'só' agora ?
quinta-feira, agosto 25, 2005
O vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, acusa várias autarquias do país de cederem a pressões de empreiteiros e partidos políticos para a viabilização de determinados projectos urbanísticos. O edil afirma que "o urbanismo é, na maioria das Câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados" e que "nas mais diversas Câmaras Municipais do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais", sem no entanto especificar a que projectos e municípios se refere.
O Ministério Público anunciou hoje que vai investigar as declarações do vice-presidente e vereador do Urbanismo da câmara do Porto, Paulo Morais, que acusou as autarquias de cederem a pressões para a aprovação de projectos imobiliários "Face ao teor da entrevista na revista ‘Visão’ do vereador Paulo Morais, o Ministério Público [MP] irá encetar as diligências consideradas necessárias para o apuramento da existência de factos com eventual relevância criminal", disse uma fonte do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República, não identificada pela agência Lusa.
O autarca social-democrata diz que a Câmara Municipal do Porto é uma excepção ao cenário negro que traça, afirmando que o executivo autárquico liderado pelo social-democrata Rui Rio nunca licenciou projectos que estivessem contra os instrumentos de planeamento.
Público Online
Mal, muito mal, a PGR. Pessimamente, ao, ingénua e pateta, uma vez mais, aceitar entrar no circo autárquico. Paulo Morais não disse que o tentaram 'corromper', apenas que foi 'pressionado', e teve o cuidado de dizer o que está mal é noutras edilidades que não a dele. Assim sendo, o conhecimento que terá é sempre indirecto. Dito isto, é díficil de perceber como é que as declarações de Paulo Morais servem de fundamento a uma investigação judicial, sem um alvo definido, em abstracto, a - em potência - todas as autarquias do país, e naturalmente... condenada ao fracasso. A não ser que o MP saiba desde já que nessa (meta-)investigação contará com a colaboração de... Paulo Morais. Dito isto, os problemas que Paulo Morais enunciou são essencialmente políticos, são conhecidos desde há muito, e terão que ter uma solução politica que passa por um novo modelo funcional de partidos e Estado. Simplesmente, é mais confortável para Paulo Morais lançar a confusão, na secreta esperança de ser o Henrique Chaves de Rio, do que apresentar medidas concretas e exequiveis que resolvam o problema, de vez.
Publicado por Manuel 18:26:00
2 Comments:
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- Anónimo said...
10:22 da tarde, agosto 25, 2005Como?!...- josé said...
11:04 da tarde, agosto 25, 2005Espere um pouco António que estou a preparar a resposta...
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