O Estad(i)o da Taberna
quinta-feira, junho 09, 2005
Um país e um Estado que consente, sem consequências, a linguagem de taberna de Alberto João Jardim é um Estado que vai perdendo o respeito por si próprio. E cujos responsáveis políticos vão abdicando de se fazerem respeitar.
Como foi o caso do Presidente da República. Que, em vez de tomar uma atitude pública de firmeza e condenação, preferiu lamuriar-se, atirar o problema para cima dos eleitores de Jardim e resignar-se à inaceitável má-criação do governante madeirense. O que é que querem que eu faça?! - quase desabafou Jorge Sampaio, visivelmente incomodado, irritado e conformado com a fatalidade dos dislates jardinescos.
O que os portugueses gostariam que o seu Presidente da República fizesse, face à indecência pública de um conselheiro de Estado, era chamá-lo a Belém, num gesto exemplar de que há regras que não se espezinham impunemente e cargos incompatíveis com condutas impróprias. Ou, no mínimo, que transmitisse claramente ao país o seu desagrado e reprovação.
Porque se o caso de Alberto João Jardim tem, há muito, componentes anedóticos, um misto de populismo de feira e de querer dar nas vistas e ser falado a qualquer preço, a verdade é que há limites para tudo. Que não podem ser ultrapassados, como teve a coragem de afirmar o próprio líder do PSD. Jardim pode parecer, mas não é, uma figura grotesca de «vaudeville».
É um dirigente político que ocupa cargos institucionais, que não tem direito a qualquer estatuto especial de impunidade e que deve ser confrontado com as suas responsabilidades e os seus abusos. Em vez de o fazer, o Presidente da República conformou-se com a introdução da linguagem de taberna na alta hierarquia do Estado.
Perdeu uma boa ocasião para ter uma atitude política exemplar e fazer respeitar a dignidade do Estado, do qual é o principal representante. No que respeita a Alberto João Jardim, é óbvio que quando alguém com as suas responsabilidades perde a noção dos deveres, de respeito e da decência está a dar um sinal de que já não percebe sequer a realidade em que vive.
A sua linguagem grosseira é sintoma de senilidade política e de que entrou na fase de declínio irreversível da sua carreira. O que lhe vale é que já está a receber uma reforma antecipada e bem generosa.
José António Lima
Amanhã é o dia 10 de Junho, dia da Taberna, digo de Portugal. Esperará o Dr. Sampaio que o levem a sério ?
Publicado por Manuel 14:13:00
8 Comments:
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Se lhe chamam a mãezinha de, e ele não mete o fulano em Tribunal, parece que aceita.
E com aquela idade, é obra!!!
Agora que os jornalistas se apresentem a lamuriar-se ao PR é que ainda é mais estranho. O que querem, eles que caluniam e difamam toda a gente só pelo "dever cumprido" da notícia verdadeira ou falsa? Deviam impôr-se pela dignidade da função e não pedinchar reprimendas ao PR, ou não é?
Todavia não me parece que caiba ao PR estar a dar aulas de educação cívica a uma pessoa em idade de reforma. Isso apenas ia fomentar mais ume polémica absolutamente inconsequente, aproveitada por AJJ e os seus partidários para ensaiar mais um discurso de vitimização.
Em vez disso talvez fosse mais profícuo ressuscitar a discussão sobre o limite de mandatos e aplicá-la a todos (tal como se previa na proposta que veio a público), nomeadamente aos presidentes dos governos regionais (e primeiros ministros). Em rigor nada justifica que o PR esteja sujeito a este regime e o mesmo não se aplique à pessoa que encabeça o poder executivo (a nível nacional ou regional).
rulho, para um assunto que só os
tribunais, devem resolver, se o presidente do sindicato, não for um vira latas!n mas como è não faz nada!
Mas o Jardim com todo o excesso de verborreia, tem toda a raz-ao de os jornalistas, neste país serem cães atras de um osso! atacarm o Jardim, mas ficaram calados com os ministros! que raio de choldra de profissionais são estes?
Que fazem eles ao segredo de justiça? coloca-lhe os pés em cima!
Que mentiras constante mente publicam? onde está a seriedade dos
media? depois não se queixem de portugues vernaculo!