O Estad(i)o da Taberna

Um país e um Estado que consente, sem consequências, a linguagem de taberna de Alberto João Jardim é um Estado que vai perdendo o respeito por si próprio. E cujos responsáveis políticos vão abdicando de se fazerem respeitar.

Como foi o caso do Presidente da República. Que, em vez de tomar uma atitude pública de firmeza e condenação, preferiu lamuriar-se, atirar o problema para cima dos eleitores de Jardim e resignar-se à inaceitável má-criação do governante madeirense. O que é que querem que eu faça?! - quase desabafou Jorge Sampaio, visivelmente incomodado, irritado e conformado com a fatalidade dos dislates jardinescos.

O que os portugueses gostariam que o seu Presidente da República fizesse, face à indecência pública de um conselheiro de Estado, era chamá-lo a Belém, num gesto exemplar de que há regras que não se espezinham impunemente e cargos incompatíveis com condutas impróprias. Ou, no mínimo, que transmitisse claramente ao país o seu desagrado e reprovação.

Porque se o caso de Alberto João Jardim tem, há muito, componentes anedóticos, um misto de populismo de feira e de querer dar nas vistas e ser falado a qualquer preço, a verdade é que há limites para tudo. Que não podem ser ultrapassados, como teve a coragem de afirmar o próprio líder do PSD. Jardim pode parecer, mas não é, uma figura grotesca de «vaudeville».

É um dirigente político que ocupa cargos institucionais, que não tem direito a qualquer estatuto especial de impunidade e que deve ser confrontado com as suas responsabilidades e os seus abusos. Em vez de o fazer, o Presidente da República conformou-se com a introdução da linguagem de taberna na alta hierarquia do Estado.

Perdeu uma boa ocasião para ter uma atitude política exemplar e fazer respeitar a dignidade do Estado, do qual é o principal representante. No que respeita a Alberto João Jardim, é óbvio que quando alguém com as suas responsabilidades perde a noção dos deveres, de respeito e da decência está a dar um sinal de que já não percebe sequer a realidade em que vive.

A sua linguagem grosseira é sintoma de senilidade política e de que entrou na fase de declínio irreversível da sua carreira. O que lhe vale é que já está a receber uma reforma antecipada e bem generosa.

José António Lima

Amanhã é o dia 10 de Junho, dia da Taberna, digo de Portugal. Esperará o Dr. Sampaio que o levem a sério ?

Publicado por Manuel 14:13:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    Só por ter dito que se está a cagar?
    Anónimo said...
    Conforme sabe, a maioria dos comentadores do espesso chamaram de uma a um cento ao Lima. e com razão diga-se.

    Se lhe chamam a mãezinha de, e ele não mete o fulano em Tribunal, parece que aceita.

    E com aquela idade, é obra!!!
    Anónimo said...
    O Senhor Presidente da República deu a entender aquilo que todos os Portugueses diriam: Já que muito jornalistas, ecoam tantas e tantas vezes, as asneiras de Alberto João Jardim, porque convém a muitos daqueles que lhes fornecem "bocas noticiosas" e belos almoços; já que muitos jornalistas convencidos que já não aprendizes e já "têm a escola toda", já que muitos jornalistas que fizeram eco das reformas de dois ministros mas calaram as reformas chorudas daqueles que são tantas e tantas vezes as suas fontes de notícias, é muitíssimo bom que o "ESCARRO" lhes caia agora em plena cara, tendo sómente que se calarem, pois sabem que nem moral têm para dizerem seja o que fôr, Assim, apelam ora para o Presidente da República ora seja para que lado fôr. Se tiverem um mínimo de vergonha na cara, só têm uma coisa a fazer: Não noticiar seja o que fôr sobre Alberto João Jardim. E, só como remate, quero dizer que detesto aquela personagem mas que desta vez AJJ até têm razão. Descontou durante 40 ANOS, coisa que muitos dos amigos que são muitas vezes fontes noticiosas de muitos senhores jornalistas, não fizeram. Essa é a razão porque AJJ sabendo da porcaria que vai no "contenente" fala como fala. Quem tem telhados de vidro...
    Anónimo said...
    É claro que AJJ não devia consumir em público aquela terminologia.

    Agora que os jornalistas se apresentem a lamuriar-se ao PR é que ainda é mais estranho. O que querem, eles que caluniam e difamam toda a gente só pelo "dever cumprido" da notícia verdadeira ou falsa? Deviam impôr-se pela dignidade da função e não pedinchar reprimendas ao PR, ou não é?
    Anónimo said...
    Ah, ó JAL, se o Homem trabalhou, não direito a reforma? cada vez percebo menos!!!!!!!
    Carlos said...
    As declarações de AJJ e o facto de este dirigente continuar a acumular maiorias absolutas são o espelho do país (ou da região) que dirige e do grau de maturidade da democracia madeirense (como a votação na assembleia regional veio a confirmar).

    Todavia não me parece que caiba ao PR estar a dar aulas de educação cívica a uma pessoa em idade de reforma. Isso apenas ia fomentar mais ume polémica absolutamente inconsequente, aproveitada por AJJ e os seus partidários para ensaiar mais um discurso de vitimização.

    Em vez disso talvez fosse mais profícuo ressuscitar a discussão sobre o limite de mandatos e aplicá-la a todos (tal como se previa na proposta que veio a público), nomeadamente aos presidentes dos governos regionais (e primeiros ministros). Em rigor nada justifica que o PR esteja sujeito a este regime e o mesmo não se aplique à pessoa que encabeça o poder executivo (a nível nacional ou regional).
    Anónimo said...
    Aquele idiota, que preside o sindicato dos jornalistas, devia ter vergonha, em vir para a televisão a meter o Sampaio ao ba-
    rulho, para um assunto que só os
    tribunais, devem resolver, se o presidente do sindicato, não for um vira latas!n mas como è não faz nada!
    Mas o Jardim com todo o excesso de verborreia, tem toda a raz-ao de os jornalistas, neste país serem cães atras de um osso! atacarm o Jardim, mas ficaram calados com os ministros! que raio de choldra de profissionais são estes?
    Que fazem eles ao segredo de justiça? coloca-lhe os pés em cima!
    Que mentiras constante mente publicam? onde está a seriedade dos
    media? depois não se queixem de portugues vernaculo!
    Anónimo said...
    Pois o JAL pode dizer tudo,mas se lhe tocam e aos confrades, querem o Presidente. Que tristeza!!!E quando dizem, escrevem, etc, o q lhes apetece sem cuidar da respectiva autenticidade, podemos apelas a Sª ExcA, ou só eles querem tutor em Belém?

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