sobre...

... A nova versão do TGV (a enésima), desta feita com ligação Porto-Lisboa com passagem pela lezíria para ver o gado e pela margem sul para ver sabe-se lá o quê para entrar em Lisboa por (mais) uma ponte, esta só ferroviária, senão lá ganhava a LusoPonte mais uma galinha dos ovos de ouro não digo nada ... indispõe-me.

Quando o Ministro hesitou na Ota tive esperança. Aquilo é um erro histórico.

Bem melhor e mais barato era segmentar o tráfego e criar um Hub de aeroportos em suporte cruzado, ligados por TGV entre si e a Lisboa em que teríamos aqui a Portela para os voos de valor acrescentado, Tires para aviação de luxo, e Beja para mercadorias e charters de baixo custo, servindo simultaneamente Lisboa (não chega a uma hora por TGV) e Faro (a uns rídiculos 30 minutos), com o Montijo a ser mantido nos militares com funções de apoio em situações excepcionais (como fez no Euro, servindo como plataforma de rotação).

Aeroportos esses a duas horas e pico de Madrid (Beja), a uma hora nem tanto de Sevilha (Faro) e a quatro horas da Galiza (Lisboa). A fachada Atlântica, apoiada a norte pelo renovado Francisco Sá Carneiro (mera hora de viagem) era nossa. Tudo o que fosse de Madrid (inclusivé) para cá estava na esfera de atracção natural.

Podíamos ser o Frankfurt do transporte para a América do Sul e África. Em que é que pensam que os Espanhóis andam a trabalhar? Julgam que Badajoz é outra coisa que não uma forma de queimar Beja?

Isto no que respeita a passageiros. Quanto a mercadorias, o modelo é ainda mais doce, conseguindo uma das melhores integrações de um porto de águas profundas (Sines), com apoio a Norte (Setúbal e Lisboa), com uma linha de caminho-de-ferro para a Europa (a consturir), acesso à Rede Transeuropeia de auto-estradas de duas ou três maneiras diferentes e um aeroporto à mão de semear para a mercadoria mais frágil. O céu de qualquer encarregado de logística.

E até , pasmem-se, estudos. Feitos. Lidos. Pensados. Para quê?
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Publicado por irreflexoes 18:58:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    o melhor post de sempre do glql!

    além das ideias aí vertidas, lembro-o das do Henrique Neto: ele propõe uma rede integrada ibérica de transporte de camiões de mercadorias em vagões (o que fica mais barato do que circularem sempre em estradas), dentro da península e em direcção a França.
    Anónimo said...
    o quê a Ota é um erro histórico mas o TGV náo? a náo ser que as tarifas aéreas sejam artificialmente altas náo há hipóteses do TGV dar lucro
    Anónimo said...
    aLGUEM SABE QUANTO CUSTA UM BILHETE DE tgv OS IDIOTAS QUE ANDAM NISSO NUNCAM O DISSERAM. PORQUE?
    Anónimo said...
    Não acho que 1 hora em TGV de Lisboa a Beja (independentemente do custo do bilhete) seja um extra razoável a acrescentar a uma viagem de avião...

    Quando verifico que a mesma British Airways que parte de Lisboa e de Faro para Londres tem uma diferença de €50 em "taxas de aeroporto" conforme o aeroporto de partida, fico com receio que a construção de um novo aeroporto grande para a cidade vá manter ou aumentar estas taxas, mantendo à distância as easyjets e rianairs...

    Da ultima vez que aterrei na Portela vindo do norte, reparei que há uma pista em Alverca, juntinho ao rio, à portagem da A1 e à estação da CP, que está ligada à Gare do Oriente e em consequência a Sete Rios (que já merecia chamar-se estação central).

    Se fosse possível adaptar uma pista daquele género, que já tem comboio a passar lá ao lado, seria bom, bonito e barato :)

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