A Ota bate com a perdigota

Afinal, os blogues andam mal informados. O Portugal Diário teve acesso a um estudo abrangente que conclui que o novo aeroporto da Ota gerará um "elevado volume de emprego e qualificação da mão-de-obra", além de vir a constituir uma "oportunidade de requalificação de paisagens degradadas e de melhoria da atractividade dos espaços públicos", colhendo sem surpresa a simpatia da esmagadora maioria dos autóctones (estes devem ser de fora).

Publicado por Nino 20:30:00  

20 Comments:

  1. Anónimo said...
    As frases entre aspas até foram tiradas do estudo...o tratamento do assunto, num artigo desta dimensão merecia mais cautela.
    Anónimo said...
    Ora vejam isto que tirei de um forum:

    "Vejamos as contas do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa). O governo avalia em cerca de 3,5 mil milhões de euros o custo global da obra. Mas eu vou ser pessimista e digo que a obra vai custar 4 mil milhões.
    O Governo diz, por exemplo, que mete lá do Estado cerca de 10%. Eu vou ser pessimista e vou prever que o Estado vai lá meter, não 10%, mas mais algum, para os acessos e acessórios, digamos ao todo mil milhões de euros (cerca de 25% dos 4 mil milhões que virão dos privados). A obra vai custar ao todo 5 mil milhões, dos quais mil milhões são dos nossos impostos, isto é, do Estado.

    A obra vai ser feita em X anos.

    Pelas estatísticas dos construtores civis, eles dizem que nessas obras cerca de 40% do preço final da obra vai para impostos. Eu vou ser mais pessimista (sob o ponto de vista do Estado), e vou prever que em vez de 40%, o Estado vai arrecadar apenas 30% em impostos, isto é, 30% dos 4 mil milhões. Sobre os outros mil milhões adiantados pelo Estado também vão recair impostos (IVA, IRS, IRC, imposto sobre combustíveis, descontos para a Segurança Social, etc.). Se admitimos que no somatório dos impostos, eles repesentam 30% do custo total da obra, então temos que o Estado arrecadará, ao longo da obra, 30% de 5 mil milhões, isto é, 1,5 mil milhões.

    Conclusão: o Estado meteu lá mil milhões e recebeu 1,5 mil milhões. O Estado ganhou com o negócio 500 milhões.

    Quanto à exploração futura, ao Estado basta fazer como faz com a ANA. Entrega isso ao privado que se abalançou a fazer a obra e a explorá-la no futuro (se houver de facto privado interessado, se não houver quites como dantes ). Claro que pode haver prejuizo futuro e o Estado lá terá de acudir ao fogo, pondo dinheiro. Até admito isso. Mas, se o privado arriscou, o risco será mínimo. Mas mesmo que tenha prejuizo futuro, quanto dinheiro não tira o Estado em impostos sobre mil coisas relacionadas com o novo aeroporto (turismo, impostos sobre combustíveis, IVA, IRC e IRS de mil pequenos e grandes negócios ligados ao aeroporto, desde os shopings até aos taxistas, passando por muitas outras actividades)?

    O Prof. Marvão Pereira, que não é burro nenhum, de contrário não trabalhava na América, já calculou isso e o lucro para o Estado é praticamente certo."
    .........................

    Quanto a contas parece que a coisa é boa.

    Agora só falta provar que o novo aeroporto é necessário ou inevitável. É isso que o ministro deve fazer.
    Anónimo said...
    Caro anónimo nº 1 anterior, você ainda não percebeu que o negócio está todo aí ? Já reparou que a Ana é Publica, e que você fala dos investimentos privados e ao mesmo tempo ouve falar na privatização da ANA para ajudar à parte suportado pelo Estado.
    Anónimo said...
    Ou se quiser, eu explico-lhe melhor: toda esta loucura da OTA é apenas uma peça de teatro para vender a ANA !
    Anónimo said...
    Náo foi o Portugal Diário que "teve acesso", e sim, os Bloggers andam mal informados porque querem ou porque não têm literacia suficiente.
    O tal estudo a que o Portugal Diário "teve acesso" está num site disponível a quem o quiser ver, e tem umas dezenas de páginas a mais do que os excertos que a conta-gotas vão saindo.
    A este ritmo, e com os "acessos" do Portugal Diário tão lentos se calhar o melhor era um choque tecnológico que lhes permitisse maior largura de banda.

