... não perceber nada

António Costa - apesar da boa imprensa - está-se a revelar um dos maiores flops deste Governo. Lamento, mas é um facto, e o facto do seu maior adversário interno no seio do PS ser Jorge Coelho, que lhe move aliás uma guerra sem quartel, não menoriza ou relativiza minimamente as evidências. António Costa é Ministro de Estado e da Administração Interna, como Ministro de Estado a sua presença é virtualmente inaudivel e como MAI, bom como MAI, já se enrolou numa série de piruetas estranhas a propósito dos incêndios (é aliás de bom tom esperar que o que Estado acabe por pagar nos ajustes directos que fez - sabe Deus como - depois de ter anulado uns certos concursos - em que pomposamnte soprou à imprensa que havia marosca, e se havia irá haver processo judicial ?... - seja de facto menos do que pagaria por via dos concursos anulados, porque senão, enfim... ), e agora por estes dias faz de conta que o que se passou em Carcavelos não é nada com ele. Acontece que o que se passou em carcavelos tem tudo a ver com ele, não tanto por causa do caso concreto e da necessidadade de intervenção das forças de segurança, mas porque é um excelente pretexto para se tentar perceber para que servem os serviços de informações. A prevenção e a proactividade nestes casos deveriam ser fundamentais e ainda está para se perceber como é que ninguém deu por nada, ninguém reparou em nada, ninguém topou nada, numa movimentação que de espontânea não teve nada.

A esta hora António Costa já devia ter explicado o que falhou nos serviços de informação, aliás com equipas frescas nomeadas por ele, e que medidas pretende tomar para que a lacuna não se repita. Existe desde há muito a percepção de que as secretas servem para tudo, menos para aquilo que deveria verdadeiramente ser o seu papel, infelizmente o Dr. Costa ainda não fez - nem disse - rigorosamente nada que contrariasse essa manifesta evidência.



Ainda sobre o arrastão e pese a psicose
latente, e basta andar estes dias de autocarro ou táxi e ouvir os sussurros, o problema tem pouco ou nada a ver com a imigração, aliás absolutamente fundamental para o regular funcionamento do país, tem antes tudo a ver com um problema puro e duro de integração, nosso e deles. Muitos não os veem como portugueses que são, não lhes reconhecem especificidade e identidade cultural que a tem, encostando-os, e acantonando-os, em autênticos guethos. Não pasma que tenha acontecido o que aconteceu, surpreende é que tenha demorado tanto tempo. Não perceber isto é não perceber nada.

Publicado por Manuel 12:01:00  

7 Comments:

  1. Anónimo said...
    Meu caro Manuel

    Desta vez estamos de acordo.
    O problema é integração (de todos nós) e não imigração.
    Só para lhe dar uma achega, dos diversos "escritos" ou declarações públicas dos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, não existe uma única declaração séria e consistente sobre esta questão.
    E falamos de Lisboa !
    A partir desta constatação, da falta de uma política para as minorias, sejam elas quais forem), piores dias nos esperam.
    Oxalá esteja enganado.(
    Anónimo said...
    Caro Irmão Manuel,
    Está-nos, mais uma vez, a atirar areia para os olhos. Então o arrastão não lhe provou o bom funcionamento dos SI? Custa-lhe imaginar um agente aeroespecial a pagar umas centenas de dólares aos suspeitos do costume para fazerem aquilo? Que já tinham dito semana passada que Carica velos estava imprópria para consumo e mesmo assim estes escravos brancos não ligam nenhuma? No Buzinão vi-os eu em acção esses agentes espaciais, nas manifs de estudantes são os primeiros a mostrar o CU, só não sei se foi algum espacial que pegou fogo à Arrábida ano passado para puderem interditar o trânsito entre o outão e o portinho concertadamente com a sonae tróia e aumentar o nº de buques.
    Volta PIDE/DGS que estão perdoados e além disso eram uns meninos do coro comparados com estes. Não é, freire, rodrigues, lopes, beleza?
    Anónimo said...
    I dare you to answer to the hedonist...
    Dr. Assur said...
    "Os vocalistas da banda hip hop portuguesa SS, Ivo e Celso, criticam o ‘arrastão’ de Carcavelos. Consideram que os jovens deviam “lutar contra o Estado e não uns contra os outros”. “Estou chocado com as imagens que vi na TV, é má onda”, comenta Ivo, 21 anos. O vocalista acha que os jovens actuaram influenciados pelas imagens do Brasil, mas “aí roubam por necessidade e cá roubam para ter dinheiro para comprar ténis e roupa de marca”. O outro vocalista, Celso, 25 anos, diz que “era convidativo ter ali tantos telemóveis, bens, dinheiro à mão e não haver patrulha da polícia”. Sentimentos de xenofobia e atitudes discriminatórias serão, na sua opinião, as consequências que resultarão deste ‘arrastão’, “tudo por culpa de uns putos que roubam para andar bem vestidos. Vai haver mais desconfiança”. É a praia do Estoril onde habitualmente os jovens destes bairros costumam ir. Desta vez optaram por Carcavelos. “Fizeram-no para se divertir e arranjar dinheiro fácil. Bastou um grupo tomar a iniciativa para outros se lhe juntarem”, diz Celso, dos SS. "

