Alice no país dos disparates. (III)
sábado, agosto 20, 2005
Marques Mendes tem razão, em abstracto, quando critica os contornos nebulosos em que os espanhóis da Prisa entraram no capital da TVI, mas hoje no Expresso suspeito que enveredou, em concreto, por um caminho invío que não leva a lado nenhum. Mendes parece aliás estar a ver o filme todo ao contrário, facto que a seu tempo o PS, e o Governo, agradecerá. O problema não está na renovação das licenças de emissão à SIC e à TVI, facto que toda a gente, bem ou mal (e eu acho mal), e independentemente dos prazos, vê como uma mera formalidade (nas telecomunicações, bem ou mal também é assim, ganha-se e depois renova-se ad-hoc, com mais ou menos novela). Mais, se a lei fosse levada à letra SIC e TVI já teriam perdido a licença várias vezes. Assim, convinha que Marques Mendes explicasse se por renovação da licença entende e defende um processo, à inglesa, onde se começaria de novo da estaca zero e onde a TVI e a SIC concorreriam em igualdade com outros eventuais candidatos. É isso que Mendes defende ? É ? Se não é, e parece que não é, que se deixe de jogos florais e que vá directo ao assunto, e este é saber se o PS ameaçou, como se calhar também o anterior governo mas com outro partnair em vista, ou não a TVI em olhar para a Lei e cumpri-la, i.e. revogando ou não renovando a licença, caso a TVI não se associasse ao parceiro socraticamente correcto. A questão é esta e só esta, o resto é espuma de verão.
Publicado por Manuel 16:28:00