Gente humilde

Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem vindo de trem de algum lugar
E aí me dá uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com que contar

São casas simples, com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar

«Gente humilde»
letra de Chico Buarque e Tom Jobim

Não é só na Louisiana, e depois dos furacões, que os mais pobres e desfavorecidos sofrem mais e estão mais expostos à desgraça. Em Cascais, a poucos quilómetros da capital deste país, há um «Bairro do Fim do Mundo» onde a miséria é tanta que um mero incêndio pode matar uma família inteira (uma mãe e cinco filhos), que por cá moravam há 20 anos, mas a quem nunca foi resolvido um problema básico de sobrevivência.

Aconteceu em Portugal, em pleno século XXI.

A Grande Loja presta uma modesta homenagem às vítimas desta tragédia, dedicando a letra de Chico e Tom, acima referida, e que tão bem retrata situações deste tipo.

Publicado por André 15:09:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    "a quem nunca foi resolvido um problema básico de sobrevivência."

    Porque há-de haver sempre alguém que deve resolver o nosso problema de ter uma habitação? Com esse espírito socialista, estatista, nunca sairemos do sub-desenvolvimento.
    Anónimo said...
    Há vinte anos? Quem? Uma jovem de 19 anos, outra jovem de 16, uma menina de 10 anos e dois meninos de 12 e cinco anos?

    Se calhar o problema básico de habitação (entre outros) devia começar por ser resolvido no país de origem.
    Anónimo said...
    Porque há-de o estado português (falido) resolver o problema dos estrangeiros?
    Anónimo said...
    Durante as férias andei por aí pelo nosso país a ver, as vistas, passei por Alter do Chão uma terra bonita, a visita à Coudelaria Nacional vale a pena. Alter só tem um problema, ciganos, magotes daquela escumalha que causam os mais variados incómodos a toda a gente.Conheci um habitante local que conhecedor da terra e pessoa preocupada me esclareceu, há uns anos resolveram dar casas, T2 e T3 que no projecto original até garagem tinham o departamento governamental que trata dessas coisas é que não foi na cantiga e as casas fizeram-se sem garagem, aos ciganos de Alter 10 ou 20 famílias, de um momento para o outro existiam 70 ou 80 famílias. Esse amigo disse que até ciganos de Lisboa lá estavam e que alguns deles tem 2 e 3 casas espalhadas pelo país. Uma família que ele conhece, vive dos rendimentos mínimos, 1 aqui em Portugal outro vai buscar a Espanha porque tem as duas nacionalidades e também tem casa em Espanha.Causam todo o tipo de desacatos as pessoas tem medo, na escola os ciganos são um terror, roubam o dinheiro aos outros alunos, fogem ameaçam os professores, enfim toda a agradável civilidade daquele tipo de esterco humano.Curioso é que a 16 Km existe Fronteira que não tem ciganada, e porquê, porque o presidente da Câmara de Fronteira não gosta de escumalha dessa e o comandante do destacamento da GNR de Fronteira também não, além disso parecem ser homens com "eles no sítio", muito à frente desta corja de vermes sem espinha que por aí abundam.Resulta daí que em Fronteira é um sossego a escumalha da ciganada é corrida e nem tem tempo de fazer merda e quando faz leva nos cornos, que era como devia ser feito em todo o lado.
    Anónimo said...
    Não se pode dizer mas o motivo porque esta gente morreu foi terem as janelas todas gradeadas para se protegerem dos vizinhos e uma porta em chapa de ferro pela mesma razão.
    Anónimo said...
    Gente Humilde foi concebida numa época em que apesar tudo, tinha-se dignidade.
    Ao invés de "casas simples com cadeiras na calçada", o que temos hoje nas favelas cariocas é um estado de guerra civil, com tiroteios diários entre a polícia e os traficantes - as casas simples ficaram mais simples ainda, e as cadeiras na calçada desapareceram. Não reclamem ainda de Cascais - Ou correm o risco de pensar que "eu era feliz e não sabia". Quanto ao Governo português se preocupar com os imigrantes em Portugal, quantos filhos e netos de portugueses há nas favelas do Rio??
    Afinal "pátria", é apenas um acaso de imigrações...
    sabine said...
    Era para escrever um comentário aqui, mas decidi deixá-lo em:

    http://insustentaveleveza.blogspot.com/2005/09/h-muitos-fins-de-mundo.html
    Anónimo said...
    Vivia ha 20 anos no FIm do mundo e a edilidade ia dar-lhe uma casa.
    Eu vivo ha 52 anos em Portugal,levanto-me as 7 da manhã,trabalho 10 horas,das quais só me pagam 7.Pago impostos e não são poucos.
    Onde está a casa de graça que o Estado tem a obrigação de me dar.

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