Verdadeiramente espantoso. Finalmente, um texto de Rui Ramos (!) que vale a pena, e dá gosto, ler.
Publicado por Manuel 20:23:00
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Verdadeiramente espantoso. Finalmente, um texto de Rui Ramos (!) que vale a pena, e dá gosto, ler.
Publicado por Manuel 20:23:00
Todos os Homens honestos mataram César. A alguns faltou arte, a outros coragem e a outros oportunidade mas a nenhum faltou a vontade
Marcus Tullius Cicero, Philippicae
Henrique Medina Carreira
José
Mangadalpaca
Nicodemos
André
jg -João Gonçalves
Viúva Negra
Visconti
Il Assessore
Irreflexões
Contra-Baixo
I San
K. Zagalo - M.I. secretário do Conde de Abranhos
Vi os dois filmes e do que vi, o humanista sem fronteiras é o que relata a viagem do Che antes de ser Che.
Trazer a história da revolução cubana, de inspiração comunista, para colar a um argumento que desfeteia o filme, parece-me desajustado.
O que o filme retrata é uma maravilha de paisagens de uma América do Sul perdida na memória e nem sequer retrata uma miséria neo realista e com pano de fundo comunista ou em tons vermelhos.
É certo que se denota uma tendência para apresentar el futuro che, como um adepto da causa dos pobres e desfavorecidos, mas será isso falso?!
Não me parece, por muito que isso custe a quem quer apresentar o lado diabólico do comunismo, fundindo-o na imagem do Che.
Daí a profunda miopia com que o dito filme parece ter sido visto por Rui Ramos.
Quanto ao do Hitler, também me surpreende sempre ler que o filme apresenta o Hitler pelo seu lado mais humano e supostamente o retrata como pessoa normal.
Ora, a mim, nada disto me parece. O que vejo no filme, interpretado com um ligeiro toque de overacting pelo actor Bruno Ganz, é o Hitler medonho como são todos aqueles que se obstinam numa ideia que pode destruir inapelavelmente vidas e fazenas; cidades e empresas.
O Hitler do filme é aquele que esperava ver, sem qualquer concessão a um putativo humanismo. Espanta-me como se pode dizer o contrário, partindo do pressuposto que o Hitler seria assim uma espécie de aberração ambulante, a quem só faltaria o rabo escondido e os pés de cascos, para termos o diabo em pessoa. E mesmo assim,haverá por aí quem garanta que o tipo tinha mesmo pés de cascos...
À custa de tanta propaganda negativa e de tanta imagem distorcida da realidade, é natural que alguém possa considerar-se corajoso só porque ousou apresentar o Hitler a comer uma refeição como qualquer pessoa, a participar em festas de aniversário, em passeios e conversas de gente comum.
Convém a certa intelegentsia apresentar a monstruosidade como proveniente de monstros e não de pessoas normais, no aspecto e nas maneiras. Faz um certo jeito esconjurar esse medo. Mas não adianta necessariamente nada de novo à realidade, antes a confundirá.
O Estaline foi seminarista e até ajudou à missa, onde recitou o credo e olhou a hóstia e o cálice com fervor religioso...rebatendo no peito a confissão de pecados.
A realidade é sempre mais estranha que a ficção, mas parece haver quem prefira esta áquela.