Eduardo Prado Coelho: o intelectual que vai ao Lidl só para não se irritar
quinta-feira, junho 30, 2005
De um modo sub-reptício, há pequenas contrariedades que fazem parte desse quotidiano e que nos irritam epidermicamente.(...) Vou ao supermercado, e em alguns (nem todos) dão-me sacos que eu tento abrir num combate vão. Experimento tudo, as unhas e os dentes, mas eles permanecem herméticos como um poema de Mallarmé. Exausto, peço auxílio à funcionária.
Termino com algo que regularmente me atenaza o juízo: o invólucro que amorosamente envolve o CD ou o DVD. Alguns têm uma tira que é suposto designar a linha de vulnerabilidade. Mas a verdade é que estou ali dez minutos em luta com as várias reentrâncias, até que se abre um universo novo que me dá acesso a Beethoven.
in Público
Publicado por Nino 22:44:00
9 Comments:
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Agora, até compra cd´s com música de Beethoven nos supermercados!
Que edição especial terá o semiótico professor-cronista-crítico-utente e consumidor descoberto?!
O esquecido Furtwängler a cinco tostões?
Se ainda fosse, talvez se justificasse a crónica...agora, escrever sobre as dificuldades em abrir sacos e saquinhos...pufff!
Isto anda mal, mas qualquer dia ainda havemos de enfrentar uma crónica no Público, em que o intrépido impetrante, descreva a dificuldade em conseguir ver o próprio...umbigo!Já esteve mais longe.
O truque é ser á dentada...