Para lá da esquerda e da direita

Este post não é um apelo ao bloco central.

O bloco centralexiste, mas para acautelar interesses opacos e inexplicáveis rotatividades.

É, aliás, uma das muitas coisas, e das mais importantes, que tem dado cabo do país que a minha geração vai ter de gerir daqui por poucos anos - e, pelo andar da carruagem, quantos menos melhor.

Este post é, antes, um post de inveja. Pura. Assumida. Senão leiam...


O ministro da Economia e Finanças do Governo espanhol, Pedro Solbes, afirmou hoje que o défice em 2004 terá sido de cerca de 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Pedro Solbes explicou perante a comissão parlamentar de Economia e Finanças que houve uma melhoria das previsões, de cerca de 0,8 por cento do PIB, devido à contenção da despesa pública, ao crescimento das receitas e a um excedente da Segurança Social maior do que o previsto.

O crescimento da economia em 2004 terá sido de entre 2,6 a 2,7 por cento e para 2005 prevê-se um crescimento de cerca de 3 por cento.

Esta brutal discrepância - parecendo que estamos a falar de universos diferentes e não de dois países vizinhos - não pode deixar de nos fazer pensar um pouco.

A culpa deste estado de coisas não está solteira não senhor, é ao invés bígama e lasciva, deitando-se ora à direita com o PSD ora à esquerda com o PS.

E é isto que tem de acabar. Na qualidade de herdeiros deste país que já perceberam que não há património que chegue e que as dívidas não param de crescer - e para quem o repúdio não é solução - temos de lembrar aos nossos antecessores que os sucessivos erros deles são a nossa cruz e que aos netos e bisnetos deles está também já reservado ordálio semelhante.

Será esse o seu legado, se nada for feito. Hoje. Antes que seja tarde demais... E ontem, se calhar, já o era...

Publicado por irreflexoes 18:41:00  

2 Comments:

  1. josé said...
    Impressionante, de facto! Somando isso à notícia de hoje de manhã que referia a Dinamarca como um país onde as pessoas se consideram felizes( a propósito das eleições...) só resta dizer que temos uma cambada de dirigentes políticos e legisladores que se fossem todos para a reforma, talvez houvesse alguma esperança de...reforma!
    Olhamos os candidatos e que vemos? Sempre os mesmos: sempre as mesmas receitas, as mesmas manhosices; a mesma táctica parola de discutir o acessório e deixar o essencial. A mesma incapacidade básica e notória em fazer contas.

    Só de pensar que os autores dos programas dos dois maiores partidos políticos portugueses são os Antoninhos Mexia e Vitorino...estamos feitos!
    Estamos bem fodidos. E agora até vem o Cavaco à liça das eleições por causa de uma notícia que não o devia ser e a discussão passa toda por aí. Foda-se isto!
    Anónimo said...
    o grande mal é que não existe civismo neste país. todos os dias se ouvem os piores comentários sobre a classe política, o maior dos descontentamentos e não se faz absolutamente nada contra isso! há pessoas que até nem votam porque não dão crédito aos políticos! isso é a pior das condutas para que o nosso país ande para a frente. eu acredito na minha geração e não reconheço verdade alguma no descrédito que nos dão por estes dias. mas o que este país precisa não é nem de um choque fiscal, nem de um choque tecnológico, precisamos de uma verdadeira revolução de mentalidades para que possamos todos contribuir para que o nosso portugal cresça. eu tenho esperança e faço o que posso para contribuir.
    SP

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