A ideologia económica de Menezes
terça-feira, abril 12, 2005
No congresso do PSD, que terminou domingo em Pombal, Luís Filipe Menezes apresentou a solução para o problema do desemprego na economia portuguesa. Certamente todos escutaram com atenção, o que o pretenso novo Messias do PSD, traria na algibeira.
Actualmente o Estado Português suporta o diferencial nas refeições escolares. Um terço pago pelo contribuinte e os remanescentes dois terços pago pelo erário público. Tendo em conta que cada refeição escolar custa na sua globalidade 3,5 Euros, e que são fornecidas 300.000 refeições diariamente, a proposta de Luís Filipe Menezes consistia...
- Aplicação da máxima à letra... Não há almoços grátis. O contribuinte pagaria a totalidade da refeição.
- A Receita apurada seria ao final de cada ano, de 231 Milhões de Euros.
- Através de um princípio (?) orçamental designado “consignação de receitas”, Menezes contrataria 20.000 novos professores para o ensino básico, e estava assim conseguido o milagre da multiplicação.
A ideia até poderia fazer sentido. Não fossem as refeições terem um custo, e Menezes ter-se esquecido delas. Deduzido o custo das refeições escolares, a receita apurada anualmente cifra-se nos 160 Milhões de Euros.
A ideia até poderia fazer algum nexo. Não fosse o simples facto de existirem 18.000 professores colocados sem qualquer função educativa. O que Menezes pretendia grosso modo, seria engrossar a lista de professores não colocados no ínicio de cada ano lectivo para 38.000 ?
Não estivesse Portugal a lutar com um problema de redução, repito, redução da despesa pública e não de expansão da mesma, e até que Menezes merecia algum crédito, pouco, mas algum. Um dos maiores problemas de Portugal reside exactamente na qualidade dos gastos públicos em termos de educação. Portugal gasta 5 % do seu PIB em despesas de educação. Gasta relativamente o mesmo que alguns países da OCDE, com níveis de desenvolvimento económico superiores.
São infelizmente conhecidos os resultados, da aplicação da despesa pública em educação. É um facto que melhor educação requer mais investimento, mas acima de tudo melhor investimento.
E alguém no seu perfeito juízo, conseguirá vislumbrar que esta seja uma solução que traga melhor investimento ?
Alguém verá nesta solução, a resolução do problema do emprego na economia portuguesa ?
Menezes mostrou no sábado em Pombal o quanto percebe de economia, e o quanto decifra os verdadeiros problemas da economia portuguesa. Infelizmente 45% dos delegados ao congresso têm precisamente a mesma ideia.
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Publicado por António Duarte 13:11:00
Não é preciso ser gramático nem viver na região para saber que se deve dizer «em Pombal».
Basta a péssima sonoridade da expressão. «No Pombal» soa a «na capoeira» ou já agora «no curral»...
Desculpe o Venerável esta correcção.
Mas, apesar de não ser pombalense, arrepio-me e indigno-me quando oiço dizer «no Pombal»...
Já agora, por que não dizem «Marquês do Pombal» em vez de «Marquês de Pombal»?...
MR
De facto um erro.
Corrigido.
Atendendo à "ave" em questão não era de todo inadequada a menção ao pombal em vez de a Pombal.
permita-me que o rectifique. Não há 18.000 professores do 1.º ciclo sem funções lectivas atribuídas. O número real representa 18% do total de professores do 1.º ciclo que estão muito áquem dos 100.000. Houve confusão entre número absoluto e valor relativo. Um abraço
Se Portugal tem um déficit de 5%. A manter-se o mesmo nível de cobrança, basta reduzir a despesa em todos os itens do orçamento em 5%.
~Se isto fosse assim tão fácil acho que esta medida já teria sido tomada.
Para que se tenha a noção do ridículo que representa a proposta de Menezes :
A promoção automática de carreira foi responsavél pelo aumento do orçamento de Estado na educação em 2004 de ...3,00 %.
A minha referência relativamente violenta a uma certa geração de jornalistas, que produz reiteradas barbaridades linguísticas, não o visava a Si.
Sucede que se tornou tão comum na rádio e televisão dizer «no Pombal» em vez de «em Pombal» que muita gente foi sendo contagiada.
Eu nem sei a profissão do António. Suponho que seja economista.
Já agora, vem a talhe de foice, o topónimo "Florida" que nas televisões e rádios os jornalistas pronunciam "Flórida" quando deveriam pronunciar "Flurida". Ainda recentemente Ana Sousa Dias e Marcelo Rebelo de Sousa disseram essa barbaridade...
Quanto ao mais, erros todos damos.
Saudações cordiais
MR