a dúvida

O bom o mau e o vilão - um western spaguetti

É bem feito Paulo. É bem feito. O governo do Barroso quando chegou ao poder devia imeditamente ter vendido a Lusomundo. Imediatamente. E de forma a que nunca mais fosse possível ao Estado controlar directa ou indirectamente aqueles e outros órgãos de “informação”.

Mas não. Meia dúzia de ministros e assessores pensaram mesmo que eram inteligentes e acharam graça a brincar ao “Jorge Coelho”. Tipo “sou muito bom e controlo imenso a informação". Lá se enfiou o Luís Delgado, lá se correu com o Marcelo, lá se comprou o Diário Digital e passaram a controlar tudo. Viu-se. Vê-se. E a brincadeira, inadmissível de um ponto de vista ético, inacreditável de um ponto de vista tactíco, absolutamenta estapafúrdia de um ponto de vista de eficácia, custou uns milhões de euros aqui ao parvo do contribuinte.

Pior ainda. Em vez de deitarem abaixo o jogo, acharam que o podiam jogar. Em duas cartadas ficaram sem a Lusomundo, sem a TVI e com um bocadinho de jeito os maus ainda comem a SIC. Isto para já não falar de jornais, onde os "nossos" passaram a nivelar pelo "Diabo". Ao lado do polvo (diria mesmo lula) socialista somos todos uns meninos de coro. O cérebro desta operação está de parabéns. Foi preciso ir para o governo para acabar com a pouca influência que a voz do centro-direita tinha conquistado no país.

Tudo isto até tinha graça se eu não fosse português.

Nada me move contra o jornalismo afirmativo e de opinião. Sou mesmo dos poucos que não se importa de dizer alto que não existe "jornalismo independente ou isento" porque ninguém é capaz de conquistar essa distância em relação aos factos que relata. É uma impossibilidade técnica. Mas que façam esse jornalismo de forma assumida, clara e transparente. De linha editorial firme, para um lado ou para o outro. Isto... de chamar administrador ao Delgado é socialismo no seu pior.

Escrevi o que escrevi sobre a pouca vergonha que foram aquelas brincadeiras do meu partido e do CDS com a informação. Agora com os socialistas continuarei a escrever. O alvo da sátira não é a cor partidária, mas o método. Se a direita quer jornais e voz na opinião pública então que os faça pelas suas próprias mãos. Todas as restantes alternativas pouco diferem do socialismo nos meios e nos fins, ao ponto de ser díficil a distinção entre os bons e os maus. Isto para já não falar de vilões.

E para terminar até confesso que tenho dúvidas que o luís delgado seja um dos nossos. Em rigor tenho muitas dúvidas que luís delgado seja mesmo um mamífero.

[Rodrigo Moita de Deus]

Publicado por Manuel 13:01:00  

2 Comments:

  1. josé said...
    "Lá se enfiou o Luís Delgado, lá se correu com o Marcelo, lá se comprou o Diário Digital e passaram a controlar tudo. Viu-se. Vê-se. E a brincadeira, inadmissível de um ponto de vista ético, inacreditável de um ponto de vista tactíco, absolutamenta estapafúrdia de um ponto de vista de eficácia, custou uns milhões de euros aqui ao parvo do contribuinte."

    E diz-se isto assim, sem mais nem menos? Sem o mínimo pudor em admitir este escabroso conúbio que arreda qualquer ponta onde se possa pegar a credibilidade e os princípios?!

    Isto é assim, meus caros senhores e senhoras?!

    Assim, à descarada e na frente de toda a gente?!

    Onda pára a vergonha? Onde fica o discurso que se faz para as pessoas ouvirem e aplaudirem?!

    Porque não se diz exactamente ao que se vêm?! E já agora, como não acreditar noutras coisas tidas como inconcebíveis, como são os casos da Galp, da avença à PLMJ e dos Portucales?!!!
    Teófilo M. said...
    Pois é, ao Rodrigo fugiu-lhe a pena para a verdade...

    "...um dos nossos..."!!!! mas, um dos nossos quê? patrícios, amigos, companheiro de partido, colega de profissão?

    É uma pena, estes jornalistas não se afirmarem como políticos.

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