A liberdade pode provocar indigestão
terça-feira, agosto 16, 2005
O senhor Miguel Marujo, que é moço educado e de boas famílias, transiu de nojo pelo meu comungado repúdio à condecoração pelo presidente Sampaio de uma moribunda banda de músicos que, numa jogada de mestre, anteviu na adopção de um suave discurso anti-globalização, sempre politicamente correcto, uma forma de publicidade gratuita e contínua. Mas o senhor Miguel Marujo, apesar de católico praticante e de alimentar uma crónica religiosa semanal, não apreendeu ainda o direito à livre opinião e desatou a epitetar-me de “parolo primário”, “indigente”, “invejoso”, “demagogo”, “Nino Vieira travestido”, “racista primário”, “muito mentiroso”, “provinciano”, “mesquinho” e “pequenino”. Não podendo, por razões óbvias, acompanhá-lo no leito da ficção, desejo-lhe contudo rápidas melhoras e total restabelecimento.
Publicado por Nino 17:29:00
O Manuel pede o impossível: que Ninno atente na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Eu, por mim, remeto-o para uma sala de cinema bem mais próxima, para ver «Colisão» e perceber que o mundo se pinta de muitos mais cinzentos que as duas cores primárias com que Ninno pinta o "perigo islâmico".
PS - Chamar aqui a minha condição de católico, que não escondo, nem nunca esconderei, é fantástica: querer de algum modo reduzir-me por causa da adjectivação. Chamar os nomes pelos bois, foi coisa que Jesus Cristo pregou.
(Se Pedro M explicar o que é que opõe «homem adulto, saúdavel e intelectualmente honesto» a «católico» um dia talvez lhe explique...)
Senhor Manuel Marujo, perdoe-me a correcção, mas tenho-o em melhor conta.
Leiam essas crónicas e depois digam-me se não ficam intrigados». Afinal, é tudo claro? E o quê? Ou ficamos intrigados? E porquê?