    Ou então se calhar que tal seguir o link... http://www.naer.pt/NAER/PT/index.htm

    advertência: isto é só para quem tiver um mínimo de seriedade intelectual; quem já decidiu sem ver não precisa de ir lá.
    Anónimo said...
    ao anonimo das 11:57 PM

    No endereço URL que deu aparece a primeira página da NAER mas depois nenhum link funciona.
    Estarei enganado?
    Anónimo said...
    Ao anónimo das 12:16

    Está de facto enganado ou com problemas na ligação.
    Experimente:

    http://www.naer.pt/NAER/PT/Historial/EPIA/index.htm

    que vai directo ao tal famoso estudo.
    Só o "Resumo Não Técnico" tem 32 páginas.

    Diga se tiver problemas, que ainda agora saí de lá.
    Anónimo said...
    sobre as confusões que o anónimo pôs sobre a ANA, etc.

    Não percebo as dúvidas porque o ministro e o primeiro ministro já disseram repetidamente que o financiamento será essencialmente privado. Se é a ANA, já privada e com outro dono, que vai fazer a obra ou não, pouco interessa. Ou o governo vende a ANA e o dono da ANA faz a obra se for ela a empresa escolhida, ou não vende a ANA e entrega a obra ao privado interessado que aparecer com a melhor proposta. Nesse caso, a ANA ficaria com os outros aeroportos nacionais, menos esse novo, que seria feito e explorado por outro, privado neste caso.

    Isto não tem nada que saber. Basta não termos preconceitos à moda da Loja Limiana. Quer dizer, basta sermos racionais, e não simpatizantes.

    Agora o que o governo tem de fazer é provar que a Portela já não serve e que por isso é necessário um novo aeroporto. E dizer qual é a melhor localização e porquê.

    O ministro já prometeu fazê-lo. Vamos esperar para ver.
    Anónimo said...
    Não percebo este trauma com o estudo de impacto ambiental, que
    está online há uma quantidade de tempo e parece seir em suaves prestações, parágrafo a parágrafo.
    Será algum jornalista que conseguiu meter a treta no editor que "vai tendo acesso" a material "sensível"???
    Anónimo said...
    anonimo das 12:34 AM

    Agora com este novo endereço já consigo navegar. Com o outro não, não sei porquê.

    está tudo em pdf.

    Obrigada.
    JoaoMiranda said...
    ««Não percebo as dúvidas porque o ministro e o primeiro ministro já disseram repetidamente que o financiamento será essencialmente privado. Se é a ANA, já privada e com outro dono, que vai fazer a obra ou não, pouco interessa. Ou o governo vende a ANA e o dono da ANA faz a obra se for ela a empresa escolhida, ou não vende a ANA e entrega a obra ao privado interessado que aparecer com a melhor proposta. Nesse caso, a ANA ficaria com os outros aeroportos nacionais, menos esse novo, que seria feito e explorado por outro, privado neste caso.»»

    O nosso anónimo é crente. O valor da ANA depende da concessão do aeroporto da Portela. Se perder essa concessão e não ganhar a da Ota fica a valer muito menos. Para além disso, o estado não vai querer perder o controlo sobre o principal aeroporto do país pelo que, como no caso do aeroporto de Atenas, o estado vai manter o capital maioritário directa, ou indirectamente através da ANA. O que está anunciado pelo próprio governo é a privatização parcial da ANA com entrada de um privado no capital como accionista minoritário. A tal parceria público-privado de que se fala é uma parceria Estado-ANA. Finalmente, o concessionário da OTA só aceita investir no projecto se tiver o monopólio de todos os aeroportos nacionais, caso contrário, a OTA não tem rentabilidade suficiente. A OTA só interessa como HUB nacional, caso contrário o tráfego não é suficiente para a viabilizar. Para isso o concessionário tem que centralizar as operações de todo o tráfego que voa para Portugal na Ota.
    Anónimo said...
    sr. joaomiranda

    O seu romance é altamente interessante, mas não foi nada disso que ouvi ao primeiro ministro dizer na assembleia da república, nem ao ministro das obras públicas na comissão da AR e no que já escreveu sobre o assunto, nem li isso no PIIP e nem no PEC.

    Onde é que se baseia para dizer o que diz, que vai ser assim e assado, se o governo não diz nada disso, o PM também não e o ministro da obras públicas também não? E dizem antes pelo contrário que o financioamento vai ser essencialmente privado, como o provam as verbas (modestas) previstas no PIIP e no PEC, no que respeitam ao aeroporto?

    Então acha que o governo ia dizer em Bruxelas que pensa gastar 100 no aeroporto, quando tem o propósito escondido de gastar dez vezes mais? Isso tem algum sentido?

    Você até pode ter razão nesse romance, mas diga-nos lá onde foi arranjar esse enredo, quais as fontes, porque o autor do texto que acima transcrevi e que tirei de um forum, com cálculos financeiros, não fala em nada disso.

