Paulo Pedroso, o 25 de Abril ou os (im)pios Direitos, Liberdades e Garantias.
sexta-feira, abril 22, 2005
Enquanto o julgamento daquilo que é vulgarmente conhecido como o Caso Casa Pia prossegue a um ritmo tal que transforma qualquer obra de Manuel de Oliveira num épico de acção o País assiste a algo porventura inédito - parece que os orgãos superiores de justiça em Portugal estão pura e simplesmente à espera para verem para que lado vira o vento no presente julgamento antes de decidirem se Paulo Pedroso deve ir também ele a julgamento. Eu não sei o que anda a fazer por estes dias o Conselho Superior do Cochecol, perdão, quero dizer da Magistratura, não sei sequer se Pedroso é inocente ou culpado, o que eu sei é que, bem ou mal, legitimamente, e com base essenciamente nos mesmíssimos factos e testemunhos por que outros foram a tribunal, Paulo Pedroso foi ilibado em fase de instrução. E o que também sei é que esses factos e testemunhos são imutáveis e suficientemente objectivos para poderem ser analisados por qualquer colectivo independentemente de eventos terceiros como a força e direcção do vento no julgamento da Casa Pia. Mais, está tudo escrito em Português escorreito, presume-se, e não carece de intérpretes. Dito isto, a demora, porque cobarde e inexplicável, é escandalosa e um insulto ao legado da revolução de Abril. Porque sendo todos iguais, Paulo Pedroso tem sido mais igual que os outros. É verdade que o Direito não é uma ciência exacta, mas será a Justiça em Portugal assim tão relativa?
.
Publicado por Manuel 15:53:00
Mas vergonha é coisa que no Estado se perdeu. Os juízes querem livrar Paulo dessa maçada da acusação de ter abusado de seis menores...