sem pau nem bola

O Dr. Cadilhe afinal não é assim tão arrojado. Contesta agora o título da última edição do EXPRESSO, onde se lia «Miguel Cadilhe acusa: Cavaco é o pai do monstro», sendo o «monstro» o Novo Regime Retributivo da Função Pública, criado em 1989 e responsável pelo crescimento explosivo da massa salarial do Estado desde aquela data.


«Não me revejo no título de primeira página do Expresso de sábado», afirma Cadilhe. «O título não cumpre o espírito do meu texto e do meu texto não se retira aquele título. Há aqui uma diferença de grau que me parece desrazoável e que não subscrevo. O que existe de facto é o meu texto, agora vertido em livro, existe um outro texto do meu livro de 1990 'Factos e Enredos' e um texto do prof. Cavaco Silva da sua Autobiografia Política 2. Claro que o Expresso é livre para concluir o que entender, de retirar as ilações que entender, mas admito que haja limites e este título, a meu ver, não corresponde ao espírito do meu texto e eu não me revejo nele. Poderá o Expresso dizer que eu não me tenho de rever nos seus títulos. Mas o que é facto é que qualquer leitor comum do Expresso pode retirar linearmente que eu acusei expressamente Cavaco como o pai do monstro. Ora eu não disse isso, não escrevi isso, e julgo que há uma diferença de grau fundamental entre o que escrevi e o que aparece neste título».

Esta Venerável Loja ainda não conseguiu obter declarações de Marco António, ainda líder da Distrital do Porto do PSD, a esta aclaração, dado que este, na sequência da última edição do Expresso, teceu rasgados elogios ao dr. Cadilhe...

Publicado por Manuel 15:26:00  

3 Comments:

  1. josé said...
    Percebo pouco de economia, em macro ou micro para me pôr aqui a perorar de cátedra, mesmo tosca.

    Mas gosto de atentar em sinais e resolver especular sobre o seu significado.
    Um desses sinais, ocorreu em finais dos oitenta, em pleno ascenso cavaquista e em plena era cadilhiana ou coisa que o valesse.
    Foi coisa que assumiu notoriedade, aliás. Antes desse período, os parques automóveis dos ministérios, eram uma miséria, literalmente. Carros a cairem de podres, por exemplo na Praça do COmércio, junto aos ministérios, eram espectáculo de degradante.
    De repente, em pouco tempo, as frotas começaram a diversificar-se e apareceram os primeiros BMW série5 e Volvos 950.
    No que se refere ao sector da Justiça, os velhinhos Volvos dos anos de setenta, começaram a dar lugar a carripanas de uns bons milhares de contos que se espalharam pelos vários serviços.
    Parece-me que este fenómeno se estendeu indiscriminadamente a todos os ministérios, direcções- gerais e nos anos noventa até ás empresas públicas, até aí apertadas em velhos Renault 21, no topo e na base em simples 4L.

    Actualmente, tal panorama desapareceu por completo. Nas Câmaras municipais, por exemplo, mal fica se alguma delas fizer transportar o seu presidentem em carripana que custe menos de 10 mil contos. Mercedes série E; BMW série 5 e Volvos em barda e para vereadores incluídos, tornou-se panorama nacional.

    Este fenómeno que todos podem observar nos parques de estacionamento privativo, aparentemente seria sinal de pujança e desenvolvimento.
    Infelizmente, é muito menos do que isso: é sinal de atraso, subdesenvolvimento e pinderiquice.
    Sinal ainda da falta de maturidade dos nossos políticos e do desgoverno mais do que provado!

    Contestem-me!
    josé said...
    Não entendo o modo de funcionamento deste novo sistema de comentários( que não torna visível o autor), mas o último é meu:
    josé.
    Manuel said...
    oops, problemas da stylesheet no Internet Explorer. 5 minutos e fica resolvido.

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