    Eles próprios confessam as razões porque roubam: ter dinheiro para comprar ténis e roupa de marca e não por necessidade.
    Dr. Assur said...
    Claro que há sempre diversas maneiras de ver o problema:

    Em entrevista à nossa repórter enviada ao local, o Sr. Ricardo afirmou não ter visto nada. Invisual desde a nascença, garantiu ter ouvido a confusão que se instalou na praia. Adiantou que pelo barulho, deviam ser no máximo três assaltantes, pelo que a versão dos 500 é exagerada e só gera sentimento de insegurança num país que é mais seguro que Iraque e Afeganistão.

    Também o Sr. Dabu, residente na Cova da Moura afirmou que não compreende a razão de haver tanta polícia na praia de Carcavelos. Segundo ele, tratou-se de uma brincadeira de miúdos a simular um arrastão brasileiro. O produto do “roubo” ainda não foi devolvido porque, com o aparecimento da polícia, as pessoas assustaram-se e fugiram. De qualquer forma, podem recuperar os seus bens, dirigindo-se ao Bairro da Cova da Moura entre as 2 e as 7 da manhã. Se possível levem cartões de crédito, jóias e demais bens de valor que possuam.

    Já o Sr. Kadu, morador do Bairro de Santa Filomena, não compreende porque é que a polícia aproveitou a confusão para assaltar estabelecimentos junto à estação de Carcavelos, atirando as culpas para os jovens negros numa clara demonstração do habitual racismo existente em Portugal. Disse também que ia fazer queixa ao observatório do Racismo pelo facto de andarem polícias à paisana a agredir e roubar passageiros nos comboios. Referiu ainda desconfiar da infiltração de Skinheads escurecidos de graxa e com cabeleiras postiças nessas acções, mas que não dá a certeza visto que o SOS Racismo não previu.

    Curiosamente o Sr. Raku do Bairro 6 de Maio disse tratar-se de publicidade ao Rio de Janeiro. As pessoas é que não compreenderam e por isso fugiram antes de ser entregues os panfletos. Esses panfletos podem ser adquiridos no Bairro entre a 1 e as 8 da manhã, bastando para isso levar objectos e valores e estojos de primeiros socorros para alguma eventualidade.

    Quanto a algumas associações anti-racistas, não foi possível recolher a opinião dado que à hora do fecho desta redacção ainda se encontravam reunidas nos bares do Bairro Alto a discutir a situação.
    Dr. Assur said...
    Mas mais grave é quando a comunicação social quer fazer do povo burro:

    Quem ouviu o noticiário da SIC sobre o arrastão de Carcavelos facilmente verificou como a comunicação social fomenta a defesa dos criminosos. Efectivamente a jornalista parecia mais empenhada em saber se a polícia ia indemnizar os criminosos vítimas da acção policial do que noticiar o arrastão. Incrível. Centenas de bandidos atacaram uma praia mas o mais importante, para essa jornalista, era agressão policial a dois cidadãos na praia de Carcavelos (se é que assim foi). Dos cidadãos assaltados pouco ou nada se falou, de tal forma que, um espectador menos atento, ficou a pensar tratar-se de uma carga policial desnecessária.

    Mais: se tivermos em conta que a equipa da SIC até chegou mesmo a ser atacada à pedrada pelos heróis que defende, só podemos concluir que é “amor”.

    Pois é meus amigos, a entrevista da jornalista é um sintoma da cegueira que conduz ao arrastão: os polícias são os criminosos e os criminosos são "heróis" vítimas da sociedade na sociologia barata ensinada nas escolas esquerdistas.

    Já agora: como é possível que das várias centenas de assaltados na praia, nenhum tenha sido entrevistado? A SIC ficou-se por meia dúzia de testemunhas e elementos dos gang que se queixavam da acção policial. Então esta entrevista foi deliciosa.
    Mia said...
    Caro Emanuel
    Se mais gente percebesse isso não teriamos tido um arrastão. Enquanto as pessoas não se derem ao trabalho de perceber o problema da integração veremos disso e muito mais.

    Pedro,
    Coitadinhos de nós.

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