pelos "disparos", mas não sei o que deu a isto. Olhe, até me esqueci do que lhe queria dizer. Também não devia ser grande coisa.
    Um abraço.
    Anónimo said...
    Vejamos as contas do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa). O governo avalia em cerca de 3,5 mil milhões de euros o custo global da obra. Mas eu vou ser pessimista e digo que a obra vai custar 4 mil milhões.

    O Governo diz, por exemplo, que mete lá do Estado cerca de 10%. Eu vou ser pessimista e vou prever que o Estado vai lá meter, não 10%, mas mais algum, para os acessos e acessórios, digamos ao todo mil milhões de euros (cerca de 25% dos 4 mil milhões que virão dos privados). A obra vai custar ao todo 5 mil milhões, dos quais mil milhões são dos nossos impostos, isto é, do Estado.

    A obra vai ser feita em X anos.

    Pelas estatísticas dos construtores civis, eles dizem que nessas obras cerca de 40% do preço final da obra vai para impostos. Eu vou ser mais pessimista (sob o ponto de vista do Estado), e vou prever que em vez de 40%, o Estado vai arrecadar apenas 30% em impostos, isto é, 30% dos 4 mil milhões. Sobre os outros mil milhões adiantados pelo Estado também vão recair impostos (IVA, IRS, IRC, imposto sobre combustíveis, descontos para a Segurança Social, etc.). Se admitimos que no somatório dos impostos, eles repesentam 30% do custo total da obra, então temos que o Estado arrecadará, ao longo da obra, 30% de 5 mil milhões, isto é, 1,5 mil milhões.

    Conclusão: o Estado meteu lá mil milhões e recebeu 1,5 mil milhões. O Estado ganhou com o negócio 500 milhões.

    Quanto à exploração futura, ao Estado basta fazer como faz com a ANA. Entrega isso ao privado que se abalançou a fazer a obra e a explorá-la no futuro (se houver de facto privado interessado, se não houver quites como dantes ). Claro que pode haver prejuizo futuro e o Estado lá terá de acudir ao fogo, pondo dinheiro. Até admito isso. Mas, se o privado arriscou, o risco será mínimo. Mas mesmo que tenha prejuizo futuro, quanto dinheiro não tira o Estado em impostos sobre mil coisas relacionadas com o novo aeroporto (turismo, impostos sobre combustíveis, IVA, IRC e IRS de mil pequenos e grandes negócios ligados ao aeroporto, desde os shopings até aos taxistas, passando por muitas outras actividades)?

    O Prof. Marvão Pereira, que não é burro nenhum, de contrário não trabalhava na América, já calculou isso e o lucro para o Estado é praticamente certo.
    MFerrer said...
    A desonestidade tem limites. Então os senhores querem fazer acreditar que o governo aumentou alguns impostos por prazer? por maldade? Por serem socialistas?
    Vá lá, façam um esforço: Não será porque encontraram - e está comprovado internacionalmente - encontraram um déficit de 6,8% !
    E vão ter de descer para 3% em 3 anos?
    Como é que se faz com o petróleo dos vossos amigos americanos a §70.00/barril?
    Com aumentos de ordenados' com maiores pensões?
    Com reformas aos 49 anos (Santana Lopes p. ex.)?
    Tenham vergonha e deitem-se ao trabalho.
    A verdade é que a política da direita nos atirou para uma situação insustentável e agora querem limpar a barra e assobiar para o ar!
    Já não há mais escapatórias e um outro governo(?) de direita apenas roubaria o resto do ouro!
    Um pouco de patriotismo não vos podia fazer mal!
    Ler http://homem-ao-mar.blogspot.com
    Anónimo said...
    Ao sr. Anónimo das 3,21 PM.

    Tudo muito bonito. Mas essas contas estão bem feitas? 40% do valor das obras vai direitinho para os cofres? Vê-se bem que não conhece a realidade profunda deste sector económico. Quando muito, 17/18%.

    As SCUTs também foram construídas no mesmo pressuposto, mas a realidade ultrapassou a ficção, para pior.

    Da mesma forma, a ANA cobra taxas pelo seu mau serviço prestado cujo valor ultrapassa em 90% a concorrência estrangeira. O que gera mais um factor pernicioso contra o nosso turismo.

    Se o aeoroporto da Ota é assim tão interessante, do ponto de vista económico, o Estado que privatize a ANA e dê liberdade aos aeoroportos para a sua expansão e/ou criação de novos aeroportos, desde que respeitados os trâmites legais.

