A liberdade pode provocar indigestão

O senhor Miguel Marujo, que é moço educado e de boas famílias, transiu de nojo pelo meu comungado repúdio à condecoração pelo presidente Sampaio de uma moribunda banda de músicos que, numa jogada de mestre, anteviu na adopção de um suave discurso anti-globalização, sempre politicamente correcto, uma forma de publicidade gratuita e contínua. Mas o senhor Miguel Marujo, apesar de católico praticante e de alimentar uma crónica religiosa semanal, não apreendeu ainda o direito à livre opinião e desatou a epitetar-me de “parolo primário”, “indigente”, “invejoso”, “demagogo”, “Nino Vieira travestido”, “racista primário”, “muito mentiroso”, “provinciano”, “mesquinho” e “pequenino”. Não podendo, por razões óbvias, acompanhá-lo no leito da ficção, desejo-lhe contudo rápidas melhoras e total restabelecimento.

Publicado por Nino 17:29:00  

5 Comments:

  1. Miguel Marujo said...
    O senhor Ninno vem agora suavizar os seus próprios comentários (que não se limitaram ao post sobe os U2 e que continuam a espraiar-se alegremente aqui na Loja) e devolver-me melhoras de que não necessito.

    O Manuel pede o impossível: que Ninno atente na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Eu, por mim, remeto-o para uma sala de cinema bem mais próxima, para ver «Colisão» e perceber que o mundo se pinta de muitos mais cinzentos que as duas cores primárias com que Ninno pinta o "perigo islâmico".

    PS - Chamar aqui a minha condição de católico, que não escondo, nem nunca esconderei, é fantástica: querer de algum modo reduzir-me por causa da adjectivação. Chamar os nomes pelos bois, foi coisa que Jesus Cristo pregou.

    (Se Pedro M explicar o que é que opõe «homem adulto, saúdavel e intelectualmente honesto» a «católico» um dia talvez lhe explique...)
    Nino said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    Nino said...
    "Chamar os nomes pelos bois, foi coisa que Jesus Cristo pregou."

    Senhor Manuel Marujo, perdoe-me a correcção, mas tenho-o em melhor conta.
    Miguel Marujo said...
    Perdoe-me a correcção: Miguel Marujo...
    Miguel Marujo said...
    Eu sei perdoar, caro pedro m, não vejo o quê no seu caso, que ainda não explicou por que é que «está tudo lá, e perfeitamente claro.
    Leiam essas crónicas e depois digam-me se não ficam intrigados». Afinal, é tudo claro? E o quê? Ou ficamos intrigados? E porquê?

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