disparate atrás de disparate
domingo, setembro 04, 2005
PSD: Governo prestes a autorizar «à socapa» venda da TVI
O líder social-democrata acusou este domingo o Governo de estar a preparar-se, «à socapa», para autorizar a venda da TVI, da Media Capital, aos espanhóis do Grupo Prisa. Falando na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Luís Marques Mendes salientou que «o problema não está no negócio privado», mas no facto «de a TVI ser um bem público». «Portugal tem apenas dois canais privados e o Governo preparar-se para autorizar que um destes se torne propriedade espanhola», sublinhou. Para Marques Mendes, «a televisão é garante da língua e identidade nacional», que poderão estar em risco se o negócio se concretizar.
in Diário Digital
Definitivamente o sol das férias tem feito mal ao PSD, que agora descobriu o 'inimigo' espanhol. Que fique claro que o problema não é a TVI ser vendida a espanhois (há algo na Lei que o proíba, Dr. Mendes ?), o problema é estes só comprarem porque tiveram a garantia, explícita, de que a licença de emissão da TVI não seria revogada (garantia essa que não foi dada a mais nenhum comprador potencial, afastando-os, e que segundo um administrador demissionário da TVI, só se deveu à proximidade entre a PRISA e o PSOE espanhol e entre este e o PS português) quando expirasse. Além de se prestar ao rídiculo o Dr. Mendes só está a lançar fumo na verdadeira questão que é o governo abusar absolutamente da sua posição de regulador para condicionar/orientar negócios para grupos 'amigos' (i.e. aqueles e só aqueles a quem dá 'garantias'). Se o Dr. Mendes quiser ser levado a sério tem é que 'obrigar' este governo a clarificar qual é a sua politica (automática ?) de renovação/atribuição de licenças, e perguntar, porque tem tudo a ver, em que estado está TV digital, uma das maiores palhaçadas do barrosismo... Quanto a mim, parece-me óbvio que o mais natural, e transparente, é - e à inglesa - findo o prazo da concessão, abrir um novo concurso a todas as partes interessadas, sem excepção, para atribuição de novas licenças televisivas, para os dois, ou três (com ou sem privatização da 2:) canais privados, com regras claras, inequívocas e transparentes, tudo associado, e já se vai tarde, à transição para o digital, com calendários concretos. Quanto aos espanhois, se o Dr. Mendes tem algo contra os estes que olhe para a Banca e para as telecomunicações com mais atenção e que se deixe de tiradas bacocas, xenófobas, demagógicas e irresponsáveis... Os moldes negócio da Média Capital com a PRISA são imorais, e intoleráveis pela forma como este foi feito/condicionado/induzido, e só por isso, quer fosse feito com espanhóis, marcianos... ou portugueses.
Publicado por Manuel 21:27:00
15 Comments:
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diogenes
O grupo Impresa, de Balsemão, é pró-PSD, agora seria bem haver outro a favor do PS. E outro a favor de outras correntes políticas.
Já chateia ler o mesmo, embora dito de outro modo, nos vários media de âmbito nacional.
Não foi o PSD no tempo de Cavaco Silva em PM que entregou os canais de TV a quem quis, contra apoios eleitorais? Lembram-se do que se passou com a TVI no início, em que a Radio Renascença adquiriu os direitos por favor especial e descarado. Obviamente, para nas igrejas os padres louvarem as virtudes do PSD e de Cavaco Silva...
Por isso digo que é bom haver pluralismo. Se o PS ou os amigos do PS ainda não têm nada nos media, é natural que queiram ter. E os outros também. Isso de neutralidade dos media é tudo treta. E imparcialidade em concursos também é treta. O melhor é fazerem isso às claras, vai um bocado para cada um e pronto. E depois cada um ladra como quiser. Por exemplo, quando leio o Expresso do Balsemão já sei qual o cão que ladra e aonde quer chegar. E assim por diante, só que ainda fala quase tudo para o mesmo lado, o que torna a coisa monótona.
O Dr. Van Zeller da TVI e Dr. Balsemão chatearam-se, não por haver espanhois ou marroquinos, eles não querem saber disso para nada, foi porque a PRISA tem outra música que não lhes agrada, nem a eles nem ao PSD e CDS. Se a PRISA cantasse a música deles e do nosso manuel da Loja Limiana, haveria festa, foguetes, fanfarra, champagne e tudo. :-)
O que o Manuel falou foi do que tambem leu que MM disse, só que ele não disse só isso.Nem desconhece a questão da TDT, há tempo para tudo.
Alguma sugestão sobre quam poderia / deveria comprar?
É que a ultima vez que um grupo de comunicação social esteve à venda (Lusomundo) só apareceu a Olivedesportos...
O que se diria sobre a concentração e os negócios escuros etc etc se o comprador da Mediacapital fosse o Joaquim Oliveira?
Quanto à "lógica elementar e factual", ficámos na mesma. Trata-se de um eufemismo simpático para algo do género "cheira-me", "ouvi dizer", "apetece-me", "a minha mulher a dias faz compras na boutique de uma prima de uma senhora que conhece um irmão do assessor... ..." etc etc?
É que se fosse assim tão elementar e linear, suponho que já estaria a ser investigado na PJ, não? E alguém já teria explicado a Marques Mendes ou a outro qualquer que tinha matéria para derrubar já o Governo, não?
PAIS DO AMARL dixit:
No comunicado emitido por Pais do Amaral, o presidente do conselho de administração da Media Capital refuta, ainda, as afirmações produzidas pelo ex-administrador da TVI, João van Zeller, aquando do anúncio público da sua saída da estrutura administrativa da estação televisiva da Media Capital. A este respeito, Pais do Amaral esclarece que van Zeller não era «nesta data, accionista da TVI nem titular de qualquer participação significativa na Mdia Capital», da mesma forma que não era titular de nenhuma função executiva ou estratégia na TVI ou na Media Capital, «nem participou nas negociações nem na elaboração da correspondente documentação entre os accionistas da Media Capital e o grupo Prisa». Por este motivo, o responsável máximo do grupo português refere que o conhecimento de van Zeller sobres estes acordos «é o mesmo do público», não tendo por isso as suas afirmações por suporte «quaisquer factos ou documentos não públicos, consistindo unicamente na sua interpretação dos factos e no seu entendimento da realidade». AN
Tipo: O Van Zeller "ouviu dizer", "cheira-lhe", etc.