Administração Pública: «Eu nem sou de cá…»
Um director-geral da Administração Pública reúne-se com um sindicato e revela o que lhe vai na alma: «Isto está um caos!». O senhor em causa é o director-geral da denominada Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros e descobriu subitamente que há «bloqueios inexplicáveis», «sistemas desligados ao fim-de-semana», «falta de formação dos funcionários», sabe-se lá mais o quê… Parece um desabafo de um dos milhares de contribuintes que tem um reembolso parado nos labirintos do sistema informático do fisco – mas a verdade é que não é.
O director-geral em causa exerce funções há cerca de três anos, foi levado para o ministério das Finanças pelo Governo Barroso/Portas e, tal como o director-geral dos Impostos, aufere milhares de contos por mês (o mesmo que receberia no Banco Espírito Santo, a cujos quadros pertence). O PS deve reflectir sobre este exemplo se quer efectivamente modernizar a Administração Pública.
Mas há um outro aspecto que servirá de pedra de toque para avaliar as intenções do PS relativamente à «reforma do Estado»: não chega despedir os incompetentes; é indispensável, até por razões pedagógicas, avaliar previamente o seu desempenho. E, para isso, importa promover uma auditoria ao desempenho da equipa do BES que dirige a Informática Tributária – o que pressupõe que sejam igualmente analisadas as aquisições de equipamentos informáticos, na (tripla) perspectiva da «economicidade», da eficiência e da eficácia. Estando em causa o dinheiro dos contribuintes, o PS não pode assumir que «o que lá vai, lá vai…»
in Pula Pula Pulga
Publicado por Manuel 14:29:00
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