Don't cry for me cidade do Porto

O presidente da CMP, Rui Rio, entende que a melhor forma de resolver o problema do Túnel de Ceuta é “enterrar” o assunto até à realização das eleições autárquicas, tendo proposto ao Primeiro-ministro que a solução a ser adoptada seja aquela que for defendida pelo candidato que nas eleições de 9 de Outubro vencer a Câmara do Porto. Ao que parece a resposta do gabinete de José Sócrates já esta na volta do correio, esperando-se que outra não seja do que um qualificativo de “insolente” a Rio por querer subverter as regras básicas de funcionamento do Estado de Direito, embora, se o assunto não fosse grave, o que melhor lhe assentava era o de “brincalhão”. Por muito que custe a Rui Rio a competência exclusiva sobre o assunto do Túnel de Ceuta é do governo central e não da autarquia, pelo que independentemente do resultado da eleições para a CMP a decisão não pode deixar de ser aquela que o governo, através do órgão com competência técnica para avaliar e decidir – o IPPAR – entenda ser a que melhor defende o edifício classificado Museu Soares dos Reis. Se Rui Rio entende que a razão lhe assiste, tem tribunais para aonde pode recorrer, crendo inclusive que a instância iniciada pelo próprio ainda não terminou, apesar da nega que já levou na providência cautelar intentada para suspender o embargo da obra. Tal missiva é um desafio à democracia orgânica que só encontra paralelo em personagens tipo Avelino F. Torres, Fátima Felgueiras, Isaltino Morais e outras do mesmo calibre e, mesmo assim, nenhum deles ainda se atreveu a pedir ao Procurador-geral da República que suspenda qualquer inquérito até que o “povo” decida nas próximas autárquicas se deverão ser investigados e acusados.

Publicado por contra-baixo 02:31:00  

15 Comments:

  1. Anónimo said...
    No meu entender a posição de Rui Rio vai servir para entalar os outros candidatos:

    -Ou dizem sim ao túnel de Ceuta e perdem o pé
    -Ou dizem não e perdem os votos.

    Parece-me uma boa jogada.
    contra-baixo said...
    Pois, a esperteza saloia continua em alta.
    AM said...
    Como já comentei no "Comercio do Porto"

    # Ou seja, obviamente, se o 1º ministro fosse na conversa deste fulano, tinha que, imediatamente, extinguir o IPPAR.

    Só ainda não entendi exactamente uma coisa:

    É o Rui Rio que é estúpido?
    É Rui Rio que acha que o Sócrates é estúpido?
    Ou o Rui Rio acha que somos todos (ou quase todos) estúpidos e, como assume que o Sócrates acha o mesmo, talvez possam fazer negócio?

    Irra que já chega de jogadas.

    Boas
    AMNM
    Pedro said...
    Também não ficava nada mal que reconhecessem que o IPPAR, mais do que um organismo meramente técnico, é um organismo que também se rege por objectivos políticos, ou não???
    É que neste caso, não há "santos" de um lado e "demónios" do outro...
    contra-baixo said...
    caro Pedro,

    por muito politizado que o IPPAR esteja há algo a que continua submetido - o princípio da legalidade -e se por acaso este está a ser violado, cabe aos trbunais decidir e não ao "povo" em eleições.
    Anónimo said...
    Eu até tenho algumas dúvidas sobre a posição do ippar neste processo. Mas estas declarações de Rui Rio são da demagogia mais básica e rasteira que há. Parece a Fátima Felgueiras a dizer que o povo já absolveu nas eleições. Esquece-se que há leis nacionais que regem estes assuntos e não depende do "Quero, Posso e Mando" que Rui Rio gosta.
    De futuro a Câmara do Porto deixará de ter autoridade para embargar uma obra particular na cidade, uma vez que também se recusa a cumprir a legislação da república.
    È tempo para dizer que no Porto não vale tudo para arranjar votos, nem queremos que nos atirem mais areia para os olhos.

    José Manuel
    Anónimo said...
    contra-baixo diz, 12:35 PM

    "Pois, a esperteza saloia continua em alta.", pode ser que seja verdade mas o problema é que é esse mesma esperteza que vence eleições.

