Saraiva e o País do Expresso

Há uns tempos era moda os jornalistas perguntarem a políticos o preço disto e daquilo, para os humilhar e demonstrar o distanciamento da classe política dos dramas, e realidades, do povo. Hoje, o director do jornal mais lido do regime, em mais um editorial elíptico e bacoco, não se coíbe de afirmar que ...

qualquer português da classe média tem hoje possibilidades de fazer um safari no Quénia.

Se calhar serei eu
, reles crítico, que não sei o que é a 'classe média', mas - cá para nós - são disparates como este que provam à exaustão que não são só os políticos que andam afastados, e muito, do país real, há jornalistas que o andam tanto senão mais, é que pelas contas da Joana Amaral Dias um safari ao Quénia médio nunca fica por menos de 3000 €uros/cabeça (o que dará cerca de 10.000 €uros para uma família média). Para José António Saraiva é perfeitamente natural - e normal - uma família da 'classe média' gastar 2000 contos numas férias, e será, só que não é em Portugal. Mais palavras para quê ?

Adenda - para o quadro ficar completo recorda-se que se os políticos vivem no mundo do publicado, conviria que os publicantes tivessem o mínimo dos mínimos de ligação ao mundo real. Se estão todos no Olimpo as 'falhas de comunicação' e as incompreensões são inevitáveis.

Publicado por Manuel 21:00:00  

11 Comments:

  1. Paulo Pacheco said...
    nem mais!!
    Anónimo said...
    sr. manuel, não tem coisas mais úteis de que falar?
    Anónimo said...
    O Saraiva deve saber + do que o que diz
    Anónimo said...
    sim, sr. manuel, confirma-se.
    O senhor é apenas mesquinho e invejoso.
    Mas não se preocupe pois há mais assim.
    Anónimo said...
    Este Anonymous diz, 12:52 AM
    e o que vem a seguir devem ser ou deve ser o novo Virus da Microsoft. Aproveita uma falha do System operational. Em Portinglês é + giro!
    Teófilo M. said...
    Já estou farto de dizer que os jornalistas ganham muito, depois, a maior parte dos que ganham demais julga-se da classe média, e depois as conclusões aí estão...
    Olindo Iglesias said...
    O que o país precisa é de ser expurgado!
    Anónimo said...
    Não são só os políticos que vivem no país irreal.
    Os directores também.
    Anónimo said...
    10 mil euros?!?!? É quase o preço de um carrito utilitário que a classe média compra em 60 meses de prestações!!!

    Alface
    Anónimo said...
    Ó Manuel, nem parece seu, há décadas que o Saraiva vive noutro planeta. Nem vale a pena comentar tal coisa, ao longo dos anos o homem já disse cada uma que daria para escrever um interessante romance ficcional do género "O estranho mundo paralelo de Saraiva"
    Anónimo said...
    Post essencial não pelo seu teor directo - nada a dizer - mas pela verdade acessória (ao mesmo, mas essencial para tudo) que é a da dissociação do real presente em todas as sociedades do primeiro mundo. A globalizaçao da informação, a tentativa de meter tudo um universo num pequeno pedaço de papel, numas polegadas de vidro televisivo ou nuns bytes numéricos leva a uma impossibilidade de conhecer o real e, assim, decidir e opinar sobre esse mesmo real com base em matéria o mais das vezes ficcionada. Para além da percepção do nosso real, de todos os dias, filtrada pela nossa visão e pensamento, temos acesso a um mundo hiper e sucessivamente filtrado, chegando, na verdade, ao ponto de nada de real sabermos. Mesmo os «directos» televisivos, ainda quando não conscientemente organizdados me fazem lembrar a histório do anzol no lago (salvo erro o paradoxo E.P.R. - ou não será?) em que já é o mesmo lago que vemos, mas um lago com o anzol dentro, que é já outra coisa.
    E isto reproduz-ze em todos os assuntos que, não sendo da nossa realizade imediata, são da nossa realidade de contexto e nos afectam, directa ou indirectamente. Como no caso da OTA. O que eu sei é já digestão de outras pessoas, uma realidade que elas, por sua vez, já receberam filtrada. Portanto, o que se sabe ? E sabe-se porquê ? Por fé (no sentido gnóstico) ? Só pode ser.
    Enfim, já me perdi e estou a gastar caracteres inutilmente.
    Cicuta

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