sopa de letras requentadas.
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Mais uma vez, a cópia de hoje bate em teclas gastas e cujas letras se esfumam. É a letra "M" de... mediocridade! Dela foge, a sete pés, a letra "E" de escol. O "D" de descrédito assoma ao escrito, evidenciado na rábula do "porta-chaves". E obviamente, sobra, epigramático, um majestoso "O", de um soez oportunismo que se remata na palavra exacta, composta pelas letras em uníssono: MEDO! O medo de José Gil retoma o seu curso natural, na sociedade portuguesa que vive dos partidos. É o medo do que virá; do que não vem; do que se perde; do que se não tem. É o medo de perder a vidinha que se teve e de ver outros a roubá-la e a ocupar o lugar que foi nosso.
É um medo atávico de quem sempre viveu deste expediente de ocupar um lugar emprestado. À espera do voto ou da nomeação dos votados. Pode ser-se profissional desta ocupação?
Aqui fica uma tentativa de resposta de um dos poucos autores originais que ainda vamos tendo...
É tempo dos sacristães que perderam o sentido dos gestos, dos "porta-chaves" de anteriores líderes, daqueles que Belmiro de Azevedo não queria para contínuos da SONAE. Os mordomos das grandes lideranças de outrora apenas servem para que se oculte a coisa. O poder efectivo não circula pela face visível das candidaturas que em breve passearão pelos palcos da nossa teatrocracia partidocrática. Manda, não quem apareça em tais encenações, mas quem maneja os fios invisíveis dos financiamentos, das garantias de emprego e da capacidade de controlo do "agenda setting" do mediatismo. Os actores ou criaturas das peças aparentes apenas demonstram que há autores e criadores. Isto é, os que escolhem novos figurantes do presente Estado-Espectáculo, para que se continue a representar o mesmo guião de sempre, dado que todos procuram oleadas comunicações nesse submundo que vai da classe política à classe banco-burocrática, onde são activas várias cortes de fiéis, dos cavaquistas aos soaristas, onde se demonstra como "os amigos são para as ocasiões".
Publicado por josé 20:31:00
1 Comment:
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- zazie said...
12:51 da manhã, fevereiro 25, 2005é verdade. Mais um bom texto.