    Ou isso tudo que diz é poeiraça de simpatizante à moda desta Loja?
    formiga bargante said...
    Anonymous das 12.39 e 2.01

    Finalmente começa a haver algum profissionalismo por parte de quem manda.

    Os vossos textos ainda atiram um bocadinho para a chinela,(Ou isso tudo que diz é poeiraça de simpatizante à moda desta Loja?) mas isso com o tempo e alguns retoques passa.
    Onde tambem têm que melhorar é na abordagem politica a esta questão.

    É evidente que um Primeiro-Ministro que garante, com a mão em cima de qualquer livro sagrado, que não vai aumentar impostos,(quando o ministro das finanças da altura já dizia o contrário), não merece grande confiança.
    Quando um primeiro ministro é cumplice com a nomeação de Armando Vara para a administração da CGD, não é digno de grande crédito.
    Tudo aquilo que afirma, neste momento, sobre a Ota, merece a credebilidade que ele conquistou, ou seja, muito pouca.

    Quanto ao ministro das obras públicas, nem vale a pena perder tempo com o senhor.
    Anónimo said...
    Esta discussão sobre a OTA e o TGV começa a tornar-se cansativa e estéril. É óbvio que o governo (e muito bem) vai avançar com esses projectos, quer a direita e os seus bloguistas queiram quer não queiram!
    Anónimo said...
    sr. formiga bargante:

    Eu nunca falei na OTA, falei no novo aeroporto e sobre o que o governo tem dito.

    Temos que nos basear nos documentos oficiais do governo, sejam bons ou maus, porque são esses que conduzem o país, e não opiniões avulsas nem palpites de comentadores. Ou acha que o Orçamento do Estado é um papel sem importância nenhuma?

    O primeiro ministro assumiu a falta da promessa eleitoral sobre o não aumento do IVA e justificou a sua decisão, bem ou mal.

    O que eu gostava era de ver argumentações racionais contra as opções do governo, e não palha partidária simpatizante.
    Infelizmente, se o governo explica mal ou não explica (e até concordo em parte), os que o criticam conseguem ser piores, porque não dizem nada com pés e cabeça.

    E olhe que eu não sou socialista, apenas quero o melhor para todos nós, seja qual for o governo.
    formiga bargante said...
    Comentador das 12.39, 2.01 e 3.22 e, já agora, "comentador irritado"

    Eu sei que vocês, com o tempo, vão melhorar.É para isso que são pagos.

    Mas têm que sêr melhores.

    Vejamos:

    Comentador das 12.39, 2.01 e 3.22
    "Não percebo as dúvidas porque o ministro e o primeiro ministro já disseram repetidamente que o financiamento será essencialmente privado."
    Ao escrever esta frase, estava a pensar em quê? Claro que o primeiro ministro e o ministro das obras públicas estavam a falar da Ota.
    Que no seu texto o anonymous se refira à Ota ou não, qual a importância?
    Afinal é da Ota que estamos todos a falar, ou não ?
    Já agora, da Ota e das operações imobiliárias ligadas à Ota e à Portela.
    Já agora, que está tão bem informado, queira ter a bondade de nos explicar, simples batráquios votantes, qual a razão pela qual se está a alargar a rede do metro até ao Aeroporto da Portela, se este é para "abater" ?

    Quanto ao "comentador irritado", acredito que ainda esteja a estagiar numa qualquer "central de comunicação".
    Mas assim não vai lá. Para não aumentar o número de desempregados, tem que se esforçar um pouco mais.
    Ou esse é um texto padrão ?
    Anónimo said...
    para a formiga:

    "Ao escrever esta frase, estava a pensar em quê? Claro que o primeiro ministro e o ministro das obras públicas estavam a falar da Ota."

    O que tenho dito é sobre qualquer novo aeroporto. Se o governo fala sobre a OTA ou não, é irrelevante, porque a questão central resume-se a saber se é ou não necessário um novo aeroporto e se for necessário se o financiamento é essencialmente privado ou não.
    Qualquer localização do novo aeroporto terá impacto imobiliário e muito outro mais. Como qualquer autoestrada, grande ponte, universidade, etc. Isso é completamente irrelevante para esta discussão e para o interesse do país. Só gente mesquinha é que fica paralisada ao pensar nisso.

    "Já agora, que está tão bem informado, queira ter a bondade de nos explicar, simples batráquios votantes, qual a razão pela qual se está a alargar a rede do metro até ao Aeroporto da Portela, se este é para "abater"?"

