ainda, e sempre, a Energia...
quinta-feira, setembro 22, 2005
Manuel Pinho e a sua entourage andam na ordem do dia. Ontem, obtiveram uma vitória, talvez a mais saborosa, proveniente da decisão do parlamento europeu em ratificar o veto da Comissão Europeia em permitir que a EDP congregasse com a ENI a formação de uma empresa de gás. Um monopólio. O último obstáculo à apresentação do modelo, e com a vantagem da decisão poder fazer jurisprudência para o caso espanhol que afecta a Iberdrola e a Endesa. Esta seria a verdadeira vitória no meio de tanta irresponsabilidade.
Vitória, cantarão os mais desatentos. Meia Derrota dirão os atentos. Há um mês atrás a EDP tinha o mesmo valor da Iberdrola, e a EDP tinha o dobro da capitalização bolsista da Union Fenosa. Com a OPA da Gás Natural sobre a Endesa e consequente passagem de activos que valem entre 7 a 9 mil milhões de euros, a Iberdrola passa a valer duas vezes e meia a eléctrica portuguesa e a Union Fenosa vale sensivelmente o mesmo que a EDP.
Perante, isto e face à necessidade de liberalizar o mercado de electricidade até 2007 por imposição comunitária, caso a OPA da Gás Natural sobre a Endesa vá adiante e argumentos não faltam aos espanhóis, porque é um facto que em Portugal a EDP detêm um monopólio estatizado enquanto que em Espanha há muito que a liberalização é uma realidade, que sentido faz para Portugal enviar a coitada da EDP para um MIBEL?
Nenhum. E Portugal ontem devia ter exigido a Espanha, que assim não há MIBEL, que assim os concursos de atribuição de licenças para produção em ciclo combinado que foram atribuídas à Iberdrola e à Endesa, serão anulados porque as regras do jogo mudaram. A entrada de Portugal no MIBEL a existir, deverá ser no dia 1 de Abril, tal é a mentira sob a capa de liberalização que o mercado nas condições existentes emprega. A Iberdrola e a Gás Natural não formam um monopólio mas sim um oligópolio, e nestas condições a entrada da EDP num qualquer MIBEL é dar-se à morte.
È curioso, que as coisas poderiam ter sido diferentes. Bastaria que a EDP não constituísse a nova empresa com os italianos, e assim a operação deixaria de estar sobre a alçada comunitária, e poder-se-iam dividir os activos da forma que o governo entendesse.
Mas, e convém não esquecer nem Sócrates morre de amores por Talone que neste momento já deve estar a arrumar o gabinete, nem os principais responsáveis pela asneira serão julgados.
Carlos Tavares, sabe-se hoje, jogou enquanto ministro como peão de interesses dos espanhóis e só falta saber-se se não será a Iberdrola, por vias travessas, a comprar os 5,00 % que a EDP irá vender até Dezembro... [recorde-se que é 'natural' que a compra pela Galp da rede Shell em Espanha, interessava a todos menos à Iberdrola, e terá sido por isso que a proposta ficou uns míseros 10 milhões abaixo da empresa das Canárias que a comprou, uma tal de HLC]. Também por isso o lugar na CMVM é seu.
Barroso conseguiu o impensável e revelador da enorme elasticidade da sua espinha dorsal. O modelo que a Comissão Barroso chumbou foi o mesmo que Durão Barroso enquanto Primeiro-Ministro de Portugal propôs, à Comissão, como a melhor solução.
Entretanto, ficamos sentados à espera do modelo na semana que está para vir.
Vitória, cantarão os mais desatentos. Meia Derrota dirão os atentos. Há um mês atrás a EDP tinha o mesmo valor da Iberdrola, e a EDP tinha o dobro da capitalização bolsista da Union Fenosa. Com a OPA da Gás Natural sobre a Endesa e consequente passagem de activos que valem entre 7 a 9 mil milhões de euros, a Iberdrola passa a valer duas vezes e meia a eléctrica portuguesa e a Union Fenosa vale sensivelmente o mesmo que a EDP.
Perante, isto e face à necessidade de liberalizar o mercado de electricidade até 2007 por imposição comunitária, caso a OPA da Gás Natural sobre a Endesa vá adiante e argumentos não faltam aos espanhóis, porque é um facto que em Portugal a EDP detêm um monopólio estatizado enquanto que em Espanha há muito que a liberalização é uma realidade, que sentido faz para Portugal enviar a coitada da EDP para um MIBEL?
Nenhum. E Portugal ontem devia ter exigido a Espanha, que assim não há MIBEL, que assim os concursos de atribuição de licenças para produção em ciclo combinado que foram atribuídas à Iberdrola e à Endesa, serão anulados porque as regras do jogo mudaram. A entrada de Portugal no MIBEL a existir, deverá ser no dia 1 de Abril, tal é a mentira sob a capa de liberalização que o mercado nas condições existentes emprega. A Iberdrola e a Gás Natural não formam um monopólio mas sim um oligópolio, e nestas condições a entrada da EDP num qualquer MIBEL é dar-se à morte.
È curioso, que as coisas poderiam ter sido diferentes. Bastaria que a EDP não constituísse a nova empresa com os italianos, e assim a operação deixaria de estar sobre a alçada comunitária, e poder-se-iam dividir os activos da forma que o governo entendesse.
Mas, e convém não esquecer nem Sócrates morre de amores por Talone que neste momento já deve estar a arrumar o gabinete, nem os principais responsáveis pela asneira serão julgados.
Carlos Tavares, sabe-se hoje, jogou enquanto ministro como peão de interesses dos espanhóis e só falta saber-se se não será a Iberdrola, por vias travessas, a comprar os 5,00 % que a EDP irá vender até Dezembro... [recorde-se que é 'natural' que a compra pela Galp da rede Shell em Espanha, interessava a todos menos à Iberdrola, e terá sido por isso que a proposta ficou uns míseros 10 milhões abaixo da empresa das Canárias que a comprou, uma tal de HLC]. Também por isso o lugar na CMVM é seu.
Barroso conseguiu o impensável e revelador da enorme elasticidade da sua espinha dorsal. O modelo que a Comissão Barroso chumbou foi o mesmo que Durão Barroso enquanto Primeiro-Ministro de Portugal propôs, à Comissão, como a melhor solução.
Entretanto, ficamos sentados à espera do modelo na semana que está para vir.
Publicado por António Duarte 12:45:00
4 Comments:
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Já não era sem tempo. Ao tributar mais os veículos mais poluentes através do IA (a partir de Julho de 2006, medida já constante do OE de 2006, segundo as notícias), só agora damos sinal claro da nossa adesão ao protocolo de Quioto! Isto e a energia eólica e solar que já aí vem, com a execução do PIIP. É que até aqui era "pois...sim senhor, blá-blá..., assina papel aqui e ali, mas nada fazíamos para cumprir Quioto.
Agora sim, temos um governo que cumpre o que diz. Claro que vai haver reclamações e o berreiro do costume do sector importador automóvel, mas alguma medida de fundo benéfica para todos deixou de causar dores a alguém? Só espero que Sócrates, tal como com todas as outras reformas de fundo que está a fazer, não recue e não ceda às pressões dos importadores de veículos automóveis. Muito bem sr. primeiro ministro!
Ou troco por job como anónimo comentador dos posts dos blogs dos outros!!