    Ora este senhor e os outros senhores querem por o pezinho no poleiro.

    Bem podem fazer as tertúlias de intelectuais género Blasfémias o que conta é mesmo o papelinho que o Senhor Povo vai lá pôr e esta manobra parece-me boa.

    E aqui é que se deve centrar a discussão.

    Nota: Vivo em Lisboa e sinceramente tanto se me dá que ganhe este como outro qualquer.
    Anónimo said...
    O IPPAR poderia dar uma razão que fosse, do ponto de vista da protecção do património, para que a saida do tunel debaixo do cruzamento não se faça.
    A dualidade de critérios com a situação do parecer que aprovou a destruição da Avenida dos Aliados tal qual a conhecemos, em que se vai "granitar" tudo, é chocante. Aí, as obras começaram sem qualquer parecer prévio e isso não importou nada. O que sobra em tiques formalistas falta em razões que justifiquem o embargo. Se isto não é uma birra, o que será?
    Anónimo said...
    As posições contra o Rui Rio são claramente de oposição política e não de interesse para a Cidade do Porto. Uns falam de legalidade para a frente outros de estupidez para trás, a verdade é que não vejo ninguém a justificar o parecer do IPPAR.
    Por fim, parece que nem foi o Rui Rio quem começou o processo, mas sim aqueles que hoje lhe chamam tudo e mais alguma coisa.
    Sejamos intelectualmente honestos... no mínimo.
    Anónimo said...
    NÃO SERÁ ISTO MUITO MAIS PREOCUPANTE

    in Diário Digital

    "Dezenas de filhos de governantes nos quadros da PT

    Dezenas de antigos políticos, autarcas e filhos de governantes integram actualmente os quadros do Grupo Portugal Telecom. Ao que o Correio da Manhã apurou, o filho do recém-nomeado ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, está empregado na PT bem como a filha de Edite Estrela e o irmão de Pedro Santana Lopes.



    Fonte oficial da empresa explicou ao jornal que são vários os sistemas de recrutamento utilizados. Para os cargos de topo, o Grupo PT solicita os serviços de empresas de «head hunting», que seleccionam o perfil do candidato, avaliam a sua disponibilidade para trabalhar em equipa e recolhem as condições de contratação.
    Para os cargos intermédios a PT recorre aos anúncios em jornais e nas parcerias que estabeleceu com várias universidades portuguesas, que permitem recrutar os melhores finalistas de cada curso.

    Ainda segundo o CM, o filho do Presidente da República, Jorge Sampaio, o filho do ex-primeiro-ministro António Guterres, e o filho de Marcelo Rebelo de Sousa também têm emprego na PT, bem como o filho de Otelo Saraiva de Carvalho, Sérgio Carvalho, que é administrador na PT Sistemas de Informação.

    Do universo do Grupo Portugal Telecom fazem ainda parte o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros João de Deus Pinheiro, e o ex-secretário de Estado para a Cooperação Briosa e Gala.

    Em lugares não executivos encontram-se o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, José Lamego e Luis Todo Bom (ex-presidente da PT).

    Quanto a autarcas, o presidente da Câmara de Gouveia e ex-secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro, faz parte dos quadros da PT Comunicações, Manuel Frexes (presidente da Câmara do Fundão) está na TMN e no Conselho de Negócios Regionais da PT, organismo a que pertence também Isabel Damasceno, presidente da Câmara de Leiria. "
    Anónimo said...
    Alguém sff diz, muito franca e lineramentemente, porque é que o RR é estúpido?
    Anónimo said...
    ceguinho,
    BOA..
    Não é possível. A cegueira e inveja política é enorme.
    José Miguel Lima said...
    De facto Rui Rio é dono duma esperteza saloia.
    Só um arrogante poderia pensar enganar o estado com um truque baixo, utilizando de forma demagógica e populista a questão do túnel de Ceuta. Obviamente o estado não é burro e insultos políticos como esta proposta já têm um espaço reservado no balde do lixo.
    Anónimo said...
    Então agora o Francisco Assis dá pelo nome de José Miguel Lima?
    Anónimo said...
    mais correctamente o J M Lima é o "pseudomorfo" do F Assis

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