    Se houver novo aeroporto é para daqui a uns dez anos e depois na Portela deve haver outra coisa qualquer, não?
    Isso não acrescenta nada à discussão, que no principal é saber se é ou não necessário um novo aeroporto e se o Estado (ou o país) perde ou ganha com o negócio.

    Ora você ainda não disse rigorosamente nada de útil sobre esta questão, QUE É A PRINCIPAL E ÚNICA.
    O resto é treta para consumo próprio.
    formiga bargante said...
    Anônimo das ...,...,...,...
    "Já agora, que está tão bem informado, queira ter a bondade de nos explicar, simples batráquios votantes, qual a razão pela qual se está a alargar a rede do metro até ao Aeroporto da Portela, se este é para "abater"?"

    Se houver novo aeroporto é para daqui a uns dez anos e depois na Portela deve haver outra coisa qualquer, não?
    Isso não acrescenta nada à discussão, que no principal é saber se é ou não necessário um novo aeroporto e se o Estado (ou o país) perde ou ganha com o negócio.

    A sua argumentação é, no minimo, curiosa.

    Ainda não se sabe (segundo a sua tese) SE VAI HAVER, OU NÃO, novo aeroporto.
    Na dúvida, constroi-se uma nova rede de metro, e a seguir logo se vê, não é?

    Já foram avançadas propostas alternativas a um novo aeroporto, ou ainda não deu por isso?

    Montijo, Alverca, Beja, etc.

    E as respostas, onde estão ?

    Procurar restringir a discussão à construção de um novo aeroporto, é muito curioso.

    Mais ainda a sua dúvida sobre a localização.

    É para ver se passa ?

    Já agora, bom fim de semana.
    Anónimo said...
    cara formiga, já vi que não adianta nada sobre o assunto e que nem sequer lê o muito que já foi escrito por especialistas sobre os aeroportos de Montijo, Alverca, Beja, etc. E também ainda não leu o que a empresa NAER, do Estado, já publicitou há anos sobre localizações possíveis do novo aeroporto e suas fundamentações, e que está disponível na Internet.

    Por isso, faça como eu, aguarde que o governo se pronuncie detalhadamente sobre este assunto, como aliás prometeu, e não diga mais disparates antes de se informar convenientemente, como eu procuro fazer.

    Por favor não contribua mais para a descredibilização da oposição a este governo, porque assim não contribui nada para o progresso do país.

    E olhe que eu nem sou socialista, mas sou português e não admito que ninguém insulte os portugueses como alguns fazem neste pasquim de Loja.
    Anónimo said...
    Não se percebe muito bem o sentido do comentário feito pelo autor do "post".

    Como já foi afirmado o relatório em questão (que na sua versão integral tem mais de 2 centenas de páginas) compara do ponto de vista do impacto ambiental duas localizações: Ota e Rio Frio. Não pretende afirmar a superioridade da Ota sobre a actual localização (Portela).

    Ainda sobre as fotografias exibidas no "post". O estudo afirma "Na zona de implantação do NA, a paisagem é dominada por
    "Zonas de Utilização Agrícola fora dos Perímetros Florestais" (CORINE
    Landcover 2.1.10.) . No entanto, quando se considera uma envolvente de 1
    km, passa a ser dominada por "Espaços Florestais Degradados (CORINE
    Landcover 3.2.40); quando a área desta envolvente é alargada para 5 km, a
    matriz passa a ser constituída por vinhas (CORINE Landcover 2.2.10). Este tipo de ocupação de solo continua a ser dominante quando se consideram as envolventes de 8 km, 10 km, 13 km e 15 km."

    A propósito dum outro comentário que afirmava não se ter verificado um aumento significativo do tráfego aéreo. Este estudo (datado de 1999/2000) no capítulo introdutório faz referência às previsões de evolução do tráfego de passageiros da Portela apontando para 9.8 milhões de passageiros por ano em 2005. Ora os dados vindos a público apontam para um tráfego em 2005 de 11 milhões de passageiros. Isto sem contributo significativo das chamadas "low cost".

    A oportunidade da decisão de construir o novo aeroporto é susceptível de discussão. O mesmo se pode dizer do local, já que o EPIA não aborda com grande detalhe a vertente técnica da exploração do aeroporto, nomeadamente as possibilidades de futura expansão. Todavia o que tem predominado no debate é a desinformação pura a simples.

    O nível do debate sobre este assunto explica bem porque razão estamos "na cauda da Europa". É doloroso ver como numa boa parte das intervenções sobressai uma profunda ignorância, misturada com preguiça mental e uma boa dose de má fé.

    Todavia ainda não perdi a esperança de um dia ver os portugueses tomarem o comboio para ir apanhar o avião a ... Badajoz -:)

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