“Jogos de soma nula”

A Função Pública vai ultrapassar o meio milhão de pensionistas já no próximo ano. O peso das pensões da Função Pública no Orçamento de Estado vai aumentar mais de 15 por cento.


Tal como já aconteceu com Manuela Ferreira Leite, o Estado vai deixar de pagar a activos, para passar a financiar inactivos, de nada adiantando as circulares mandadas para os serviços pedindo aos FP para não se precipitarem no pedido de aposentação. Admito que a medida de mexer na idade da reforma dos funcionários públicos pode ajudar a embelezar as contas a apresentar a Bruxelas e ter alguns efeitos financeiros a longo prazo, acontece que, na prática, e para o futuro do País esta medida no imediato contribui para se ter uma administração pública cada vez pior, o que é grave, sobretudo num País em que o Estado não deu sinais de abdicar de muitos dos seus pequenos poderes de soberania, tão pouco demonstrado que, como menos funcionários e mais velhos, vai prestar um melhor serviço.

Publicado por contra-baixo 14:45:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    Aumenta-se a idade da reforma, mas não se organizam os serviços: resultados práticos - aumentam-se as despesas com a contratação de bolseiros e outsourcing e deixam-se os seniores na prateleira (mais anos, para equilibrar as contas.
    É a política dos " gestores" da Administração Pública.

    Haverá paciência?
    Anónimo said...
    Era esperável o que está a acontecer.

    Por isso as reformas de fundo de Sócrates são corajosas e absolutamente necessárias. Mas só começam a dar resultados dentro de dois ou três anos e a prazo.
    Anónimo said...
    Que razões terão levado os investigadores da Polícia Judiciária (os únicos do sector da justiça e polícias) a não aderirem a qualquer tipo de contestação?
    Anónimo said...
    "esta medida no imediato contribui para se ter uma administração pública cada vez pior"

    As empresas privadas andam a fazê-lo a sério há mais de dez anos. Há os que fazem mal, à pressa e sem estudos, saindo-lhes o tiro pela culatra. E há os que fazem bem, definindo processos, reformulando tarefas e actividades, concentrando-se no essencial e aproveitando a informática.

    Vi há anos uns documentos duma escola onde diziam que tinham definido processos... só que confundiam processos com funções, confundiam circuitos horizontais de fluxos de actividades com quantidades e tipos de tarefas realizadas por função. Escusado será dizer que tinham sido apoiados por grandes empresas de consultoria da nossa praça. Ah, as brochuras da formação e divulgação até que eram muito interessantes.

    diogenes

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