Arrastando pelo fundo...

Contas Nacionais Trimestrais

1º Trimestre de 2005

Produto Interno Bruto cresceu 0,1% em volume no 1º trimestre de 2005

O Produto Interno Bruto (PIB) português registou uma variação homóloga de 0,1% em termos reais no primeiro trimestre de 2005, em desaceleração face ao período anterior (0,5%). O contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB continuou desfavorável, embora se tenha verificado uma ligeira desaceleração das Importações de Bens e Serviços. A procura interna cresceu 2,0% em volume, igualmente em desaceleração face ao trimestre anterior.

in INE



Adenda: Só para terminar uma velha história com uns certos anónimos que sempre me quiseram pôr a misturar alhos com bugalhos, não sei se repararam que o indicador de confiança dos consumidores este mês (ainda não reflectindo as medidas de política fiscal do Governo, conhecidas posteriormente ao apuramento) registou o valor mais alto em três anos - já calculada em médias móveis de três meses. Realidades com explicações distintas e ambas razoáveis. Nos próximos meses, em termos de confiança, adivinha-se alguma "racionalização" das expectativas politizadas dos consumidores, resta saber se teremos algum novo movimento abrupto, agora no sentido negativo. Aguardemos.

Publicado por Rui MCB 15:48:00  

14 Comments:

  1. josé said...
    Hoje no DN, o comentarista Luís Delgado, comoça a sua crónica com a pergunta "E agora como é?"
    A seguir refere:
    "Hoje, o INE vai divulgar as contas nacionais do primeiro trimestre de 2005, onde se prevê o crescimento do PIB. Há vários números a circular, mas é sensato aguardar pelo comunicado do instituto. A confirmar-se um crescimento em redor dos 0,8 por cento, mais elevado do que a zona euro, é o primeiro sinal de que o País estava a andar no caminho certo, o que já não será possível garantir no segundo trimestre, com as medidas tomadas pelo Governo, em particular aquelas que vão afectar o consumo, o investimento e os impostos, em especial o IVA. Se Portugal cresceu a esse ritmo até Março, e quando já estavam realizadas as eleições, e ainda se pensava que nenhuma promessa seria quebrada, os meses de Abril a Junho serão o inverso, agravando-se à medida que entrarem em vigor as novas medidas draconianas. Em resumo, a última coisa que se poderia desejar era que o défice do Estado, e o seu equilíbrio, resultasse num abrandamento da economia real e do crescimento do PIB. A ser assim, a arrecadação de receitas resultante do aumento dos impostos transforma-se num balão de ar."

    Um lírico este Delgado!

    Será caso para lhe perguntar:

    E agora como é, Luís?!
    Vai continuar a dizer asneiras no DN?!
    Rui MCB said...
    E eu que ia perdendo este momento de bom humor, mais um patrocinado pelo Luís Delgado.
    Ele deve ter grandes amigos para lhe bichanarem números destes!
    Anónimo said...
    Exmo. Sr. Dr., V. Exa. parece um troca-tintas. Já reconheceu que passou por um choque emocional, o que lhe fez prever o caos na economia nacional. Que pelos vistos não aconteceu, desmentindo a sua pseudo-arrazoada análise económica.

    Mas não sabemos se reparou, mas Portugal voltou a sair da recessão técnica. Reparou? Senão reparou, releia novamente o que foi publicado pelo "seu" INE.

    Claro que V. Exa. já previa os aumentos de impostos e respectiva influência destes nos índices de confiança. Daí que previa o caos económico.

    Aliás, esta sua lenga-lenga quase que dá toda a razão ao anterior sr. Ministro das Finanças e ao anterior sr. Primeiro-Ministro. Era necessário estimular a confiança dos agentes económicos. Que o sr. dizia ser um profundo erro político. Mas como já prevê queda do Produto, devido a uma possível queda nos índices de confiança económica...

    Claro, claro, que isto de mudar de variáveis, de um período para o outro, pode afectar os cenários previsionais. Mas, pelos vistos, isso para si não conta. É natural. É analista político e não económico...

    Mas se quiser começar a aprender a fazer análise económica, então dámos-lhe uma sugestão. E nem vamos acusar o INE de ser arma de propaganda política a favor do governo. Mas comece por investigar o que foi publicado pelo INE, hoje, com o que foi publicado anteriormente, sobre a composição da Procura Externa Líquida. E se nos conseguir explicar a discrepância de números da mesma fonte, o INE, com a seriedade exigida neste tipo de análises...

    Não. Não o estamos a acusar a si, ou ao INE, de ser manobrável políticamente. Nada disso. Apenas registamos estas incoerências, vindas de tão estimável instituto estatístico, teoricamente independente das forças políticas.

    Já agora, também vá pensando, é apenas mais uma nossa sugestão, no comportamento do euro nos últimos tempos. E veremos como o INE irá mostrar o crescimento do produto dos trimestres posteriores à mudança de governo. Nós, gatos escaldados, de água fria temos medo.

