"O VIH em África e Karol Wojtyla"
terça-feira, junho 21, 2005
Uma das maiores acusações que fazem a João Paulo II refere-se à postura deste perante o uso do preservativo. Muitos insistem em culpar Karol pela epidemia da Sida em África: "ah e tal, se ele tivesse aprovado o preservativo"...
Falemos de factos. De acordo com a UNAIDS cerca de 2/3 dos seropositivos/doentes com SIDA vivem em África. Por exemplo, na Swazilandia, um pequeno país com apenas 2 milhões de pessoas, a taxa de incidência de VIH é de 42%. Curiosamente neste país, a percentagem de católicos é somente de 5%. No Botswana, onde a taxa de incidência de VIH é de 37%, apenas 4% da população é católica. Na África do Sul, onde 22% da população são seropositivos ou doentes com SIDA, os católicos representam uns meros 6%. Karol teria assim uma influência tão grande sobre os não católicos?
Não devemos esquecer que as taxas de incidência da SIDA resultam de comportamentos de risco como a poligamia e de crimes como a violação de mulheres e raparigas.
Um bom exemplo é o do Uganda. O governo implementou um programa baseado na doutrina católica e no regresso aos valores tradicionais: promoveu sobretudo a abstinência e a monogamia. E só em último caso, aconselhava o uso de preservativo (ABC program). As taxas de incidência de VIH baixaram de 15% (em 1991) para 5% (2001).
Curioso como um programa de baixo custo teve uma eficácia apreciável, enquanto que em muitos outros países ocidentais com programas de alto custo não se conseguem resultados tão positivos.
Karol tinha razão. A abstinência e a monogamia são as armas mais eficazes em relação ao VIH. O ser humano também tem a responsabilidade de controlar os seus impulsos e adoptar comportamentos mais saudáveis, especialmente quando a sua sobrevivência está em risco. O preservativo é útil na luta contra a SIDA, mas mais importante é a mudança de atitudes e de comportamentos de risco.
in Letters from ElisePublicado por Nino 12:27:00
7 Comments:
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Oliveira
Parabéns pelo comentário.