(do) contra, porque sim.
quarta-feira, agosto 17, 2005
Por mim considero encerrado o debate. O João Morgado Fernandes numa penada disse tudo. Ao linkar um texto pretensamente iluminado denominado "E o sr. Cintra Torres? É um submarino de quem?" a que deu o pomposo título de "pergunta do dia" tudo ficou imensamente claro. Não é afinal o anonimato que aflige, é o "dizer mal", é a crítica brutal e impiedosa que incomoda. Ao dar trela a um ataque soez, que mistura alhos e bugalhos, a Eduardo Cintra Torres (que tem que ser submarino de alguma coisa, porque sim) o João parece não aceitar que se possa simplesmente , no pleno exercício dos direitos e deveres de cidadania, ser (do) contra, porque sim, por paixão, birra ou convição, parece não aceitar que se possam ter ideias contra a corrente sem quaisquer agenda secreta por detrás. Assim, por detrás de cada opinião, de cada crítica, estará inapelavelmente uma conspiração, uma cabala, porque tem que estar. Torna-se pois imperioso - para alguns - analisar não as críticas mas... os críticos. (Esta tese foi bastante aplicada pela STASI na defunta RDA)
Quanto à substância concreta do ataque a Cintra Torres, só um ou dois apontamentos. A informação da TVI é pimba, é sim senhor, mas por ser pimba não deixa de ser verdade que é na TVI, e só na TVI, que passam, e são abordadas (muitas vezes das piores formas), determinadas temáticas, determinados portugais, que existem e que ajudam a perceber o que muita pretensa élite lisboeta é incapaz de perceber - porque é que Valentins, Fátimas Felgueiras, Isaltinos e Avelinos ganham eleições. Não admitir isto é pura desonestidade intelectual. Quanto ao argumento de não se poder criticar A por B ou C também terem pecadilhos este de tão rasca não merece comentários.
Publicado por Manuel 15:27:00