    Na verdade, o aeoroporto da Ota a ser construído, vai provocar mais um factor comparativo negativo com a Espanha. Porque iremos ter um monopólio semi-privado, com taxas e custos pelo serviço prestado que prejudicarão o nosso importante sector do turismo.

    Na nova viragem estratégica de implantação de companhias "low cost", a construção doo novo aeorporto da Ota será um erro tremendo. E, como no gás natural, para viabilizar os pesados investimentos, os monopólios continuarão a ser a política oficial em Portugal. Gerando uma queda na Produtividade Total dos Factores do nosso país e empobrecendo muito mais o já pobre Portugal.

    Portugal, com este tipo de políticas suicidas, um dia descobre que está falido e sem saída para a crise económica. Com bonitos equipamentos e vistosos, mas falido.
    Anónimo said...
    1º anónimo:
    1."Diga-me quais foram os produtos que subiram de 19% para 21%."
    Diz-nos tu os que não subiram, que são poucos.
    2. "a caminho do Algarve é vê-los"
    Claro, cada vez os "que se safam" safam-se melhor!
    (Estado socialista)
    3."OTA e TGV" !!! É melhor nem dizer mais nada: hipotecar as receitas dos próximos 15 anos!

    2º anónimo:
    Atras escreve-se com "s", de antraz precisas tu

    3º anónimo:
    " Eu não sou o Nónó"
    Não li mais nada. Só um Nónó escreveria isto.

    4º anónimo:
    A este pobre que recebe uns trocos para escrever estas tretas, só dou um conselho: vê se te vendes mais caro para a próxima...
    Anónimo said...
    Sobre o assunto do novo aeoroporto da Ota, é bom que o sector do turismo compreenda que um novo aeoroporto na Ota vai ser pago pela queda na nossa competitividade.

    Se somarmos um IVA de 12% em Portugal contra os 6% em Espanha, um dia destes descobrimos que não existe sequer capacidade competitiva no sector do turismo, actual único sustentáculo do nosso mau modelo de desenvolvimento.

    A ler com atenção este naco de prosa.

    (...)Os utentes dos aeroportos portugueses pagam mais do dobro em taxas do que os passageiros que optem por Espanha. A diferença, em média, varia entre os 113 e os 162%, consoante se trate de voos para dentro ou fora do espaço Schengen, o que implica uma perda de competitividade, conclui um estudo que será apresentado hoje em Espinho, na II Conferência Internacional em Hotelaria e Turismo.(...)

    http://myguidetoyourgalaxy.blogspot.com/2005/09/mais-espanhis-proteccionistas.html

    E o novo aeoroporto da Ota servirá apenas o propósito governamental de acelerar investimento imobiliário, sob a capa do turismo. Pena que em Portugal haja mais trolhas que bons gestores da "causa pública".
    António Duarte said...
    Correndo o risco de ser repetitivo, agradecia que lesse o que por aqui e pelo Expresso se escreveu sobre a OTA...

    http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/08/ota-um-erro-histrico.html
    Anónimo said...
    Votei P.S. nas últimas eleições. Reconheço o erro. Nada a fazer de momento. Vou aguardar serenamente, com a certeza de que nesse dia, o meu voto vai ter o mesmo valor do que o do Sócrates.
    Rui MCB said...
    Bem António,
    Depois da tua resposta e do "paralelismo" que desencantaste entre as duas legislatura definitivamente ando aqui a perder o meu tempo. E adivinho até o que por aí vem se o teu parelelismo fizer escola entre as hostes do PSD.

    Não meu caro, não é assim nem por aí que a nossa geração (malta a chegar-se aos 30) há-de fazer algo substancialmente diferente do que as que nos precederam. Antes pelo contrário pois a exigência sobre nós é bem maior e a folga para repetir o mesmo tipo de jogo praticamente nula.
    Vou tentar ir por outro caminho, o quanto antes.
    Anónimo said...
    sr anónimo das 3:38 PM,

    Eu não disse 40%, disse 30% do investimento global da obra.
    Se não é assim, então explique lá como é que os responsáveis da construção civil dizem repetidamente que cerca de 40-50% do custo total das suas obras vão para impostos e taxas (durante a obra).

    Faça bem as contas e verá que até é mais do que 30%, mas não quis complicar os cálculos. Isto durante a obra, fora o que vem depois. O Prof Marvão Pereira já demonstrou em tese que publicou que por cada euro estatal investido o Estado vai arrecadar cerca de oito euros em X anos, salvo erro dez anos ou doze anos.

