sem pau nem bola
segunda-feira, maio 30, 2005
O Dr. Cadilhe afinal não é assim tão arrojado. Contesta agora o título da última edição do EXPRESSO, onde se lia «Miguel Cadilhe acusa: Cavaco é o pai do monstro», sendo o «monstro» o Novo Regime Retributivo da Função Pública, criado em 1989 e responsável pelo crescimento explosivo da massa salarial do Estado desde aquela data.
Esta Venerável Loja ainda não conseguiu obter declarações de Marco António, ainda líder da Distrital do Porto do PSD, a esta aclaração, dado que este, na sequência da última edição do Expresso, teceu rasgados elogios ao dr. Cadilhe...
«Não me revejo no título de primeira página do Expresso de sábado», afirma Cadilhe. «O título não cumpre o espírito do meu texto e do meu texto não se retira aquele título. Há aqui uma diferença de grau que me parece desrazoável e que não subscrevo. O que existe de facto é o meu texto, agora vertido em livro, existe um outro texto do meu livro de 1990 'Factos e Enredos' e um texto do prof. Cavaco Silva da sua Autobiografia Política 2. Claro que o Expresso é livre para concluir o que entender, de retirar as ilações que entender, mas admito que haja limites e este título, a meu ver, não corresponde ao espírito do meu texto e eu não me revejo nele. Poderá o Expresso dizer que eu não me tenho de rever nos seus títulos. Mas o que é facto é que qualquer leitor comum do Expresso pode retirar linearmente que eu acusei expressamente Cavaco como o pai do monstro. Ora eu não disse isso, não escrevi isso, e julgo que há uma diferença de grau fundamental entre o que escrevi e o que aparece neste título».
Publicado por Manuel 15:26:00
3 Comments:
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Mas gosto de atentar em sinais e resolver especular sobre o seu significado.
Um desses sinais, ocorreu em finais dos oitenta, em pleno ascenso cavaquista e em plena era cadilhiana ou coisa que o valesse.
Foi coisa que assumiu notoriedade, aliás. Antes desse período, os parques automóveis dos ministérios, eram uma miséria, literalmente. Carros a cairem de podres, por exemplo na Praça do COmércio, junto aos ministérios, eram espectáculo de degradante.
De repente, em pouco tempo, as frotas começaram a diversificar-se e apareceram os primeiros BMW série5 e Volvos 950.
No que se refere ao sector da Justiça, os velhinhos Volvos dos anos de setenta, começaram a dar lugar a carripanas de uns bons milhares de contos que se espalharam pelos vários serviços.
Parece-me que este fenómeno se estendeu indiscriminadamente a todos os ministérios, direcções- gerais e nos anos noventa até ás empresas públicas, até aí apertadas em velhos Renault 21, no topo e na base em simples 4L.
Actualmente, tal panorama desapareceu por completo. Nas Câmaras municipais, por exemplo, mal fica se alguma delas fizer transportar o seu presidentem em carripana que custe menos de 10 mil contos. Mercedes série E; BMW série 5 e Volvos em barda e para vereadores incluídos, tornou-se panorama nacional.
Este fenómeno que todos podem observar nos parques de estacionamento privativo, aparentemente seria sinal de pujança e desenvolvimento.
Infelizmente, é muito menos do que isso: é sinal de atraso, subdesenvolvimento e pinderiquice.
Sinal ainda da falta de maturidade dos nossos políticos e do desgoverno mais do que provado!
Contestem-me!
josé.