A Câmara Municipal de Lisboa manifestou vontade em “salvar” o Ballet Gulbenkian. Acontece que a iniciática dificilmente será exequível, por duas razões:
- 1ª - A administração da FCG já explicou os motivos que a levaram a extinguir o BG e estes nada têm a ver com uma possível insolvência da fundação, pelo que não é a injecção de dinheiro público que o vai evitar e não creio que, da câmara ou do governo, a fundação vá aceitar o que quer que seja para alterar a sua decisão. Tão pouco me parece que a fundação se disponha a trespassar o BG, pois apesar de tudo a marca Gulbenkian continua a pertencer-lhe e custa-me a acreditar que vá deixar este crédito por mãos alheias, nomeadamente à CML.
- 2ª - Por muito grande que seja o dissabor que a administração da Gulbenkian tenha causado, convém não esquecer que o nível atingido pelo BG passou também por, em tempo, esta ter tomado as melhores decisões, enquanto investia no seu corpo de bailado e não só pela qualidade dos intérpretes, técnicos, e direcção artística. Separar a parte do todo e admitir-se como possível que tudo continuará como dantes é partir de um equívoco que pode sair muito caro.
Não ir por aqui, e seguir a via da demagogia, ofende todos os profissionais da dança, incluíndo os da Gulbenkian, que pretendem ter condições para realizar um trabalho sério e não um tratamento misericordioso.
Publicado por contra-baixo 01:33:00
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