    Outra coisa é discutir se a OTA é ou não necessária. Os peritos dizem que sim. Os políticos do PSD (Valente Oliveira e Carmonha Rodrigues) também disseram que sim, quando estiveram no poder como ministros. Até disseram que era obra para arrancar em 2007, não naquela altura. Portanto há largo consenso sobre isto, embora já atrasados. O resto é poeiraça limiana eleitoral e eleiçoeira.

    Nota: quanto ao TGV até foram quatro linhas acordadas por Durão Barroso com os espanhois. Este governo parece ser mais cauteloso, só pensa em duas, para aproveitar os dinheiros comunitários durante o prazo em que estão disponíveis. Depois nickles.
    António Duarte said...
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    António Duarte said...
    Ao anónimo das 6.18...

    Consenso na questão da OTA?
    2 em vez de 4 linhas em TGV ?

    Infelizmente nao é poeira limiana, mas certamente que cre na possibilidade de transportar por exemplo mercadorias em linha TGV ?

    Acha que para a dimensão de um país como o nosso faz sentido gastar mais 2 mil milhões para chegar 18 minutos mais cedo entre lisboa e o Porto ?

    Ou nao faria mais sentido, transformar os principais eixos ferroviarios em bitola europeia em alta velocidade - note-se que AV é diferente de TGV, pois a primeira dá 220 km/h e a segunda 310 km/h),e apenas efectuar a ligação TGV entre Lisboa e Madrid, negociando a questão de Cáceres ?
    Anónimo said...
    sr anónimo das 3:55 PM,

    Nos Campos Elíseos de Paris você paga uma bica ou um cognac muito mais caros do que noutro café ou bar, fora de Paris. E todavia aí estão sempre cheios e o pessoal que aí trabalha ganha mais do que noutros bares e cafés de França.

    As taxas não querem dizer nada. Favorecer taxas baixas é favorecer o turismo da tanga, com margens de lucro baixas. O que importa é ter alta qualidade no serviço, seja de aeroporto ou de hotel, para se obter margens maiores de lucro. Por isso é que as melhores cadeias de hoteis, portuguesas e estrangeiras, estão a fazer hoteis de cinco estrelas e resorts de luxo em Portugal. Para esses turistas as taxas de aeroporto são peanuts e preferem mesmo esses aeroportos.

    Saia do país, passe por estâncias turísticas de luxo e depois fale.
    Turismo de viagens "low cost" só dá prejuizo ao país, porque teremos cá uma multidão pobretana a saturar as nossas infraestruturas (estradas, saneamento, canalizações, água potável, etc.) a preços que muitas vezes estão abaixo do custo (incluindo produtos alimentares essenciais). Por essa via estaremos a subsidiar tropa fandanga europeia.

    Percebeu ou quer que lhe faça um desenho?
    :-)))
    Anónimo said...
    sr antónio duarte,

    A diferença no tempo de viagem entre a AV e o TGV no Lisboa-Porto não é de 15 ou 30 minutos, mas de uma hora ou pouco menos. Tal como existe a nossa linha actual e com as estações previstas e com o pendular completo, a AV pendular nunca fará menos de 2H00 ou 2H15. O pendular Lisboa-Faro já está compelto e a viagem anda perto das 3 horas. Agora o Lisboa-Porto faz 3 horas, pois ainda falta adaptar um troço da linha. Com o TGV e sem paragens fará 1H00 ou pouco mais, muito menos portanto.

    Mas isso não importa, porque o que importa é a linha Corunha-Porto-Lisboa-Faro. Esta sim, já é rentável, não só pela distância, como pelo número de passageiros.
    Julgo que é isso o que o governo português e espanhol pensam fazer, segundo li algures. Mas por fases.

    A linha Lisboa-Madrid é uma fatalidade, pois faz parte do plano de Bruxelas ligar todas as capitais europeias por TGV. E parece mal o comboio TGV vir de Madrid e obrigar os passageiros a mudarem de comboio em Badajoz.

    Temos de pensar europeu, e não português miudinho. E temos de pensar em alterar os consumos energéticos.

    De qualquer modo estas obras, TGV e OTA, são para irem aos poucos. E lá teremos também de mudar a bitola para bitola europeia.

    De certeza que os metros do Porto e de Lisboa vão dar mais prejuizos do que a OTA e TGV. Porque a clientela é outra, muito diferente. Não será o preço da viagem que afastará clientes do TGV, mas sim o serviço, desde que uma pessoa sai de casa até chegar à casa de destino.
    António Duarte said...
    Ao Anónimo das 7.11...

