é tudo muito simples...

... tudo muito linear. Por estes dias uma série de gente respeitável queima pestanas a explicar - com a maior das boas vontades - a inevitabilidade da saída de Campos e Cunha do Governo quando não a sua inicial inadequabilidade ao cargo (não é político, dizem agora). É pois, à posteriori, tudo óbvio, tudo cristalino, tudo evidente.

Recuemos agora até segunda-feira. Imaginemos - por instantes - que a manchete do DN desse dia não era sobre a putativa falta de solidariedade de Freitas manifestada na sua onanista entrevista, mas sim sobre as declarações deste sobre a comparabilidade da corrupção em Portugal e Angola.

Se tivesse sido ainda acham que quem tinha saído era Campos e Cunha ? Acham mesmo ?

Uma boa parte dos problemas deste país também deriva de muito boa gente - nomeadamente na Imprensa - não saber - ou não querer - distinguir o essencial do acessório, o folclórico do importante. Dá-se primazia à intriga barata, à novela de salão, ao momentâneo e efémero, em detrimento do tema sério e duro, num estilo introduzido em tempos pelo Prof. Marcelo e aperfeiçoado por Manuela Moura Guedes, e depois as coisas dão nisto.

Campos e Cunha não caiu nem foi deixado cair por causa da escolha da manchete do DN da passada segunda feira mas, tivesse sido ela outra, ainda seria ministro. Deveria dar que pensar.

Publicado por Manuel 11:20:00  

3 Comments:

  1. Eric Blair said...
    Isso é que é um raciocínio rebuscado. Ao pé disto, a teoria da conspiração é nada.
    Manuel said...
    teoria da conspiração ?!


    Apenas digo que se se tivesse passado o dia de segunda feira a discutira as declarações do Prof. Freitas sobre corrupção ao invés da sua putativa faltra de solidariedade para com o resto do governo, *talvez* as coisas hoje fossem bastante diferentes, independentemente do Dr. Campos & Cunha estar ou não a prazo e de *ter* querido que o seu artigo saísse no Domingo.

    Por outras palavras parece-me óbvio que um critério editorial legítimo (e n há aqui qualquer sombra de conspiração) levou a que as coisas andassem num sentido sendo que um outro - igualmente legítimo - as levaria - no imediato - noutra direção.

    Ora, para aqueles que veêm lógica e continuidade em tudo e mais alguma coisa *isso* deveria dar que pensar...
    Anónimo said...
    Não sendo o meu género, hoje também eu decidi postar uma politiquíce, mas humorada.

    Apareçam para um copo e um sorriso.

    http://vizinho.blogspot.com/2005_07_01_vizinho_archive.html#112203614135932194

    :-)

Post a Comment