    E o caro sr. dr. Rui MCB?

    Boa tarde para si.
    Carlos said...
    Não tenho pretensão a afirmar-me como especialista na matéria. Quanto muito (modestamente) informado e enquanto cidadão e contribuinte preocupado com estas questões.

    Um dos dados que foi divulgado dá conta do significativo aumento do défice comercial (com as importações a aumentar o dobro das exportações). Ora hão me parece que esta situação seja sustentável (apesar do efeito benéfico do EURO). Mais ainda o aumento das importações parece canalizar-se primordialmente para bens de consumo e não para investimento. Ora como o Estado não exporta, subsiste a questão: existe capacidade por parte da iniciativa privada para inverter a situação? Em que sectores? Quais os recursos públicos que podem efectivamente contribuir para potenciar a iniciativa privada (não estou a falar apenas dos "custos de contexto" do Dr. Cadilhe).
    Rui MCB said...
    Que saudades!
    Tão previsíveis, quase tanto quanto o nosso Luis Delgado caros anónimos. Uma subida do produto de 0,2 ou mesmo de 0,8 como antecipava Luís Delgado seriam desde logo prova de boas políticas do governo anterior.
    Ora qual é o digno leitor que aceita que quem faz estas afirmações tenha depois condições de qualificar as análises de outrem, sejam elas minhas, do INE ou de qualquer outro analista?
    O disparate é tamanho (para avaliar um governo com um número) que nem dá gozo conversar.
    Infelizmente era bom que estes números fossem de facto os da desejada retoma, mas infelizmente não foi com estas duas décimas que recuperámos sequer o que haviamos perdidos nos últimos trimestres.
    Quanto a dúvidas metodológicas até teria gosto em as debater não fosse esse preconceito com que de pronto as justifica, ou justifica as discrepâncias que diz encontrar.

    Enquanto não perceber(em), caro(s) anónimo(s), que nem toda a gente que anda à face da terra anda com agendas mais ou menos anónimas, não vão conseguir analisar friamente qualquer tipo de realidade. Antes se perderão nos vossos próprios enredos.

    Imaginem por um momento que de facto a fulgurante subida de confiança dos consumidores nos últimos três meses (veja os gráficos - máximo dos últimso três anos) é agora interrompida. Continuarão a dizer que nada teve a ver com os resultados eleitorais das últimas legislativas? Foi tão somente isto que aqui escrevi há tempos, em jeito de curiosidade estatística, texto do qual tanto vieram depois a inferir e que me deu gozo acicatar.
    Em que ficamos, qual é a agora a vossa nova teoria? Viram um estandarte que não ergui, rebateram-no com paternalismo, raiva e má educação/argumentação, para quê meus senhores?

    Só uma última nota (ainda que corra o risco de vos ter aqui a imaginarem um outro estandarte): que propostas nos oferecem para garantirmos que da teoria da independência do INE se passe à prática? Esta é verdadeiramente uma questão importante e em aberto há décadas, sempre sujeita a dúvida, particularemente quando temos tão recente na memória um governo (o da anterior maioria) que destitui a meio do mendato toda a direcção da casa, ainda que elogiando o respectivo trabalho.

    Boa tarde.
    Anónimo said...
    V. Exa., caro dr. Rui MCB, canta, canta, mas não nos alegra.

    Comecemos pelo anonimato. Saberá explicar porquê que o anonimato tira força aos argumentos? Ou os argumentos só valem pela pena que os escreve? Sempre achamos engraçado o incómodo que algumas sumidades têm ao anonimato. Já nos tempos do Salazarismo...

    Dirá, e a questão do INE? Nós chamamso-lhe a atenção para a composição da PEL, mas como o sr. dr. não conseguiu atingir a dica, nós também não perderemos tempo com este assunto. Afinal não somos estatísticos, nem funcionários do INE, mas recorremos a outras fontes e até comparamos os próprios dados da mesma fonte.

    Dirá. E sugestões? Nesse caso reescreveríamos quase na íntegra as recomendações vindas do Canadá. Sabe do que falamos, não sabe? Se não sabe, o problema é seu.

    Mas há mais, caro dr. e emérito dr. Rui MCB, já reparou no crescimento homólogo? Sabe o que é isso? Nem nos delongamos mais sobre o assunto. Apenas ficamos satisfeitos por nos comparar a dr. Luís Delgado. Já nos sentimos mais esperançados que algum mérito temos, não será verdade?

    Depois poderíamos fazer análise politiqueira, como pretende querer fazer. Mas não o desejamos, apenas desejamos chamar à atenção para os nossos leitores que o sr. dr. Rui MCB não sabe fazer análise económica. Todos os nossos diálogos estão aí para o demonstrar, sobretudo a incoerência das suas ideias. Devia primeiro arrumar as ideias, sabia?