    Agora o Lisboa-Porto faz 3 horas, pois ainda falta adaptar um troço da linha.

    Lamento informar-lhe mas não será antes apenas um troço da linha já esta preparado para os 220 km/hora ?
    Anónimo said...
    "Se não é assim, então explique lá como é que os responsáveis da construção civil dizem repetidamente que cerca de 40-50% do custo total das suas obras vão para impostos e taxas (durante a obra)."

    Eles dizerem, dizem. Mas a verdade não é assim. Mas se me demonstrarem com números...

    "As taxas não querem dizer nada. Favorecer taxas baixas é favorecer o turismo da tanga, com margens de lucro baixas. O que importa é ter alta qualidade no serviço, seja de aeroporto ou de hotel, para se obter margens maiores de lucro. Por isso é que as melhores cadeias de hoteis, portuguesas e estrangeiras, estão a fazer hoteis de cinco estrelas e resorts de luxo em Portugal. Para esses turistas as taxas de aeroporto são peanuts e preferem mesmo esses aeroportos.

    Saia do país, passe por estâncias turísticas de luxo e depois fale."

    É. Eu sou uma tanguista. Quem ganha com isso são os espanhois. Por exemplo, o Prado, Rainha Sofia e o Thyssen que, graças às "low costs", nunca facturaram tanto como hoje.

    Sabe qual a diferença de serviço entre uma Ryanair e uma Air France, por exemplo? Preço!

    "Saia do país, passe por estâncias turísticas de luxo e depois fale."

    Chute. Pode ser que tenha uma surpresa. E olhe que sou cliente das low costs. Mas de certeza não sai do país e, quando sai, deve ser às custas do Estado ou da empresa. Como sai do meu bolso... Quer ir a S. Petersburgo? Tem lá uma exposição em Outubro...

    "De certeza que os metros do Porto e de Lisboa vão dar mais prejuizos do que a OTA e TGV. Porque a clientela é outra, muito diferente. Não será o preço da viagem que afastará clientes do TGV, mas sim o serviço, desde que uma pessoa sai de casa até chegar à casa de destino."

    Isto saiu-lhe da cabeça ou leu alguma estudo governamental?
    Anónimo said...
    sr antónio duarte,

    Só faltam cerca de 70-80 Km de adaptação da linha para completar o pendular entre Lisboa e Porto.

    O TGV é uma fatalidade, como é o prejuizo crónico dos combios da CP. Só que em vez de termos prejuizo com má qualidade do serviço ferroviário, com o TGV teremos talvês prejuizo, mas com boa qualidade do serviço (mas rapidez e mais comodidade). E ficaremos menos periféricos em relação à Europa.

    Não é projecto que me apaixone, mas reconheço que terá de ser. E como a Espanha já vai muito à frente nisso, temos de começar. Chegou a hora.
    Anónimo said...
    sr antónio duarte,

    Só faltam cerca de 70-80 Km de adaptação da linha para completar o pendular entre Lisboa e Porto.

    O TGV é uma fatalidade, como é o prejuizo crónico dos combios da CP. Só que em vez de termos prejuizo com má qualidade do serviço ferroviário, com o TGV teremos talvês prejuizo, mas com boa qualidade do serviço (mais rapidez e mais comodidade). E ficaremos menos periféricos em relação à Europa.

    Não é projecto que me apaixone, mas reconheço que terá de ser. E como a Espanha já vai muito à frente nisso, temos de começar. Chegou a hora.
    Anónimo said...
    sr anonimo das 7:46 PM,

    IVA + Descontos para a segurança social + IRC + IRS + ISP e outras taxas, os directos e os indirectos.

    Isto é areia demais para a sua camioneta. Deixe lá. Depois aprenderá.
    Anónimo said...
    "IVA + Descontos para a segurança social + IRC + IRS + ISP e outras taxas, os directos e os indirectos.

    Isto é areia demais para a sua camioneta. Deixe lá. Depois aprenderá."

    É. Há tipos burros que se julgam mais espertos que os outros. Isto de "colar cartazes" não chega.

    Vou já para para o Largo Rato, onde devem explicar essas coisas. Deve ser uma escola especial...
    Anónimo said...
    Lembram-se do Engº Guterres afirmar que a segurança social estava salva para além de 2100?. Quem fez os estudos foi a equipa de Vieira da Silva na qual se incluia Pedro Marques Secret Estado da SS.
    A credibilidade dos estudos do Ministério é zer*zero=zero

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