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segunda-feira, maio 02, 2005
... A nova versão do TGV (a enésima), desta feita com ligação Porto-Lisboa com passagem pela lezíria para ver o gado e pela margem sul para ver sabe-se lá o quê para entrar em Lisboa por (mais) uma ponte, esta só ferroviária, senão lá ganhava a LusoPonte mais uma galinha dos ovos de ouro não digo nada ... indispõe-me.
Quando o Ministro hesitou na Ota tive esperança. Aquilo é um erro histórico.
Bem melhor e mais barato era segmentar o tráfego e criar um Hub de aeroportos em suporte cruzado, ligados por TGV entre si e a Lisboa em que teríamos aqui a Portela para os voos de valor acrescentado, Tires para aviação de luxo, e Beja para mercadorias e charters de baixo custo, servindo simultaneamente Lisboa (não chega a uma hora por TGV) e Faro (a uns rídiculos 30 minutos), com o Montijo a ser mantido nos militares com funções de apoio em situações excepcionais (como fez no Euro, servindo como plataforma de rotação).
Aeroportos esses a duas horas e pico de Madrid (Beja), a uma hora nem tanto de Sevilha (Faro) e a quatro horas da Galiza (Lisboa). A fachada Atlântica, apoiada a norte pelo renovado Francisco Sá Carneiro (mera hora de viagem) era nossa. Tudo o que fosse de Madrid (inclusivé) para cá estava na esfera de atracção natural.
Podíamos ser o Frankfurt do transporte para a América do Sul e África. Em que é que pensam que os Espanhóis andam a trabalhar? Julgam que Badajoz é outra coisa que não uma forma de queimar Beja?
Isto no que respeita a passageiros. Quanto a mercadorias, o modelo é ainda mais doce, conseguindo uma das melhores integrações de um porto de águas profundas (Sines), com apoio a Norte (Setúbal e Lisboa), com uma linha de caminho-de-ferro para a Europa (a consturir), acesso à Rede Transeuropeia de auto-estradas de duas ou três maneiras diferentes e um aeroporto à mão de semear para a mercadoria mais frágil. O céu de qualquer encarregado de logística.
E até há, pasmem-se, estudos. Feitos. Lidos. Pensados. Para quê?
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Publicado por irreflexoes 18:58:00
além das ideias aí vertidas, lembro-o das do Henrique Neto: ele propõe uma rede integrada ibérica de transporte de camiões de mercadorias em vagões (o que fica mais barato do que circularem sempre em estradas), dentro da península e em direcção a França.
Quando verifico que a mesma British Airways que parte de Lisboa e de Faro para Londres tem uma diferença de €50 em "taxas de aeroporto" conforme o aeroporto de partida, fico com receio que a construção de um novo aeroporto grande para a cidade vá manter ou aumentar estas taxas, mantendo à distância as easyjets e rianairs...
Da ultima vez que aterrei na Portela vindo do norte, reparei que há uma pista em Alverca, juntinho ao rio, à portagem da A1 e à estação da CP, que está ligada à Gare do Oriente e em consequência a Sete Rios (que já merecia chamar-se estação central).
Se fosse possível adaptar uma pista daquele género, que já tem comboio a passar lá ao lado, seria bom, bonito e barato :)