Luis Rosa, um passarão do jornalismo português, sibilino q.b. desafia-nos para um exercício de memória...
Hoje fiquei a saber que o porta-voz da Associação Nacional de Farmácias (ANF) dá pelo nome de Luís Paixão Martins. Conhecido spin-doctor cá do burgo, foi também o responsável pela campanha do PS de José Sócrates nas últimas eleições legislativas.
"E...?", perguntam vocês. Nada de especial, digo eu. Apenas que as farmácias foram a primeira "vítima" do febril e contagiante estilo anti-lobbies do nosso primeiro-ministro, com a liberalização do preço dos medicamentos que não necessitem de receita médica e o fim da sua comercialização exclusiva por parte das farmácias.
E sabem o que aconteceu depois do discurso de Sócrates na tomada de posse como líder do XVI Governo Constitucional? A 26 de Maio, o Parlamento autorizou o Governo a legislar sobre a matéria, aguardando-se agora a aprovação e publicação da lei. Mas a ANF não ficou parada e, segundo o Público, já conseguiu comprar 49 por cento da filial portuguesa da maior empresa grossista da Europa, a Alliance UniChem. Com mais dois por cento do Grupo Mello, a ANF, que detém mais a quase totalidade das 2800 farmácias portuguesas, passa a controlar o mercado de distribuição de medicamentos. Desta forma, as farmácias vão poder lutar com os hipermercados, garantindo, antecipadamente, as suas margens de lucro de 20 por cento.
"E o que é que o Paxão Martins tem a ver com o caso?". Aparentemente, nada. Salvo erro, a sua empresa já detinha a conta da ANF antes das eleições legislativas.
Ao ler a notícia do Público, recordei-me só do "grande" escândalo provocado por alguma comunicação social sobre a tenebrosa influência da agência de João Libano Monteiro junto do poder executivo. Lembram-se?
Publicado por Manuel 21:46:00
3 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Parece que o ozono estava hoje particularmente perigoso em Lisboa.
Quanto a mim, o Manuel não se protegeu. (Ou terei sido eu ?)
Leio este seu "post", e de tão sibilino que deve ser o Luis Rosa, desculpe, mas não entendi nada.
A haver algum fio de lógica neste texto, quem se "tramou" foi a UniChem, que foi "papada" pela ANF.
Será ?
Tanto alarido por uma multinacional ?
Já agora, onde trabalha o tal passarão Luis Rosa ? Será que não é colaborador do João Libano Monteiro ?
Ou de qualquer outro concorrente do Paixão Martins ?
Quando os pássaros e passarões da nossa praça, e ainda por cima jornalistas, começam com estas "bocas", onde querem chegar ?
Já agora Manuel, não temos direito a nenhum comentário seu acerca de "leituras apressadas" ?
Ou será que o passarão Luis Rosa trabalha no Público ?
Pois a mim, lembra-me é o tempo de há trinta anos em que o dito locutava na Rádio Renascença no programa Página 1, um dos melhores programas de sempre da rádio portuguesa, na escolha criteriosa de músicas e que tinha em estilo próprio e uma qualidade que só o Em Órbita tinha antes superado.
A Página 1 foi a minha escola prática do gosto pela música popular.
Onde, mas onde, é que nesta santa terrinha se podia ouvir em 1974 uma cantor da estirpe do americano Michael Murphey e o álbum do mesmo nome que contém uma pérola da música popular que não me canso de ouvir vezes sem conta, chamada Southwestern Pilgrimage?!
Foi na Página1 do Luís (FIlipe) Paixão Martins!
É certo que a seguir veio o Artur Albarran, passar o Sérgio GOdinho e o Pão, habitação, saúde, etc...e ainda o Fausto de Venha cá senhor burguês!
Mas o tempo do LPM foi único.
É disso que me lembro quando me falam no tipo.
Hã?!! Já passaram trinta anos?!
Pois já...
Que diabo tem a LPM a ver com o negócio da ANF. A LPM faz a imagem da ANF, não os negócios da ANF. Ainda se se insinuasse que a LPM facilitava os negócios da ANF com o Governo... Mas não, insinua-se é a interferência da LPM nos negócios da ANF com privados. É isto o jornalismo de investigação em Portugal - colam-se com cuspo dois factos que nada têm a ver e... tchanam... parece que se descobriu uma coisa obscurantissima. tenham juizo.