    E concluimos esta nossa mensagem com uma mensagem de esperança. Pode ser que o sr. dr. Rui MCB abandone a jactância pseudo-académica e dedique-se mais a analisar argumentos pelo que eles valem e não pela voz que os emite. Já devia ter aprendido isso, mas fica mais uma sugestão. paternalista, mas sincera. E não paga nada.

    Mais uma vez, boa tarde para si.

    PS Quer outra dica? Gostariamos de entender a taxa de desemprego de 7,5%, apurada para o primeiro trimestre. Como não somos estatísticos, nem nos julgamos campeões da inteligência e sabedoria, estamos sempre dispostos a aprender. Se nos desejar ensinar, de borla, nós também poderíamos contribuir com o pouco que sabemos. A começar por algumas declarações de alguns ex-funcionários do INE. Exactamente. Ex-funcionários do INE.
    Rui MCB said...
    Isaltino de Morais é um ex-funcionário do INe, falamos dele?
    Rui MCB said...
    Essa da taxa de desemprego de facto não atingi.
    Rui MCB said...
    Agora vou ali ao dicionário ver o que é isso de "jactância"...
    Rui MCB said...
    Quanto ao anonimato só me incomada quando a não anonimato dos outros (o meu) passa a ser argumento. Mas se calhar percebi mal...
    Rui MCB said...
    Quase me esquecia: se o meu padrão de analista económico deve ser Luís Delgado (seguindo por exemplo a análise de hoje no DN), espero sinceramente que me considerem eternamente um péssimo "analista económico".
    E eu a pensar que o homem tinha hoje escrito uma das melhores peças de humor da sua carreira.
    Anónimo said...
    Caro dr. e emérito Rui MCB, V. Exa. não necessita de um dicionário. Poderia aproveitar a ajuda de alguns seus camaradas de escrita, certamente bem mais versados em latim, que nós, para lhe explicar qual a origem da palavra portuguesa "jactância".

    Mas nós, que somos um pouco voluntariosos, até lhe podemos ajudar:

    Jactância - Gosto ou hábito de se gabar com exagero; atitude pretensiosa; ostentação; vanglória; vaidade; amor-próprio; arrogância.

    Agora é só reler o que anda para aqui a escrever, caro dr. e emérito Rui MCB. E compreenderá o que significa a palavra jactância, basta apurar um bocado o seu raciocínio.

    É sempre um prazer desejar-lhe um bom resto do dia.
    Anónimo said...
    Pergunta técnica:
    Sei que é deslocada neste debate, mas necessitava, com urgência, de saber onde posso encontrar a tabela, que o Banco de Portugal publica, e que permite calcular o valor actual de um montante passado. Pelo menos qual é a designação correcta de tal tabela. Enfim b-a-bá para os economistas que por aqui circulam. Desde já obrigado.
    X
    Anónimo said...
    Caro(a) Anonymous

    Antes de mais, não pretendo entrar em polémica consigo. (estou a falar do Anonymous que fala sobre economia, entenda-se. Quanto aos outros, nem perder tempo ...)

    Tenho imensa pena que o meu caro Anonymous se perca em insultos de carácter pessoal, e, pior um pouco, nos abra o apetite sobre temas que parece dominar, mas depois manda-nos à procura de ...

    Isto não se faz !

    Decerto que já notou que quando comenta os "post" dos confrades desta Grande Loja, está a dirigir-se a eles mas tambêm a todos os outros, tal como o Anonymous ou eu próprio, que para além do "gozo" que dá andar por estas paragens, tambem queremos ficar a saber um pouco mais sobre muitos e desvairados temas.

    Portanto, não seja "chato" e trate lá de não fazer "caixinha" e dizer aos não economistas aquilo que sabe, já agora em linguagem para "analfabetos", como é o meu caso.

    Dado que me pareceu que o Anonymous tambêm tem alguma simpatia por dicionários, aqui vai o que diz o Houaiss sobre o tema

    Anónimo - 3-...abominável, indígno, que não se faz conhecer, desconhecido, obscuro, sem glória.

    Em lugar de assinar Anonymous, assine com pseudónimo, e se tem dúvidas quanto à diferença entre anonymous e pseudónimo veja o Houaiss e vai vêr que fica muito melhor "na fotografia".

    Atrevo-me a fazer-lhe algumas sugestões de pseudónimos:

    ANONYMOUS MASCULINO

    Santana Lopes o Breve
    Luis Delgado o Casto

    ANONYMOUS FEMININO

    Ferreira Leite a Formosa
    Rititi a Santanente ou
    Santanete Rititi (como preferir)

    Vá lá Anonymous, junte-se a nós, adopte um pseudónimo bem "sacado" (pode ser uma das minhas sugestões, não estão registadas na SPA), divirta-se e faça o favor de nos ensinar alguma coisinha.

    Afinal não queremos todos um Portugal melhor ?

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